CBA anuncia balanço de investimentos no Cerrado goiano

Em comemoração ao Dia Nacional do Cerrado, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) anuncia seu balanço de seis anos de investimento no Legado Verdes do Cerrado, a única Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável (RPDS) da região Centro-Oeste, localizada em Niquelândia (GO).  A área tornou-se um laboratório de pesquisa a céu aberto, além de ambiente para iniciativas da nova economia que convivem harmonicamente com atividades convencionais, como agricultura e pecuária. O balanço soma resultados expressivos como o registro de 1.670 espécies da fauna e flora aquática e terrestre, sendo que uma delas integra a lista de novas descobertas mundiais; a formação de um dos maiores bancos de sementes de espécies da flora nativa do país; recuperação e proteção de nascentes, além de um projeto inédito de crédito de carbono no bioma Cerrado.

Desde a década de 40, a CBA vem protegendo grande parte do Cerrado na região. Em 2017, a Companhia e a Reservas Votorantim, através da assinatura de um protocolo de intenções com o governo do Estado de Goiás, transformaram os núcleos Engenho e Santo Antônio da Serra Negra (de propriedade da CBA), em Niquelândia, na primeira Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de Cerrado no País, o Legado Verdes do Cerrado, com 32 mil hectares (equivalente ao tamanho da cidade de Belo Horizonte-MG).

Em 2023, o Legado Verdes do Cerrado mantém uma trajetória marcada por grandes contribuições ao estudo e conservação do Cerrado brasileiro e no desenvolvimento de atividades da nova economia. Os resultados são fruto das mais de 20 parcerias com instituições de ensino e pesquisa, 11 projetos de pesquisas científica (considerando internos e com parcerias externas) – deste total, três são novos –, 107 pesquisadores envolvidos, gerando mais de 20 publicações, entre teses, artigos científicos, capítulos de livros e outras divulgações científicas.

O trabalho de levantamento da fauna e da flora existentes no território apontou que a Reserva abriga 12% de toda flora do bioma, sendo que deste total, 2% são de espécies endêmicas do Cerrado, o que torna a área um valioso patrimônio genético do bioma e da biodiversidade brasileira. Outro destaque nas pesquisas com flora foi a descoberta da Erythroxylum niquelandense, uma planta com propriedades que podem ser utilizadas em medicamentos para o tratamento de doenças como o câncer e Aids, integrando a lista de novas descobertas mundiais, publicada em um artigo na revista científica Phytotaxa Magnolia Press, da Nova Zelândia.

O balanço também relembra uma iniciativa inédita do Legado Verdes do Cerrado: o Centro de Biodiversidade, que une pesquisa científica com a produção de espécies nativas da flora. Inaugurado em 2018 e ampliado em 2019, o espaço tem capacidade de produção de 250 mil mudas por ano e, atualmente, atende a demanda de projetos de restauração, principalmente nos estados de Goiás e Minas Gerais, de parceiros da Reserva, instituições e proprietários rurais, além de prefeituras em projetos de recuperação da flora e paisagismo urbano.

“O Brasil se comprometeu com a meta de restaurar 12 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030. Deste total, 5 milhões estão localizados no Cerrado. Portanto, iniciativas, como o banco de sementes e o Centro de Biodiversidade são essenciais para contribuir com as metas nacionais e internacionais de desenvolvimento sustentável, como as elencadas pela Década da Restauração, instituída pela ONU [Organização das Nações Unidas]”, diz David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, empresa gestora do Legado Verdes do Cerrado.

Na fauna, o balanço aponta que 90 espécies animais já foram registradas. Dentre elas, duas têm destaque especial: a onça-pintada e o cachorro-vinagre. Para a onça-pintada, a Reserva é um importante e seguro corredor ecológico, já que a CBA investe no monitoramento de todo o território. Para o cachorro-vinagre, o Legado é um refúgio no Cerrado, já que a espécie, segundo projeções da ciência, tem a probabilidade de 100% de extinção em 100 anos neste bioma.

