Tecnologia é sinônimo da unidade mineira da CRV Industrial

Os aperfeiçoamentos são vistos em todas as fases da cana-de-açúcar no solo

O uso da tecnologia tem aprimorado a relação do homem no campo. E no setor sucroenergético não é diferente. A CRV Industrial, unidade da Capinópolis (MG), está em sua terceira safra e investe em tecnologia para reduzir os gastos operacionais e ter um maior controle com os insumos. Os aprimoramentos são observados na preparação do solo, no plantio, na colheita, na manutenção e na irrigação, isso é, em todas as fases da cana-de-açúcar no solo.

Desde a sua primeira safra, em 2020, a unidade conta com o uso de drones. Eram usados para a pulverização localizada no canavial, reduzindo o uso de defensivos e afetando menos o meio ambiente.

E para aprimorar ainda mais, neste ano, foram investidos em dois drones de pulverização, modelos de maior potencial. Além da pulverização localizada, nesta safra, os equipamentos estão realizando a aplicação pré e na pós – emergência do plantio seja na cana planta ou na cana soca após a colheita. Mas esta ação está em análise como experimentação e avaliação de performance, tendo em vista que na região se tem uma safra de baixa condição de aplicação e a operação é limitada por situações climáticas de vento, temperatura e umidade.

“Mas a perspectiva é que para o próximo ano uma frente de serviço de pulverização de alto propelido seja substituída pela aplicação via de drones de pulverização”, explica o Supervisor Agrícola da CRV Industrial, Henrique Fratari Fernandes.

Assim, a unidade mineira ainda conta com quatro drones. Dois são destinados ao mapeamento e identificação de inconformidades no canavial com rendimento de até 800 hectares por dia e outros dois drones são dedicados a pulverização,  com a capacidade de aplicação de até 80 hectares cada um.

Plantio

A safra de 2022 começou com um grande desafio, a expansão de cinco mil hectares em um curto período de tempo – em apenas três meses, entre fevereiro a abril.  E para garantir a qualidade do plantio, a unidade mineira da CRV Industrial contou com tecnologia de automação nas plantadeiras.

O método controla a quantidade de gemas por metro e os insumos sólidos e líquidos. Também monitora o sensoriamento de falhas, minimizando as imperfeições existentes.

Um monitor acoplado dentro do trator faz toda calibração, permitindo que o operador tenha a visualização se a recomendação agronômica está sendo seguida. Além disso o uso de 100% do piloto automático, garante a precisão e o seguimento das linhas de plantio planejadas. “Essa automação embarcada nos permite confiança de que o planejamento agronômico está sendo seguido, tendo em vista o aumento significante do preço do insumo agrícola”, explica Fernandes.

Colheita

A colheita hoje da unidade é realizada toda no piloto automático, tanto colhedora, quanto trator. “É um dos mais altos investimentos feitos dentro do departamento de agricultura de precisão, e algo pouco cultural de utilização nas usinas da região, mas de muito retorno em qualidade e longevidade do canavial”, afirma Henrique.  

Para inovar na safra 2022 e garantir uma melhor performance, economia de combustível e menos emissão de poluentes, a usina faz uso de um software de inteligência digital voltado para monitoramento e automação de logística, que identifica todas as paradas. Tudo que era no papel, agora é digital. Um bom exemplo foi a redução do consumo de diesel, que chegou a ser de três litros por hora em cada colhedora em uma safra.

O intuito dessa tecnologia é garantir a melhor otimização na colheita, com a maior qualidade, visando a economia de diesel em motor ocioso com rotações de motores desnecessárias e deslocamentos incorretos, além de identificar qualquer infração no campo e de garantir toda informação do campo e levantar um vasto banco de dados, gerando relatórios e cruzamento de informações para tomada de decisões.

Hoje a unidade ainda conta com um Centro de Operações Agrícolas (COA), que faz o monitoramento 24 horas. Qualquer ação operacional é realizada apenas após o reconhecimento do operador na máquina. E como a região é uma área crítica de sinal GPRS, a usina tem internet via satélite acoplada a cada frente de colheita, o que garante conectividade no campo e 100% das maquinas on-line.

Irrigação

Um próximo desafio desenhado é a automação e monitoramento on-line da irrigação. E a unidade já está na busca de recursos e nos testes de novos sistemas.

Mas para não ficar parado, a CRV Industrial – unidade de Capinópolis – segue no aprimoramento. E para evitar falhas na irrigação dos canaviais, a usina criou o Centro de Operação de Irrigação (COI), que usa uma metodologia eficiente com um mapa preciso das áreas de aplicação, que revela as falhas no zelo e na produção, além, com a   sobreposição de lâminas sobre um mesmo talhão.

Com o COI, o rendimento de irrigação atual é de 120 hectares/dia, aumentando a eficiência da aspersão, já que permitiu mais agilidade de informação e cobrança, orientando a rota que o pessoal do operacional deve seguir para melhor rendimento diário.

Todas essas tecnologias só são possíveis devido ao trabalho do departamento de Agricultura de Precisão. “Ao longo desses 3 anos da minha gestão, a tecnologia sempre foi sinônimo de desafio, a tecnologia traz suas vantagens, mas a implantação sempre é um risco, principalmente quando se trata de mão de obra qualificada e treinada para o manuseio da mesma, e a capacitação dos nossos colaboradores se torna um dos pontos principais. Hoje, o uso da tecnologia no campo é um caminho sem volta. E a perspectiva é sempre melhorar os resultados, buscar novos seguimentos, visando sempre o retorno esperado, revela Henrique.

Fonte: Cejane Pupulin