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Comentário Original

Marco A. Caruso | Eduardo Vilarim
A semana é mais curta com o feriado na sexta-feira, mas é carregada de eventos importantes na agenda econômica. As bolsas abrem no negativo nessa segunda-feira, com os juros nos EUA mantendo a sua tendência de alta liderada pelos juros reais. As moedas têm algum viés pró-dólar, enquanto as commodities não tem sinal único; destaque para a queda de mais de 4% no petróleo, negociando abaixo de US$ 100/barril.
Agora de manhã, o presidente do banco central do Brasil, Roberto Campos Neto, fala em evento público; suas sinalizações ganham importância depois da surpresa com o IPCA de março, muito acima das expectativas (1,62% versus 1,35% da mediana dos analistas) e com qualitativo ruim.

Vale lembrar que o COPOM vinha sinalizando de forma mais explícita e contundente a sua intenção de parar o ciclo da Selic em 12,75%, promovendo uma última elevação de 1 ponto percentual em maio. A inflação corrente seguirá colocando em xeque qualquer intenção de pausa, enquanto o colegiado buscará entender se a inflação esperada para 2023 voltará a piorar e exigir juros mais altos. Entendemos que a Selic terminal deverá cruzar os 13%.
De qualquer forma, a combinação de inflação mais alta e perspectiva de mais juros ajuda a explicar o movimento dos principais mercados no Brasil na última sexta-feira: subida expressiva da curva de juros, queda da bolsa, mas acompanhada de valorização do real, que se descolou mais uma vez dos seus pares.

Ainda no Brasil, conheceremos ao longo da semana os últimos dados de atividade referentes a fevereiro e divulgadas pelo IBGE. Espera-se uma recuperação do setor de serviços e varejo ampliado depois de começo de ano negativo, assim como o observado com a indústria no mesmo período. De fato, já observamos revisões positivas de diferentes analistas do PIB projetado para 2022, especialmente daqueles que anteviam uma queda no crescimento ante 2021. A falta de divulgação do Boletim Focus dificulta essa mensuração de forma mais objetiva, mas a tendência já era observada antes da greve no BCB.
Da Europa, o destaque fica com a reunião do seu banco central (BCE). Suas decisões deverão encarar uma dicotomia entre atividade fraca e inflação pressionada. Considerando que seus núcleos de inflação têm sofrido menor repasse da inflação cheia e os sinais mais fortes de que a atividade local poderia sofrer uma queda mais expressiva, espera-se uma postura cautelosa do BCE na condução dos juros vis-à-vis os demais BCs.
Ainda por lá, as eleições na França confirmaram um segundo turno entre Macro e Le Pen. O resultado do atual presidente foi pouco melhor que o sinalizado pelas pesquisas, o que levou a consultoria política Eurasia a sugerir uma chance de 70% de reeleição.

Para terminar, é essencial citar a China como fonte potencial de volatilidade e piora do humor global daqui para frente. Vamos conhecer nessa semana os dados de atividade que fecham o 1T22, o que inclui o seu PIB, que seu permeados dos efeitos adversos dos lockdowns promovidos recentemente. As notícias que se tem de Xangai, ainda que pouco transparentes, como de costume, são bastante negativas; as restrições de mobilidade parecem pouco organizadas, com manifestações populares e com novo pico de novos casos diários (25 mil).

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