Commodities têm recuperação generalizada e podem entrar em novo ciclo de altas

Ontem, dia 6 de junho, as principais commodities registraram um dia de altas expressivas nas bolsas internacionais. O milho e o trigo em Chicago subiram mais de 2%; o café arábica mais de 3% em Nova York e o Robusta mais de 1,5% em Londres; o algodão e o petróleo mais de 2%. A soja, o zinco, ouro, a prata e o cobre também registraram um pregão positivo.

Os traders parecem ter começado a semana acompanhando um comportamento já observado nas últimas semanas de um apetite ao risco um pouco mais aquecido, com os investidores migrando para ativos mais “arriscados” como as commodities, principalmente as agrícolas. Há algum tempo isso não acontecia.

De acordo com especialistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, o ciclo de baixa de quatro anos das commodities – que levou os preços a testarem seus mais baixos patamares em um quarto de século – parece estar caminhando para o final e já é possível acompanhar uma recuperação generalizada.

O Índice de Commodities Bloomberg, que acompanha 22 itens, está perto de fechar com uma alta de 20% em relação à sua mínima registrad em 20 de janeiro deste ano, confirmando portanto esse “momento positivo, de um bull market”, como explicam analistas e consultores de mercado.

Nesse período, as matérias-primas superam a performance de títulos, moedas e ações neste ano diante das especulações de que os estoques – que antes promoveram essa recente baixa nas cotações observada nos últimos ano – começam a ser reduzidos frente a uma demanda que só faz crescer. Assim, o Citigroup Inc. informou, em nota, nos últimos dias, que em meio a este movimento revisou para cima suas projeções de preços dos metais aos grãos, em uma recuperação liderada pelo petróleo.

Em entrevista à Bloomberg, o diretor de commodities, com pesquisas na Ásia, do Société Genéralé, Mark Keenan afirma que “a retomada generalizada dos mercados de commodities surpreenderam muitos mercados. No entanto, apesar desse sentimento mais positivo do momento, o mercado permanece cauteloso, evoluindo de forma significativa, especialmente com os futuros do petróleo”. Em janeiro, a commodity bateu em suas mínimas em 12 anos em todos os principais países produtores.

Complexo soja na liderança

Ainda de acordo com o levantamento da Bloomberg, o farelo de soja e a soja em grão subiram mais do que qualquer outra commodity no Índice Bloomberg este ano. Os futuros de produtos agrícolas utilizados para a produção de alimentação animal e óleos do cozinha subiram, respectivamente, 58% e 33%.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas