Produtores podem investir em frota própria 

Especialistas dizem que adquirir o seu caminhão pode se tornar mais seguro do que pagar o frete

O presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luís Henrique Teixeira Baldez, afirmou que os produtores e empresas do agronegócio estão estudando investirem em sua própria frota de transporte. A atitude é motivada pela incerteza logística que se instaurou no país após a criação da tabela do preço mínimo para o frete rodoviário.

De acordo com Baldez, a paralisação dos caminhoneiros e o tabelamento do frete aumentaram o custo de produção do agronegócio brasileiro, tornando o transporte de cargas um elemento crítico para o agro. Segundo ele, o aluguel ou a ampliação da frota surge com força entre os agricultores de diversas classes.

“Com essa nova política de preços, as despesas com o transporte quase duplicaram. As empresas estudam alugar veículos e até mesmo comprar caminhões como alternativa para reduzir o custo com o transporte”, comenta.

Nesse cenário, a Cargill, uma das principais comercializadoras de grãos do mundo, também estuda contratar motoristas próprios já para a próxima safra. De acordo com o diretor de grãos e processamento da Cargill para América Latina, Paulo Sousa, as empresas exportadoras deverão replanejar a sua atuação no Brasil a partir de agora.

“Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão de repensar a forma como irão operar no Brasil, pois se cria ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra contratos”, diz.

Além disso, o executivo fala que os pequenos produtores precisam trabalhar em conjunto para superar as dificuldades. “Pequenos produtores e produtores rurais da agricultura familiar serão forçados a se organizar em cooperativas de frete, com suas frotas próprias, ou perderão competitividade”, conclui.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems

Crédito: Domínio Público/Pixabay