Como controlar os carrapatos em um clima cada vez mais quente

O verão é um período crítico para a infestação de carrapatos bovinos (Rhipicephalus microplus): o combo clima úmido com mais luz e altas temperaturas oferece as condições ideais para a sua multiplicação. Segundo estimativa realizada por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o ectoparasita causa um prejuízo superior a US$ 3,2 bilhões aos criadores por ano. Para se ter ideia do tamanho do desafio dos pecuaristas para controlar o parasita, a fêmea do carrapato pode produzir entre 1.500 e 2.000 larvas.

Os ectoparasitas causam perda de peso, danificam o couro, transmitem agentes patógenos e/ou produzem lesões que predispõem os animais a infecções secundárias (SILVA et al., 2010). Esse parasita, além de sugar o sangue e furar o couro, mantém os animais sob estresse contínuo (WEGHER, 2010).

Daniel Rodrigues, gerente técnico da unidade de negócios de Ruminantes da MSD Saúde Animal, lembra que os eventos climáticos extremos, influenciados pelo El Niño e outros fenômenos, que deixam as temperaturas mais quentes, agravam a situação, daí a importância de se fazer um controle estratégico dos ectoparasitas, de acordo com as estações do ano. “Na primavera-verão, fazemos as primeiras aplicações de carrapaticida, sempre utilizando um produto de alta capacidade. E, para outono e inverno, adotamos o protocolo curativo. Se quebramos o ciclo dos carrapatos no período quente, teremos um intervalo de tratamento melhor”, diz.

Há um ano, a MSD Saúde Animal lançou, a partir do Brasil, a inovação do Exzolt® 5%, para o controle de ectoparasitas. Rodrigues conta que foram feitos estudos a campo nos quais, com o uso do produto, o gado ficou livre do carrapato por  42 dias. “O produto teve 100% de eficácia do 3º ao 42º dia pós-tratamento, algo extremamente significativo, pois animais livres de carrapatos têm mais chance de expressar seu potencial com ganho de peso, melhora na reprodução e sanidade, em geral. No entanto, para assegurar os resultados é necessário seguir a recomendação de uso, realizando de duas a três aplicações com intervalos de 42 dias”, reforça o profissional.

Na batalha contra os ectoparasitas, a Agropecuária Sobradinho, situada nos municípios de Maçambará e Itaqui (RS), enfrentava uma resistência a todos os princípios ativos e alta rotatividade de manejos. Após a adoção do Exolt® 5%, Caroline Esmério e Pedro Ivo Wenning, gestores da propriedade que trabalha com ciclo completo, afirmam que a taxa de prenhez subiu em 30%. “Voltamos as nossas altas taxas de prenhez e de desmame que a grande quantidade de manejos sanitários estava impossibilitando. Sem contar que resolvemos o problema da rotatividade de funcionários, que era imensa devido à grande demanda de serviço, hoje a situação está estabilizada”, relata Caroline. E completa: “Costumo dizer que Exzolt veio para que nossos dias retornem à calmaria e solidez que a pecuária sempre nos proporcionou”.

A vida antes de Exzolt não era fácil na Fazenda Sobradinho. A gestora revela que foram feitos vários biocarrapaticidogramas (testes) e o resultado era sempre o mesmo: resistência a todos os princípios ativos que combatiam carrapatos existentes até então. Os tratamentos eram custosos e ineficazes. “Tínhamos de fazer banho a cada 15 dias. Nada dos calendários e de manejo que eram montados pelos veterinários para controle dava certo. Iniciávamos os tratamentos na primavera-verão e estendíamos até um pedaço do outono, cada lote ultrapassava 10 aplicações de 10 princípios ativos diferentes e a taxa de prenhez ficava em 58%”, afirma Caroline.

Ela conta que, com Exzolt, os tratamentos foram iniciados com 45 dias e que chegaram à conclusão de que poderiam prolongar o período. “Alguns lotes tiveram intervalo de 56 a 60 dias de aplicação. A taxa de prenhez ficou em 76,7%. Aumentou muito em relação ao período anterior.”

Embora ainda não tenha fechado os números, Caroline afirma que, após adotar o protocolo, houve redução na mortalidade de bezerros. “Devido à alta infestação de carrapatos no pasto, tínhamos uma mortalidade muito grande por Tristeza Parasitária Bovina e observamos a redução.”

Além da ação contra os carrapatos, o Exolt® 5% possui alta eficácia contra moscas-do-chifre, bernes e miíase. O Fluralaner, ingrediente ativo do Exzolt® 5%, é um composto de uma nova classe química e a primeira isoxazolina aprovada para uso em bovinos.

Rodrigues destaca que, para a obtenção dos melhores resultados, não basta a tecnologia farmacêutica, é preciso adotar um protocolo. “É fundamental um carrapaticida eficiente associado ao cuidado estratégico e à orientação técnica. Dentro de uma mesma fazenda, com uma mesma raça, há formas diferentes de tratar o rebanho. Bezerros de 4 a 8 meses, por exemplo, precisam de mais banhos. Por isso, a MSD Saúde Animal oferece toda a orientação técnica necessária para que o protocolo seja aplicado de maneira correta”, conclui o médico-veterinário.

Fonte: Thaís Campos (Ketchum)