Boletim do Feijão II: Preços seguem firmes e carioca nota 10 tem referência de R$ 600/sc

Carioca (*Mercado Firme*)
Preto (*Mercado Firme*)
Caupi (*Mercado Firme*)

REFERÊNCIA DE PREÇOS
Brás – SP (Carioca)

*10 / 10* R$ 600,00
*9 / 9,5* R$ 540,00 / R$ 570,00
*8 / 8,5* R$ 500,00 / R$ 530,00

REFERÊNCIA DE PREÇOS
Brás – SP (Preto)

*Extra*
R$ 280,00 / R$ 300,00
*Comercial*
R$ 240,00 / R$ 260,00

MERCADO NA ROÇA (LAVOURA) 

FIRME, FIRME, FIRME, FIRME!!!

A Notícia do governo federal liberando a importação causou um efeito contrário ao esperado, aumentando a crise, já que tal medida escancarou em toda a mídia nacional e mundial a crise de desabastecimento de feijão que o país está atravessando.

Dificilmente os importadores vão conseguir importar feijão preto nos mesmos patamares de preços que vinham sendo praticados. Ou seja, o feijão preto importado tem tudo pra chegar mais caro. Com o aumento do consumo dessa variedade, em substituição ao feijão carioca que está em falta, a importação será necessária pra suprir uma possível falta dessa variedade no futuro.

Já o mercado do feijão carioca não tem muito o que se fazer, a não ser esperar o início da safra de pivô. Como dá pra contar na palma da mão os produtores que vão colher feijão nas próximas duas semanas, não resta muita opção para as empresas, a não ser comprar, pagar e esperar na fila para se colher a mercadoria e, somente depois, realizar o embarque.

Diante de tudo isso, a cada dia que passa, novas praças passam a sofrer com a falta de feijão nas gôndolas (prateleiras) dos supermercados.

FUTURO:

O desabastecimento é tão grande que vários analistas de mercado já começam a falar que a tão esperada oscilação negativa no preço, que deveria ocorrer no pico da safra de pivô, possivelmente nem deve ocorrer nas proporções que todos estão esperando. E pior, eles começam a alertar que passando o pico da safra de pivô – que deve durar em torno de 20 (vinte) a 30 (trinta) dias, entre os meses de agosto e setembro – o feijão carioca volta a operar nos patamares de preços atuais. A conta pra se chegar a essa conclusão é simples e vários produtores já estão fazendo essa conta. Pega-se o feijão da safra de pivô, divide por 5 (cinco) – que deve ser o número de meses que o Brasil vai depender desse feijão para atender a demanda nacional – e, dessa maneira, a conta não fecha. Continua um déficit gigantesco. Isso, em se falando em condições normais. Agora, se juntarmos o déficit atual a uma safra reduzida (que já está confirmada que será menor que anos anteriores), e também a problemas como a escassez de água, que vai afetar muito a produção, assim como os problemas com a mosca branca, tem tudo para essas informações se confirmarem e, dessa forma, manter esse mercado em patamares exorbitantes ainda por um bom tempo.

Fonte: Juliano Seabra