RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS 09/03/2015

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com algumas delas pressionadas pela perspectiva de alta de juros nos EUA. Na China, porém, o otimismo dos investidores com o setor bancário ajudou os mercados a reverterem perdas que mostraram no começo dos negócios de hoje.

O principal índice acionário chinês, o Xangai Composto, subiu 1,9%, a 3.302,41 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, que é menos acompanhado, avançou 1,2%.

As bolsas chinesas abriram em baixa, estendendo perdas da sessão anterior, diante da expectativa de que 23 empresas, a maioria de pequeno porte, lancem ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) de ações nesta semana, o que deverá ajudar a desviar recursos do mercado secundário. A previsão é que as ofertas levantem um valor combinado de 3 trilhões de yuans, ou cerca de US$ 478,85 bilhões.

No decorrer da sessão, no entanto, o sentimento do investidor na China melhorou e os mercados encerraram a sessão em alta, diante do otimismo em relação ao lucro futuro dos bancos do país, após notícias de que o órgão regulador de títulos vai permitir que o setor bancário atue em corretagem com ações.

Já números da balança comercial chinesa, publicados no fim de semana, vieram mistos. As exportações da China saltaram 48,3% em fevereiro ante igual mês do ano passado, superando de longe a previsão dos analistas, que era de ganho de 13,3%. As importações chinesas, por outro lado, caíram 20,5% na mesma comparação, mais do que a queda estimada de 19,9%. O superávit comercial do gigante asiático subiu levemente a US$ 60,6 bilhões em fevereiro, de US$ 60 bilhões em janeiro, atingindo novo recorde histórico.

Em outras partes da Ásia, as bolsas recuaram após números mais fortes que o esperado de criação de empregos nos EUA, divulgados na última sexta-feira, reforçarem a aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a elevar nos próximos meses as taxas de juros das mínimas que se encontram desde 2008, talvez já a partir da reunião de política monetária de junho.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve perdas pelo quinto pregão consecutivo, de 0,2%, a 24.123,05 pontos, enquanto o Taiex, do mercado taiwanês, cedeu 0,9%, a 9.562,90 pontos, atingindo o menor nível em mais de duas semanas, o sul-coreano Kospi caiu 1,0%, a 1.992,82 pontos, e o filipino PSEi recuou 0,5%, a 7.820,29 pontos.

Na Austrália, a possibilidade de os juros dos EUA começar a subir este ano também pesou na Bolsa de Sydney. O índice S&P/ASX 200 caiu 1,3%, a 5.821,30 points, registrando a maior baixa em uma única sessão desde o início de janeiro. Entre as mineradoras, a BHP Billiton recuou 1,5%, enquanto a Newcrest Mining teve queda ainda mais robusta, de 4,7%.

INFORMATIVO DE MERCADO

SOJAOs futuros de soja fecharam perto da estabilidade na Bolsa de Chicago (CBOT) na sexta-feira, mas acumularam queda de 4,5% na semana passada com o fim da greve dos caminhoneiros no Brasil. Esta semana, investidores devem ficar atentos às projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e à reunião entre caminhoneiros e governo marcada para o dia 10 de março. O comportamento do dólar no Brasil e no exterior também deve seguir influenciando as negociações. A alta da moeda norte-americana torna o produto dos EUA menos competitivo no mercado internacional, ao mesmo tempo em que estimula exportações do Brasil, pois aumenta a rentabilidade da venda externa.

Na última sexta-feira, o vencimento maio cedeu 0,50 cent (0,05%) e terminou a US$ 9,85/bushel. “Os preços caíram quase 50 centavos de dólar na semana. O mercado parou para respirar um pouco”, explicou o analista Pedro Dejneka, da AGR Brasil. Uma semana antes, o contrato havia fechado a US$ 10,3175/bushel. “Na mesma velocidade que subiu, desceu. No caso de movimentos de alta com base em eventos inesperados ou questões de macrocenário, quando eles se resolvem ou se tem a impressão de que estão se resolvendo, ocorre esse tipo de extração de prêmio.”

O prêmio de risco embutido nos pre ços estava relacionado à possibilidade de problemas no escoamento da safra brasileira e à expectativa de migração da demanda chinesa de volta para os EUA, mas isso não se confirmou até o momento. “Com o fim da greve, a soja está conseguindo chegar até o Porto de Paranaguá. E o aumento da oferta no porto é um fator baixista, aliado ao avanço da colheita no Centro-Oeste”, explicou o analista Caio Toledo, da XP Investimentos.

