Complexo soja renova máximas na Bolsa de Chicago e grão fecha com melhores preços em quase 2 anos

O complexo soja disparou novamente na Bolsa de Chicago na sessão desta quarta-feira (8). Os futuros da soja em grão subiram, nas posições mais negociadas, mais de 3% – ou de 33,50 a 36,50 pontos -; os do farelo mais de 2% e os do óleo, mais de 1%. Durante todo o dia as commodities operaram em campo positivo e foram intenisificando seu caminho de alta.

Dessa forma, segundo Bob Burgdorfer, analista de mercado do site internacional Farm Futures, a posição julho/16 da soja, que fechou o dia com US$ 11,80 por bushel, registrou seu mais elevado patamar desde agosto de 2014. “E pode adicionar mais alguns ganhos não só neste vencimento, como também no novembro (que é referência para a nova safra dos Estados Unidos)”.

Há, segundo explicam analistas, uma junção de fatores que segue atuando como combustível para os preços que vem ganhando cada vez mais peso e aumentando o apetite dos fundos de investimento a cada nova sessão. No centro das atenções, o cenário climático nos Estados Unidos e o desenvolvimento da nova safra.

“O clima passa a ser o principal foco de observação dos fundos, que continuam comprando, apostando em seca durante o mês de julho (nos Estados Unidos)”, explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora.

Segundo analistas internacionais, os traders ainda seguem acompanhando com atenção as previsões que indicam tempo mais quente e seco no Meio-Oeste americano nos próximos dias, o que poderia fortalecer as possibilidades de um La Niña. Nos próximos 6 a 10 dias, de acordo com informações do NOAA, há de 40% a 60% de chances de que as temperaturas fiquem acima da média em todo o Corn Belt, enquanto as chuvas poderiam ficar abaixo do esperado para esse período do ano.

Além do clima nos Estados Unidos, o resultado das adversidades climáticas vividas na América do Sul e que reduziram de forma significativa a oferta local também tem sido importante componente na formação de preços mais altos. A menor disponibilidade de produto afinal, se choca com uma demanda aquecida e crescente.

Nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou uma nova venda de 132 mil toneladas de soja da safra 2015/16 para a China e ajudou a colocar ainda mais força no mercado na CBOT. Ainda nesta semana, o USDA já reportou vendas de 305 mil toneladas de soja em grão da safra 2016/17, sendo 180 mil também para a nação asiática e 125 mil para destinos não revelados.

As importações da oleaginosa pela nação asiática, em maio, somaram 7,7 milhões de toneladas. De acordo com os últimos números reportados pela Adminitração Geral da Alfândega da nação asiática, o volume é 8,3% maior do que o registrado em abril e, em relação ao mesmo mês do ano passado, o incremento é de 25%. No acumulado de 2016, as compras chinesas já superam as de 2015 em 14,5%.

Fonte: Notícias Agrícolas