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Aditivos de alta performance

Por* Daniel Campos Escarce

Há muito se pesquisa como se melhorar a performance de animais de alto potencial genético, focando em produção diária e longevidade para vacas de leite. Um conceito que é bem fundamentado na ciência é que vacas de leite de alta produção tem alta demanda de proteína não degradável no rúmen (PNDR) e que, em dietas tradicionais, mesmo bem balanceadas, esse nutriente se torna limitante.

Vários estudos muito robustos em todo mundo mostraram o benefício de proteger as fontes proteicas de maneira a aumentar a porção PNDR, principalmente para as categorias mais exigentes. Um primeiro método mais óbvio é suplementar diretamente com uma fonte de proteína protegida de PNDR, como aminoácidos protegidos, sendo a Metionina a mais difundida.

Outra maneira é suplementar a dieta com farelos tratados industrialmente. Um bom método é o chamado tratamento por Mailard que consiste em tratar uma fonte nobre de proteína vegetal, geralmente farelo de soja com alta temperatura com uma fonte de carboidrato. Outro método eficiente é o tratamento com formaldeído. Ambos os métodos requerem investimentos vultuosos e envolvem muito riscos de segurança e controle, o que tornam esses processos muito caros. Sem contar que, num país de dimensões continentais, as longas distâncias são um impeditivo para o farelo tratado chegar nas regiões produtoras de leite.

Esses fatores fizeram despertar na cadeia da nutrição animal a necessidade de alternativas mais baratas e mais versáteis. Nesse sentido, uma ótima alternativa chega ao mercado brasileiro. O ADITIVO NUTRICIONAL DE PROTEÇÃO PROTÉICA, foi desenvolvido na França e exaustivamente testada e aprimorado lá, sempre respeitando a tendência mundial de redução de uso de aditivos químicos e antibióticos, uma tecnologia especial consegue proteger parcialmente a fonte proteica da degradação rumenal, aumentando a porção de PNDR da dieta, sem necessidade de tratamento prévio industrial. Essa nova tecnologia pode ser usada em qualquer fábrica comercial ou até mesmo na fazenda, misturando na dieta.

O ADITIVO NUTRICIONAL DE PROTEÇÃO PROTÉICA Trata-se de um aditivo nutricional, totalmente natural que age no ambiente rumenal se complexando com os peptídeos e proteínas por afinidade, carreando essas moléculas para serem digeridas no abomaso e intestino aumentando assim o aporte de proteína não degradável no rúmen (PNDR).

Fluxo duodenal de nitrogênio (medidas in vivo)

Control ADITIVO NUTRICIONALDE PROTEÇÃO PROTÉICA
Fluxo de Nitrogênio 177.6 195.5
Fluxo de nitrogênio – não amoniacal 170.6 187.1

 

Essa maior quantidade de nitrogênio-não amoniacal chegando no intestino, fornecendo maior aporte de PNDR, o que vai proporcionar maior quantidade diária de aminoácidos e peptídeos de boa qualidade para produção de leite e sólidos. É o que mostra o estudo abaixo, comparando uma dieta tradicional versus a dieta com a nova tecnologia, que foi responsável por uma resposta muito significativa em produção de leite (+ 1,0kg de leite/vaca.dia) e uma reposta ainda mais efetiva nos sólidos totais, produzindo 48g a mais de gordura e 49g a mais de proteína. Esse estudo mostra o enorme potencial de resposta para produtor e para a indústria de processamento de leite.

Parâmetros Avaliados Controle ADITIVO NUTRICIONAL DE PROTEÇÃO PROTÉICA Diferença
Leite (kg/d)* 28.4 29.4 + 1,0 kg
Gordura (%)* 3,74 3,79 +0,05%
Proteína (%)* 3,49 3,55 + 0,06%
Gordura(g/d)* 1070 1118 + 48g
Proteína (g/d)* 998 1047 + 49g

*Wisium trial, Arzalfarm, France, 2003 (Animais:2 grupos contemporâneos (44 animais) primíparas e multíparas; Dias em Lactação: 175 Dieta: Pasto a vontade + 6 kg MS silagem de milho+1 kg Milho+ 0.5 kg concentrado proteico + 2 kg feno. Quantidade de ração: 1kg para 2.3L 2 grupos: iso-proteícas metabolizável

Além de comparar com a dieta convencional é importante comparara eficácia desta tecnologia comparando uma com as outras com o mesmo propósito. Essa nova tecnologia já tem implicitamente os benefícios de ser muito mais seguro e mais prático de usar, tanto em fábricas quanto em fazendas, comparado aos métodos de tratamento formaldeído e mailard. Mas é importante saber se o impacto na produção de leite e na produção de sólidos comparado a esses métodos, nas mesmas condições. Abaixo segue o comparativo feito com a tecnologia mais tradicional que é o farelo de soja tratado com formaldeído:

Parâmetros Avaliados Formaldeído ADITIVO NUTRICIONAL DE PROTEÇÃO PROTÉICA Diferença
Leite (kg/d)* 30.4 30.6 + 0.20
Gordura (%)* 4,49 4,40 – 0,09%
Proteína (%)* 3,30 3,26 – 0,04%
Gordura(g/d)* 1.358 1.338 + 20
Proteína (g/d)* 992 991 + 1

*Farm La Touche (56) 2001, France. Animai :2 grupos contemporâneos (38 animais); Vacas de todas as fases de lactação. Dieta: Silagem de Milho + 1 kg Palha de Trigo 3.5 kg concentrado proteico, com ureia Dieta Completa 2 grupos: iso-proteícas metabolizável.

Nessa nova tabela segue comparativo da nova tecnologia versus farelo de soja tratado com método Mailard.

Parâmetros Avaliados Maillard ADITIVO NUTRICIONAL DE PROTEÇÃO PROTÉICA Diferença
Leite (kg/d)* 28.7 29.3 + 0.6
Gordura (%)* 3,79 3,85 + 0.6
Proteína (%)* 3,11 3,11 =
Gordura(g/d)* 1.091 1.129 + 38
Proteína (g/d)* 904 918 + 14

*Farm La Salle Beauvais 2014, France Animais :2 grupos contemporâneos (42 animais)Todas as fases as fases de Lactação (DEL: 150)Dieta:Silagem de Milho+ 2.3 kg concentrado proteico + Dieta Completa. 2 grupos: iso-proteícas metabolizável

Portanto, essa nova tecnologia de proteção protéicaé um aditivo alimentar totalmente natural, fácil de usar, sem risco industrial, muito mais versátil que os outros métodos de proteção, podendo ser usado em fábricas e fazendas, proporcionando mais leite e mais sólidos.

Esse conceito vai totalmente em linha com os conceitos modernos da nutrição animal de busca continua por mais eficiência, sem aditivos químicos e com mais segurança.

*Daniel Campos Escarce, Gerente Técnico Comercial – Bovinos de Leite da Wisium

Fonte:  Ação Estratégica

 

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