Dejneka, entretanto, não descarta uma reação dos preços no início desta semana, com investidores se desfazendo de apostas de maior risco antes do relatório de oferta e demanda do USDA. Na terça-feira, o departamento divulga as previsões de março, às 13h (horário de Brasília). Antes disso, a Conab apresenta o sexto levantamento da safra de grãos 2014/15, às 9h (Brasília). Em ambos os casos, traders irão monitorar as estimativas para a produção do Brasil no ciclo atual, já que o USDA não deve mexer nos números de oferta da safra 2014/15 norte-americana. O an alista não projeta mudanças significativas nas estimativas do governo norte-americano ou um efeito duradouro dos números sobre o mercado.

Além dos dois relatórios, também está marcada para terça-feira, 10 de março, a mesa de negociações coordenada pelo Ministério dos Transportes para discutir a criação da tabela referencial de frete no País, uma das principais reivindicações apontadas pelos motoristas. “Caso caminhoneiros não voltem bloquear estradas, qualquer tipo de alta deve ser encarada como uma oportunidade de venda pelo mercado”, ponderou Dejneka.

A perspectiva de greve de produtores na Argentina a partir da quarta-feira, na avaliação dos analistas, não representa grande risco em termos de suprimento. A colheita do país ainda está no começo, e a paralisação das vendas tem prazo predefinido para terminar, de três dias. “Se fosse daqui a um mês e meio, talvez causasse um pouco de mais de problemas no mercado”, salientou Dejneka. Para Toledo, “os olhos do mundo aind a estão virados para o Brasil”.

Além dos eventos de terça e quarta-feira, outro fator que deve continuar no radar dos investidores é o comportamento do dólar ante o real e contra as principais moedas. As vendas do Brasil estão aumentando, mas alguns produtores ainda seguram a soja dentro da fazenda em busca de preços melhores, de olho no câmbio. “Com a alta do dólar, produtor se pergunta até que ponto vai e se está no melhor número possível e vende aos poucos. Mas esse movimento tem limite porque ele também precisa de espaço em silos”, salientou Toledo. O dólar saiu de R$ 2,7720 para R$ 3,050 em um mês. Dejneka salientou que o movimento de segurar o produto é natural, mas produtores precisam ficar atentos para não perder oportunidades se a CBOT cair ainda mais. “Se não aproveitar, pode acabar vendendo a um preço bem menor.”

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

  GRÃO   FARELO   ÓLEO
  US$/bushel   cents   US$/t   US$   (cents/libra)   pontos
  Mar/15 9,7925 0,00  Mar/15 337,00 2,60  Mar/15 31,14 -29
  Mai/15 9,8500 -0,50  Mai/15 327,70 2,50  Mai/15 31,28 -29
  Jul/15 9,9050 -0,50  Jul/15 325,00 1,60  Jul/15 31,46 -30
  Ago/15 9,8900 0,00  Ago/15 324,00 1,30  Ago/15 31,53 -29

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, a negociação perdeu força na sexta-feira após o mercado ter movimentado bons volumes ao longo da semana.

No Paraná, compradores indicavam no spot R$ 63/saca (pagamento curto), R$ 64/saca (pagamento no fim de março) e R$ 65/saca (pagamento no fim de abril) para entrega em Ponta Grossa. Já para entrega em abril e pagamento no mesmo mês na região, a pedida de compra estava em R$ 65/saca. Alguns vendedores, entretanto, pediam R$ 65/saca para pagamento curto e no fim deste mês. Corretor de Ponta Grossa contou ter fechado 3 a 5 mil toneladas na semana, mas estimou terem sido negociadas de 20 a 30 mil toneladas na região. “Tivemos uma semana de clima mais seco, a soja começou a chegar ao mercado”, destacou. Para o fim de semana e segunda-feira, estava prevista chuva. Mas na terça-feira a expectativa era de retomada dos trabalhos no campo.

Após a greve dos caminhoneiros, os fretes de Ponta Grossa ao Porto de Paranaguá subiram entre 10% e 15%, o que também freava a comercialização. No porto, havia propostas a R$ 67 e 68 por saca no disponível, mas o agente contou não ter visto vendas da região dos Campos Gerais. Também saíram na semana passada negócios antecipados da safra 2015/16, porém esporádicos. Compradores indicavam posto em fábrica de Ponta Grossa R$ 65 e 66 por saca para entrega em abril de 2016 e pagamento no mesmo mês.

