Avanços na produção orgânica do Noroeste gaúcho são destacados em Seminário

Evento realizado no auditório do Instituto Federal Farroupilha, campus Santa Rosa

Mais de 130 pessoas vindas de 26 municípios participaram nesta terça-feira (11/12) da Plenária do Núcleo Missões da Rede Ecovida de Agroecologia e do Seminário de Produção Orgânica, Uso e Processamento de Frutas Nativas. O evento realizado no auditório do Instituto Federal Farroupilha, campus Santa Rosa, é resultado da parceria entre Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa (Arede), Núcleo Missões da Rede Ecovida de Agroecologia, Emater/RS-Ascar, Unicooper, Cooperluz, Cresol, Cáritas e Rede Missioneira da Agricultura Familiar (Remaf).

Após saudação inicial de lideranças, o coordenador de projetos da Arede, Ademir Ribeiro do Amaral, explanou sobre o processo de certificação participativa, coordenado pelo Núcleo Missões da Rede Ecovida, enfatizando desafios e oportunidades. Na região já são 120 agricultores que possuem ou estão em processo de certificação de conformidade orgânica de seus produtos.

Em votação da plenária foi aprovada a incorporação do grupo de agricultores de Tuparendi, Terra Nostra, ao Núcleo Missões da Rede Ecovida. O grupo está em processo de transição com vistas à certificação de conformidade orgânica dos alimentos produzidos por seus integrantes. Também foram entregues os primeiros certificados ao grupo Sabor Missioneiro de Santo Ângelo, formado por agricultores e consumidores. Para a manutenção da certificação é necessário passar por um processo de revalidação anual.

O uso e as potencialidades das frutas nativas foram abordados pelo assessor técnico do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (Cetap), Alvir Longhi. A relação entre agroecologia e a produção de alimentos recebeu destaque na fala do engenheiro agrônomo César Alexandre Bourscheid, do grupo Celeiro do Núcleo Missões.

A programação da tarde foi marcada pela feira de troca de sementes e mudas, por palestra sobre agroindustrialização de hortaliças orgânicas produzidas no noroeste gaúcho, conduzida pelo professor da Unijuí, Doutor Raul Vicenzi, e por oficinas.

Oficinas de Produção Orgânica 

Diferentes possibilidades de aproveitamento e agregação de valor receberam destaque na oficina de produção de sucos e polpas, coordenada pelo engenheiro agrônomo e integrante da Arede, André Camargo, e de sorvetes e picolés de frutas nativas, conduzida pelo representante da agroindústria do Assentamento Simon Bolívar, de Jóia, Igor Vassoler.

O preparo de alimentos com Plantas Alimentícias não Convencionais (Pancs) foi orientado pela extensionista social da Emater/RS-Ascar, Ivânia Polaczinski, e pela agricultora Rosane de Oliveira.

Insumos biológicos na agricultura foi o tema abordado na oficina conduzida pelo engenheiro agrônomo César Alexandre Bourscheidt.

Produção orgânica certificada

Produtores de 26 municípios das regiões Fronteira Noroeste e Missões, divididos em 12 grupos, optaram por produzir alimentos mais saudáveis e buscar a certificação orgânica de seus produtos.

O processo é coordenado, desde 2013, pelo Núcleo Missões da Rede Ecovida de Agroecologia. São parceiros no processo de estímulo à produção e certificação orgânica, Emater/RS-Ascar, Unicooper e suas cooperativas associadas, Agência Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa (Arede) e Rede Ecovida de Agroecologia.

A partir das visitas de vistoria, realizadas anualmente, são debatidos e avaliados os critérios que revelam se o contexto está adequado à legislação para fins de emissão de certificado e também do selo de produto orgânico, de acordo com a Instrução Normativa nº 46, de 6 de outubro de 2011, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Nos casos em que o parecer do Comitê de Verificação é positivo, o certificado de conformidade orgânica, válido por um ano, é expedido pela Rede Ecovida.

Além do certificado, o produtor que participa deste processo é autorizado a utilizar um selo orgânico para anexar nos seus produtos, o que também configura maior segurança ao consumidor em relação à procedência dos produtos.

Fonte: Emater-RS