A BRF concluiu a venda de ativos na Argentina, seguindo o plano de desendividamento da companhia.
Na venda destes, estima-se que a perda com a operação – valor de compra menos o de venda – chegou a R$ 340 milhões.
Mal negócio?
Nem sempre.
Quando falamos de negócios, temos que tomar decisões racionais.
Muitas vezes, por algum motivo, pensamos: “Mas eu já investi tanto (tempo ou dinheiro) nisso, vou tentar mais uma vez.”
Contudo, precisamos entender – e aceitar – que existem custos irrecuperáveis.
E estes não podem prejudicar a sua tomada de decisões olhando adiante.
Neste caso, desde 2011 as operações com estes ativos acumulavam perdas de R$1,2 Bi.
Ainda que possa figurar uma “perda” agora, é isto o que possibilitará que seu capital seja melhor remunerado em outro lugar.
Se não vendo, alugo
Devido a prejuízos com a operação com as unidades de fertilizantes do Nordeste, a Petrobras anunciou o desejo de arrendar tais plantas.
A estatal prevê a saída do ramo.
Contudo, devido a pressões políticas, as vendas das unidades foram interrompidas pelo Supremo no ano passado.
E você, produtor, com isso?
O acontecido levanta uma estratégia bem conhecida – mas nem sempre considerada – no agronegócio brasileiro, o “aluguel de ativos”.
Combinada ou não a um plano de saída de uma atividade, o aluguel de ativos não utilizados – ou subutilizados – é uma alternativa para remunerar o capital empregado no seu agronegócio.
Quando falamos em decisões estratégicas, devemos sempre avaliar todas as alternativas.
Alternativas como esta devem sempre ser consideradas em seu planejamento estratégico.
Se seu objetivo é lucrar, por que não considerar arrendar seus ativos improdutivos para terceiros?
Se não tenho, compro.
O Rabobank, grande banco do agro mundial, alerta em seu relatório a situação dos estoques de milho da China.
O relatório aponta que se nada for feito, o estoque de milho dos chineses pode chegar a níveis críticos.
Isso, pois sua produção e volume importado, não suportam seu consumo – que cresce ano a ano.
E a saída para tal?
Produzir mais ou importar mais.
De uma maneira ou outra, para os produtores brasileiros, é importante se atentar ao mercado global.
E mais do que esperar pelo desfecho da produção do 2º maior produtor de milho, é importante saber o que fazer em cada situação.
Ou seja, planejar-se.
Aproveite o começo de ano e não deixe de consolidar seu planejamento!
Aposte em análises de cenários, pessimistas e otimistas, para auxiliar sua tomada de decisão.
Produzir ou lucrar?
Segundo o Pecege, a diminuição da produção de cana-de-açúcar aliada ao aumento de custos e ociosidade de ativos industriais nesta safra, deve prejudicar os resultados do setor.
Ou seja, custos que antes seriam diluídos em mais toneladas, agora recaem sobre a menor produção, aumentando o custo por tonelada processada.
Logo, devemos sempre produzir mais?
Cuidado!
Nem sempre produzir mais significa lucrar mais.
O incremento produtivo dilui sim custos fixos, contudo, pode vir acompanhado de aumento de custos variáveis também – mais insumos agrícolas, mão-de-obra, etc.
E às vezes o incremento de receita não vale a pena frente ao aumento de custos e capital empregado adicional.
Portanto, antes de aumentar sua produção, avalie o qual o retorno deste aumento.
Produtividade NÃO é sinônimo de lucratividade!
E falando de produzir mais, ou não, discutimos o tema em um de nossos artigos.
Vale a pena intensificar sua produção?
Nem sempre esta é a melhor alternativa para aumentar seus retornos.
Quer saber mais? Confira nosso artigo sobre o assunto.
Fonte: Perfarm