Em Mato Grosso, rodaram volumes expressivos ao longo da semana passada, mas alguns produtores ainda hesitavam em negociar. “O interesse de compra é grande, mas a oferta é pequena”, disse o corretor Valdinei Chaves, da Focus. “Vendedor já realizou bastante em reais, mas tem compromissos em dólar, e em dólar a conta continua ruim.” Compradores indicavam US$ 18 a US$ 18,50 por saca em Primavera do Leste no spot, patamar em que rodaram 3 mil toneladas na semana. Em reais, a pedida de compra estava em R$ 54 a 55,50 por saca. Nesses níveis, saíram 4 mil toneladas, contou Chaves.

Na sexta-fe ira, o volume negociado diminuiu no disponível. Vendedores preferiram verificar o que ocorre com os futuros na semana que vem após os relatórios nos EUA e no Brasil. Rodaram 120 toneladas a R$ 55,20/saca CIF fábrica em Primavera. Outras 1 mil toneladas saíram em Querência a R$ 56/saca FOB, mas tratava-se de soja convencional. Para entrega imediata e pagamento em maio, havia propostas a R$ 57/saca em Primavera, porém sem interesse de venda. Na região, o frete já encareceu 10%. Para Chaves, o aumento não ocorreu apenas devido ao fim dos bloqueios, mas também por causa do avanço da colheita. As ofertas no Estado estão mais bem distribuídas, e os caminhões ficam mais disputados. Em Primavera, cerca de 70% da safra já foi colhida, estimou o agente. Da metade para o final da colheita, as médias de rendimento vêm melhorando, segundo ele.

O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou com alta de 0, 73%, a R$ 62,45/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 20,47/saca (-0,63%). O dólar de balcão disparou 1,36% hoje, aos R$ 3,050, no maior patamar de fechamento desde 5 de agosto de 2004.

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado
  06/03   05/03   DIA   SEMANA   MÊS   12 MESES
  Paranaguá 65,84 65,84 +0,00% +0,00% +5,60% -9,19%
  Barreiras 57,00 57,50 -0,87% -0,44% +4,59% -8,26%
  Ponta Grossa 62,61 62,44 +0,27% +1,33% +4,23% -11,13%
  Passo Fundo 64,09 64,21 -0,19% +0,14% +8,61% -9,35%
  Rio Verde 59,00 58,50 +0,85% +0,61% +8,50% -3,28%
  Rondonópolis 58,08 57,63 +0,78% +3,71% +11,16% -2,88%
  Triângulo Mineiro 59,75 59,25 +0,84% +1,27% +5,62% -6,64%
  Oeste do Paraná 60,62 60,20 +0,70% +0,75% +4,63% -10,31%
  Norte do Paraná 61,46 60,44 +1,69% +2,48% +6,24% -9,51%
  Mogiana 62,05 62,26 -0,34% +0,39% +7,22% -8,25%
  Ijuí 64,33 64,33 +0,00% +0,39% +7,59% -8,51%
  Sorriso 51,37 51,29 +0,16% +0,00% +9,58% -4,39%
  Sorocabana 61,46 62,07 -0,98% +0,39% +5,24% -8,81%
  ESALQ – R$/saca 62,45 62,00 +0,73% +1,20% +5,60% -10,13%
  DÓLAR 3,0500 3,0090 +1,36% +6,79% +10,03% +31,58%
  FARELO PELLETS – R$/TONELADA
  Campinas 1004,69 981,17 +2,40% -2,17% +7,75% -12,20%
  Chapecó 1090,55 1089,83 +0,07% +0,37% +7,29% -11,51%
  Maringá 1075,38 1068,22 +0,67% +0,22% +3,22% -9,61%
  Oeste PR 1026,47 1028,95 -0,24% -1,45% +0,24% -12,63%
  Ponta Grossa 1144,81 1136,94 +0,69% +2,48% +8,86% -1,09%
  Triângulo MG 1015,53 1008,85 +0,66% -2,83% +5,08% -10,45%
  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA
  ICMS 12% 2190,68 2221,38 -1,38% +0,22% +3,56% -6,54%
  ICMS 7% 2144,97 2135,34 +0,45% +0,07% +4,03% -4,97%

Cepea/Agência Estado

MILHO
Com exceção do sul de Mato Grosso, que voltou a negociar antecipadamente a safra de milho a todo vapor, as demais operações no mercado spot do cereal ainda patinam em outras praças, como médio-norte do Estado, Paraná e também no Nordeste, em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, mesmo após o fim da greve dos caminhoneiros, na semana passada.

