10,5 milhões de toneladas a mais em MT

A dobradinha clima certo e plantio no momento adequado está surtindo seus resultados nas lavouras de milho segunda safra, Mato Grosso afora. Em seu 5º levantamento, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), reavaliou novamente para cima as projeções da safra 2016/17, ampliando em mais de 10,5 milhões de toneladas a produção atual ante a consolidada em 2015/16. Apenas revisando o item ‘produtividade’, Mato Grosso deve colher nesse ano mais de 29,53 milhões de toneladas, ou, 54,63% mais do que o colhido no ano passado, 19 milhões/t.

Diferente do ano passado, quando o clima não colaborou e houve muito atraso na conclusão do plantio dentro da janela agronômica ideal, nesse ciclo tudo convergiu em favor da produção, o que aliado aos investimentos do produtor está se firmando na maior oferta de milho da história do Estado, juntamente com a segunda maior produtividade já vista. A perspectiva de produtividade média estadual é de 103,86 sacas por hectare (sc/ha).

“Na nova previsão, o Instituto revisou unicamente a produtividade aguardada para a safra, o que acabou por refletir diretamente sobre a estimativa de produção estadual. Com o avançar da colheita, a produtividade começou a tomar forma, demonstrando os reflexos dos maiores percentuais de área semeada dentro da janela ideal (final de fevereiro) no comparativo com os anos anteriores e também com a consolidação de boas condições climáticas nos meses de março, abril e maio em grande parte do Estado. Assim, a perspectiva de produtividade média estadual para a safra 2016/17 é de 103,86 sc/ha, com máximas regionais de mais de 106 sc/ha”, apontam os analistas do Imea.

A maior quantidade produzida do cereal em Mato Grosso, mais de 10 milhões de toneladas em relação à safra 2015/16, caminha para consolidar-se como a maior quantidade produzida do cereal mato-grossense. Em relação à área cultivada, o recorde foi garantido desde a conclusão da semeadura que confirmou a maior superfície já cultivada no Estado, 4,73 milhões de hectares, 9,76% a mais que os 4,31 milhões da safra anterior.

OESTE PRODUTIVO – No comparativo entre as regiões, as maiores médias estão sendo aguardadas neste momento nas regiões oeste e sudeste, com expectativa de 107,58 sc/ha e 107,32 sc/ha, respectivamente. Na sequência, a região médio norte se destaca com a terceira maior produtividade estadual na nova previsão, com 106,32 sc/ha. Enquanto isso, nas demais regiões, centro-sul, noroeste, nordeste e norte, as produtividades aguardadas neste momento são de 98,7 sc/ha, 95,77 sc/ha, 95,12 sc/ha, e 95,0 sc/ha, respectivamente.

A publicação conta com incremento na produtividade de todo o Estado, com destaque ao nordeste, que sofreu com a quebra na safra 2015/16 e apresenta alta de 142,36%. Cabe salientar que estes dados refletem o sentimento do mercado no momento e com o avançar da colheita poderemos observar melhores definições. Mas a expectativa de uma boa safra já vem se consolidando e posicionando-se até o momento como a segunda maior produtividade, desde a safra 2011/12.

REAÇÃO – O preço do milho disponível, em Mato Grosso apresentou queda de 3,28%, cotado a R$ 13,23/sc na semana passada, devido, sobretudo, às baixas no dólar, Bolsa de Chicago e o volume disponível do cereal que vem aumentando. Na semana anterior, a cotação média foi de R$ 13,68. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando nesse momento o Estado contabilizava perdas de safra em razão do clima adverso, a saca valia R$ 27,25, ou seja, retração de 51,44%. Com o valor da saca há um ano, hoje se compram duas.

O dólar fechou a semana passada com recuo de 0,72%, em média a US$ 3,31. Sua baixa foi pautada, principalmente, em fatores políticos externos.

Fonte:DIÁRIO DE CUIABÁ

Imagem créditos: Sandra Brito