A Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) convidam para a inauguração do Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Centro, em Campo Verde, no próximo dia 17 (sexta-feira). Essa data foi escolhida também para a realização do Dia de Campo, oportunidade oferecida a cada ano-safra para que os produtores e seus colaboradores conheçam as novas tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do IMAmt e de instituições parceiras, e possam se preparar melhor para a próxima safra.
“Será um dia especial não só para os produtores de algodão, como também para todos que participam do sistema produtivo adotado no cerrado mato-grossense. Os convidados terão a chance de conhecer as instalações do CT do Núcleo Regional Centro e, ao mesmo tempo, entrar em contato com novas tecnologias”, afirma Gustavo Piccoli, presidente da Ampa e do IMAmt.
O Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Centro é o terceiro a ser inaugurado pela Ampa e pelo IMAmt, após a entrada em operação dos CTs dos Núcleos Regionais Norte (região de Sorriso) e Sul (Rondonópolis). Outros dois CTs estão sendo construídos nos núcleos regionais Médio Norte (Campo Novo do Parecis) e Noroeste (Sapezal) e todos deverão estar funcionando até o final deste ano.
“Trata-se de uma proposta inovadora, que visa oferecer um local com todas as condições para promover a qualificação de mão de obra utilizada no agronegócio e também para o desenvolvimento e difusão de novas tecnologias”, explica Alvaro Salles, diretor executivo do IMAmt. Esse trabalho, segundo ele, será feito em parceria com várias instituições de ensino e pesquisa como a Embrapa (através de várias unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Senar-MT (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e o IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso).
O IFMT e a UFMT, por exemplo, são parceiros num trabalho inédito na área de sensoriamento remoto multi-sensorial baseado em um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) para monitorar áreas com infestação de nematoides e outras doenças vinculadas ao solo difíceis de serem visualizadas a olho nu. O objetivo, segundo o fitopatologista do IMAmt, Rafael Galbieri, é contar com mais uma ferramenta para auxiliar no manejo de nematoides e de outras doenças nas fazendas produtoras de algodão.
Outra inovação do CT do Núcleo Regional Centro diz respeito à área de controle biológico: um projeto-piloto para a produção de fungos visando o controle de pragas, doenças e nematoides que afetam a cotonicultura e outras culturas que integram o atual sistema produtivo. “A ideia inicial é produzir fungos do gênero Trichoderma, que podem ser utilizados para controle de fungos de solo, dentre os quais o causador da doença mofo-branco, que ataca o algodão e outras culturas”, explica o pesquisador Carlos Marcelo Soares, do IMAmt. O CT do Núcleo Regional Centro também será um dos principais pontos de apoio para a pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de algodão – trabalho que hoje está concentrado na Unidade Experimental do IMAmt em Primavera do Leste.
O Núcleo Regional Centro (que inclui os municípios de Campo Verde, Chapada dos Guimarães, Dom Aquino e Jaciara) responde hoje por cerca de 115 mil hectares de um total de aproximadamente 607 mil plantados em Mato Grosso na safra 2015/16. A região de Campo Verde é considerada excelente para o cultivo do algodoeiro e também se destaca por seu potencial para outras culturas (soja, milho, suinocultura, avicultura, etc). Outra característica marcante desse Núcleo Regional é a presença de muitas cooperativas e de pequenos e médios produtores de algodão.
