Simulação computacional ajuda a reduzir custos

Tecnologia tem sido fundamental para o desenvolvimento do segmento que está entre os mais importantes da economia brasileira

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que a produção de alimentos deve crescer em torno de 70% para atender a demanda de uma população de 9,8 bilhões no ano de 2050. Esse salto na produção deve ocorrer, entretanto, baseado em uma expansão de somente 5% da área cultivável. Ou seja, a demanda exige o avanço na pesquisa de novas sementes, fertilizantes e equipamentos agrícolas.

O Brasil se encontra em situação equivalente. O documento Projeções do Agronegócio, disponibilizado pelo Ministério da Agricultura, aponta um incremento de 24% na produção de grãos nos próximos 10 anos, com crescimento de 17% da área plantada. Após esse período, a área plantada não apresentará incremento significativo, ou seja, será alcançado o limite de terras cultiváveis, com manutenção na demanda por crescimento na produção de grãos.

A tecnologia é a resposta para esse desafio, e o setor já está na era das fazendas automatizadas, autônomas e conectadas. A ESSS, multinacional brasileira focada em simulação computacional, desenvolve soluções para o setor dentro e fora do Brasil. “O que vai decidir a corrida da inovação são as inovações eletrônicas, as melhorias evolutivas de segurança (ROPS), a eficiência dos componentes, além da regulamentação sobre a emissão de poluentes”, define o engenheiro da ESSS Daniel Boniati.

Equipamentos autônomos têm capacidade de seguir rotas predefinidas para plantio e colheita com trabalho ininterrupto. Drones sobrevoam os campos e avaliam a saúde das culturas e as condições do solo. Sensores monitoram a quantidade de água e nutrientes no solo, ativando a irrigação e aplicações de fertilizantes. O segmento de robótica agrícola cresce de forma rápida, enquanto plataformas virtuais coletam dados das plantações. Estatísticas armazenadas e processadas em nuvem cruzam informações de produtividade, consumo de insumos, histórico de temperatura e níveis de chuva para efetuar recomendações ao agricultor em tempo real.

Todo esse contexto de equipamentos interconectados e coexistentes necessita de um bom funcionamento individual. Cada peça desse sistema complexo deve apresentar capacidade de execução plena e precisa. Nesse aspecto, a tecnologia é obrigatória no projeto e desenvolvimento de componentes. Com o auxílio de ferramentas de simulação computacional, é possível calcular estruturas para atender a demanda de trabalho ininterrupta, projetar o escoamento de partículas para uma semeadura precisa, reconhecer o perfil aerodinâmico para uma perfeita estabilização de drones e avaliar a recepção do sinal GPS em sistemas de controle.

“Entramos em uma era em que as ferramentas tecnológicas deixam de ser apenas um instrumento de bem-estar para a sociedade e passam a representar um fundamento para o crescimento populacional projetado nas próximas décadas. A compra de uma hortaliça plantada no subterrâneo, semeada, regada e colhida por robôs, com absorção de clorofila através de LEDs ativados em frequências exclusivas para fotossíntese não será surpreendente nos próximos anos”, contextualiza o engenheiro Rafael Vetturazzi, integrante da equipe técnica da ESSS.

fonte: Dialetto