Capacitação sobre raiva no Instituto Pasteur

O fiscal estadual agropecuário Vilar Gewehr, chefe-adjunto do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, que teve inicio ontem, com capacitação de três semanas no centenário Instituto Pasteur, em São Paulo. O objetivo é acompanhar todos os processos de diagnóstico da raiva na instituição que é referência no tema desde o início do século passado.

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS (Fundesa) está custeando a capacitação como forma de manter o IPVDF com pessoal atualizado para a atividade. “Com as aposentadorias, os servidores mais experientes estão deixando os laboratórios e temos a intenção de contribuir para esse importante serviço prestado pelo Instituto, fundamental tanto para o setor de produção, pela Secretaria da Agricultura, quanto para saúde humana, através da Secretaria da Saúde”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.

A raiva é uma doença viral que atinge humanos, animais de estimação e de produção. No campo, é transmitida principalmente por morcegos hematófagos contaminados com o vírus. No IPVDF, são realizados entre 500 e 600 diagnósticos por ano. A metodologia utilizada é a de imunofluorescência que, em caso negativo, passa para uma segunda etapa, com a inoculação em camundongos. “Esse método é fundamental para garantir a segurança no resultado, já que existem muitos casos de falsos-negativos com a imunofluorescência. Em equinos, por exemplo, chega a 25%”, explica Gewehr.

No laboratório do Instituto Pasteur, onde será realizada a capacitação, existe ainda a alternativa a inoculação em células, que tem um resultado mais rápido do que a inoculação em camundongos e no futuro poderá substituí-la. “Acreditamos que em dois anos possamos adotar essa técnica também no IPVDF, pois isso demanda a aquisição de equipamentos”, diz o fiscal.

Como medida de controle, no caso dos animais de produção, a vacinação contra a raiva é recomendada em regiões endêmicas, onde é constatada a presença de morcegos portadores do vírus. Isso pode ser identificado e comunicado pelo próprio produtor quando observar mordeduras nos animais. Conforme Gewehr, a comunicação dos casos contribui para a localização de furnas e o controle da população de morcegos, que são os principais transmissores no setor produtivo.

Para informar sobre a ocorrência de casos ou suspeitas pode ser utilizado o Whatsapp do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura (51 984452033) ou no telefone da inspetoria da localidade.

Fonte: Thais D’ Avila