As pesquisas científicas na Reserva também contribuíram para a melhoria do manejo nas áreas produtivas, segundo o balanço. “Na agropecuária, com a criação de gado e o cultivo de soja e milho, optamos por práticas com manejo integrado, visando a diminuição de defensivos químicos e a preferência por produtos biológicos. Implantamos o cultivo de frutas nativas no sistema agroflorestal e estamos avançando na integração de lavoura e pecuária, obtendo bons resultados e maior conservação dos recursos naturais. Essas melhorias só foram possíveis graças ao modelo de negócio aplicado na gestão da área, baseado no múltiplo uso do solo. Para o melhor manejo, estamos sendo guiados pelas pesquisas científicas. Aliando conservação ambiental à nova economia integrada com atividades convencionais, o Legado vem demonstrando que esse novo modelo é possível, sendo um indutor do desenvolvimento sustentável da região”, comemora o diretor.

A conservação dos recursos hídricos também aparece em evidência. A CBA, por meio do Legado Verdes do Cerrado, investe na conservação do rio Traíras, um dos mais importantes da região. Este corpo hídrico é responsável pelo abastecimento de todo município de Niquelândia, com 46 mil habitantes, compreendendo a bacia hidrográfica de Tocantins. Junto ao Rio da Almas, é uma das vertentes que leva água para o quinto maior lago do Brasil, o lago artificial da usina Serra da Mesa, o maior do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m³. Além da conservação de matas ciliares e a recuperação de áreas degradadas dentro e fora dos limites da Reserva, até o momento, o investimento total em iniciativas voltadas à conservação do Rio Traíras já ultrapassou R$ 300 mil reais.  

Projeto REDD+ do Cerrado

Neste ano, outro importante e recente resultado se destaca: a CBA e a Reservas Votorantim completaram um ano de certificação do primeiro projeto REDD+ do Cerrado, que monetiza o estoque de carbono por desmatamento evitado. O projeto contempla uma área de 11,5 mil hectares do Legado, com 350 mil toneladas de carbono já certificadas. 

O diretor aponta que o projeto mostrou novas possibilidades para conservação do bioma. “Diversas regiões de Goiás (e do Brasil, onde o bioma ocorre) foram classificadas como Áreas Prioritárias Para Conservação do Cerrado no Brasil, e hotspot mundial de biodiversidade, ou seja, que necessitam de proteção e conservação para assegurar a sua riqueza biológica. A região de Niquelândia, onde o Legado Verdes do Cerrado está inserido, é uma delas¹. Se por um lado é uma grande responsabilidade, também é uma oportunidade. O valor desses territórios gera créditos de carbono com grande peso em biodiversidade e serviços ecossistêmicos. O mercado de carbono avança cada vez mais e, acessá-lo por meio do Cerrado, já é uma realidade, sendo mais uma alternativa para gerar negócio mantendo o bioma em pé”, explica Canassa.

Para Leandro Faria, gerente-geral de Sustentabilidade da CBA, os resultados obtidos pelo projeto REDD+ do Cerrado são resultado do compromisso da CBA com a sustentabilidade.  “O investimento neste território integra o pilar ambiental da Estratégia ESG 2030 da CBA, que visa preservar os recursos naturais e a biodiversidade. Nesse sentido, o Legado Verdes do Cerrado é uma importante contribuição para alcançarmos não só as metas de desenvolvimento sustentável que nos comprometemos voluntariamente, mas também para cumprimos ao máximo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os ODS, elencados pela Organização das Nações Unidas, a ONU. Aliás, o Legado Verdes do Cerrado e o seu modelo de negócio contribuem diretamente com nove dos 17 ODS estabelecidos”, explica Leandro Faria, Gerente geral de Sustentabilidade da CBA. 

Segundo Faria, ainda sobre a ótica do investimento, o Legado Verdes do Cerrado é uma ação, apresentada pela CBA ao Brasil e ao mundo, baseada em um modelo de gestão viável não só aos negócios, mas, especialmente à conservação. “Conservar o Cerrado é urgente e inerente ao desenvolvimento sustentável do país e à estabilidade climática mundial e essa é uma das contribuições da CBA no caminho de trilhar um futuro mais sustentável”, finaliza.

Fonte: Laila Rebecca