Chineses compram empresa londrinense

Há 32 anos no mercado, a empresa norte-paranaense é um dos maiores distribuidores de insumos agrícolas e comercializadores de grãos do Brasil

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra de 53,99% das ações da Belagrícola pelo grupo chinês DKBA, braço brasileiro do Shanghai Pengxin. O valor do negócio não foi revelado, mas a empresa londrinense – cujo negócio principal é a comercialização de grãos e insumos – faturou no ano passado R$ 2,8 bilhões. O grupo chinês é o mesmo que, em 2016, havia comprado a Fiagril, companhia do mesmo ramo da Belagrícola, com sede em Lucas do Rio Verde (MT).
Apesar de terem adquirido o controle acionário da empresa de Londrina, os chineses manterão os atuais sócios no comando. O CEO Flávio Barbosa Andreo diz que o namoro entre os dois grupos teve início há cerca de um ano. “Depois de comprarem a Fiagril, os chineses pediram aos bancos que indicassem outra empresa para eles adquirirem. E os bancos nos indicaram”, conta.
Segundo Andreo, os investidores chineses estão “vindo com tudo para cima” do agronegócio no Brasil. “Isso é importante para a empresas e para os agricultores. Porque é capital que vem para ajudar a melhorar nossa infraestrutura e a produtividade ao longos dos anos”, avalia. O país asiático, de acordo com ele, tem vontade de estreitar laços com o Brasil, muito mais que qualquer outro. “A China sabe que não pode ficar sem os grãos brasileiros.”
Atuando no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, a Belagrícola conta com 38 unidades de recebimento de grãos e 55 lojas de insumos, empregando 1.600 pessoas e já é uma das maiores do setor no Brasil. “Temos expectativa que dobre de tamanho em cinco anos”, declara o CEO.
Segundo o presidente do conselho de administração e fundador, João Andreo Colofatti, o sonho é que a Belagrícola se consolide como um grande player nacional, num mercado que tende a se concentrar. Ele explica que os sócios não vão retirar praticamente nada do dinheiro que será aportado pelos chineses. Trata-se de uma expansão do capital, que dobrou após o negócio. Colofatti ressalta que a empresa ficará “extremamente capitalizada” e em condições de aproveitar novas oportunidades de mercado.
De acordo com o empresário, apesar de familiar, a companhia já havia adotado práticas de governança, contratando diretores no mercado. “Um dos fatores que fizeram os chineses se interessarem é que tínhamos uma gestão mais profissional que a média do mercado”, alega.

Fonte: Folha de Londrina