m Primavera do Leste, no sul de MT, compradores voltaram ao mercado, e as negociações antecipadas da safrinha 2014/2015 se aceleraram ao longo da semana passada, contou o corretor Valdinei Chaves, da Focus. Foram fechados negócios a R$ 18,50/saca, com retirada em Primavera do Leste em junho e julho e pagamento em agosto, e entre R$ 18,00/saca e R$ 19,00/saca, com entrega em julho e agosto (pagamentos em agosto ou setembro) e em outubro (pagamento em novembro) em Primavera. Só pela Focus saíram 15 mil toneladas na semana, mas Chaves acredita que tenham sido fechados negócios de até 40 mil toneladas na região. Com a res istência de produtores da região em assinar contratos para entrega e pagamento no quarto trimestre, uma trading optou por adquirir volumes para entrega a partir de julho e deixar o milho estocado no armazém para embarcar só em outubro e novembro, apostando em fretes mais baixos.

Entre quinta e sexta-feira, entretanto, os preços perderam sustentação. Compradores ofereciam R$ 17,80/saca para entrega em julho e agosto em Primavera e pagamento em setembro, preços bem mais baixos do que os verificados no início da semana passada. Vendedores não mostravam interesse em negociar nesse patamar.

No spot, também foram assinados mais contratos na região do que nas semanas anteriores. Saíram 5 mil toneladas em Primavera do Leste entre R$ 19,00 e R$ 19,50/saca ao longo da semana. O milho seria enviado ao Sudeste e a Goiás. O mercado vinha travado há mais de duas semanas por causa da greve dos caminhoneiros. Com isso, compradores internos ficaram desabastecidos e precisaram retomar negociações após os bloqueios serem desfeitos. “O mercado ficou mais acelerado”, disse Chaves, ponderando, entretanto, que, perto do volume que ainda resta por negociar, os lotes comercializados foram pequenos. Para envio a São Paulo, ainda havia compradores dispostos a pagar até R$ 19,50/saca na sexta-feira, com retirada em Primavera, porém não surgiram vendedores nesse preço. O plantio na região avançou nos últimos dias com chuvas intercaladas com períodos de sol.

Já em Sinop, médio-norte de Mato Grosso, as negociações ainda não deslancharam – nem no mercado spot, nem nas vendas antecipadas da safrinha 2014/15. O produtor que tem milho da safrinha passada libera o cereal a conta-gotas, vendendo apenas o necessário, informa o corretor Luiz Rodrigues Anacleto, da Rural Norte. O agricultor que pode segura o milho no silo à espera de preços melhores. Assim, só negócios à vista têm saído no mercado físico do cereal, entre R$ 15,00 por saca – para o milho retirado de silos-bolsa distantes do eixo da BR 163 – e R$ 16,00 por saca – para o milho retirado de armazéns próximos da rodovia federal.

“Há uma queda de braço entre comprador e vendedor. O produtor quer receber R$ 16,00 e, o comprador, pagar R$ 15,00. Quem saiu ganhando hoje foi o vendedor, que está tranquilo, sem precisar dispor do cereal para pagar suas contas, pois também tem feito bom dinheiro com a soja por causa da alta do dólar”, diz Anacleto, cuja corretora negociou pequenos lotes de milho, totalizando 20 mil sacas e basicamente para o mercado interno – tanto da região quanto do País. “Poderiam ter saído muito mais negócios se o produtor topasse receber menos, R$ 14,00 pela saca, por exemplo.”

A safrinha deste ano ainda está em fim de plantio na região, e a colheita deve se dar a partir de julho e julho. “Em maio vamos ter alguma coisa, mas é pouco”, informa Anacleto, acrescentando que as poucas negociações antecipadas do cereal que têm saído ocorrem entre R$ 14,00 e R$ 15,00 por s aca para entrega em julho e pagamento à vista. O corretor acredita que os negócios devem se intensificar a partir de abril e maio, embora não devam ser suficientes para esgotar os estoques, que, a exemplo de Primavera do Leste, são fartos. Há rumores não confirmados, informa, de que Sinop ainda abrigue 1,2 milhão de toneladas.

o Paraná, compradores indicavam R$ 25,00 por saca (FOB) a 26,50 por saca (CIF) em Ponta Grossa, patamares em que chegaram a ser fechados lotes de 500 e 600 toneladas na terça e quarta-feira. Depois disso, vendedores preferiram segurar o produto recém-colhido para tentar escapar da pressão da entrada da safra. “Esta semana o mercado ficou um pouquinho mais travado. A soja começou a ser colhida na região, e vendedor deixou o milho um pouco de lado”, contou Adriano dos Santos, da SafraSul. Na sexta-feira, o valor indicado para venda estava em R$ 26,00/saca.

A região de Campos Gerais não colhe safrinha. Entretanto, o corretor contou ter visto indi cações de compra no Porto de Paranaguá de R$ 30,00/saca a R$ 31,00/saca para entrega em agosto e pagamento em setembro, o que equivaleria a R$ 25,00/saca no norte do Estado, região que produz milho em segunda safra, mas Santos disse não ter visto negócios nos últimos dias. “Vendedor já negociou no R$ 25,00/saca, agora quer R$ 26,00/saca.”

Na praça nordestina de Luís Eduardo Magalhães (BA), o milho no mercado spot terminou a semana a
R$ 26,00 a saca para o vendedor, com o comprador ofertando R$ 25,00, informa o corretor Pedro Fagundes, da Assessoria em Mercado de Grãos (Asmeg). “Os negócios a R$ 25,00 só foram fechados se o produtor tinha, efetivamente, necessidade de fazer caixa”, diz ele, acrescentando que o milho ofertado ainda é o da safra de verão passada. A safra nova será colhida a partir de agora e o forte mesmo das negociações com o milho ocorre em abril no oeste baiano.

Para o milho de abril já têm saído negócios antecipados, entre R$ 22,50 e R$ 23,00 a sa ca. “Quando começar a colheita, no mercado à vista, este preço tende a recuar para R$ 22,00, e até mais”, acredita o corretor, ressaltando que o preço vai depender mesmo do tamanho da quebra da safra do cereal, pois a região sofreu com a seca logo após o plantio.

O indicador Cepea/Esalq fechou em baixa de 0,07%, a R$ 29,42/saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 9,65/saca (-1,33%). O dólar de balcão disparou 1,36%, a R$ 3,050, no maior patamar de fechamento desde 5 de agosto de 2004.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO MILHO MERCADO INTERNO

  MILHO – R$ / saca
  06/03/2015   05/03/2015   Variação   27/02/2015   Variação   04/02/2015   Variação
  Passo Fundo 24.40 24.73  -1.33 24.41  -0.04 23.92  2.01
  Chapecó 27.37 28.00  -2.25 27.71  -1.23 26.70  2.51
  Paraná/Sudoeste 24.73 24.64  0.37 24.42  1.27 23.65  4.57
  Cascavel 24.14 24.20  -0.25 23.77  1.56 22.58  6.91
  Ponta Grossa 24.66 24.78  -0.48 24.62  0.16 24.11  2.28
  Paraná/Norte 24.43 24.42  0.04 24.56  -0.53 23.36  4.58
  Sorocabana 25.52 25.54  -0.08 25.43  0.35 23.59  8.18
  Campinas 29.42 29.44  -0.07 28.96  1.59 27.13  8.44
  Mogiana 26.54 26.38  0.61 25.72  3.19 24.81  6.97
  Triângulo Mineiro 25.90 25.67  0.90 25.53  1.45 24.79  4.48
  Rio Verde 23.82 23.83  -0.04 23.20  2.67 22.31  6.77
  Sorriso 14.91 15.06  -1.00 15.18  -1.78 14.75  1.08
  Posto Recife 35.98 35.83  0.42 35.73  0.70 35.35  1.78

Cepea/Agência Estado
Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em queda, com a alta do dólar ante outras moedas e o recuo dos preços de petróleo. Com a moeda norte-americana fortalecida, diminuem as perspectivas de exportação de milho dos Estados Unidos, que fica mais caro para compradores estrangeiros. O vencimento maio recuou 4,50 cents (1,15%) e fechou a US$ 3,86 por bushel. Notícias de que a Ucrânia está ofertando grãos no mercado mundial a preços mais baixos que os dos EUA também contribuíram para a queda das cotações.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)
  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar
  Contrato  Máxima  Mínima  Anterior  Atual Variação
  Mar/15 3,7750 3,7750 3,8275 3,7925 -3,50
  Mai/15 3,8700 3,8375 3,9050 3,8600 -4,50
  Jul/15 3,9475 3,9275 3,9825 3,9400 -4,25
  Set/15 4,0125 4,0125 4,0550 4,0125 -4,25