Convenção discute avanços da agricultura e pecuária de precisão

A quarta Convenção da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa termina nesta quinta-feira (20), em São Carlos (SP), com a participação de 16 Unidades das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A novidade foi a realização cinco workshops nos quais foram discutidos os avanços da agricultura e pecuária de precisão.

“Nós percebemos a necessidade de trazer o pessoal que estava trabalhando com pecuária de precisão e foi muito interessante juntar essas equipes – pela primeira vez – porque existem várias iniciativas acontecendo na Embrapa”, declarou Alberto Bernardi, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, ressaltando a presença de equipes da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande – MS) e Embrapa Pecuária Sul (Bagé – RS).

Uma das novidades nesta convenção foi o workshop para a discussão de indicadores de sustentabilidade e avaliação de impactos ambientais voltados para a Agricultura de Precisão. Geraldo Stachetti, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), disse que foi uma oportunidade excepcional de receber dos participantes, de forma presencial, uma análise crítica da abordagem proposta para análise econômica e ambiental.

“A área ambiental é mais complexa porque são muitas diferenças de tecnologias nas diversas escalas de aplicação. Felizmente nos apontaram que estamos num bom caminho. Temos feito estudos nessa parte de análise ambiental e social em diferentes níveis de complexidade que atendem bem às necessidades da rede”, destacou Stachetti.

Tecnologias do presente e do futuro

O projeto também possui uma equipe dedicada às chamadas “tecnologias portadoras de futuro”, que envolvem Fruticultura 3D, Fotônica, Irrigação de Precisão, Pulverização de Precisão e Internet das Coisas (e das máquinas). Faz parte desse grupo o pesquisador Itamar Bognola, da Embrapa Florestas (Colombo-PR). Ele conta que na área de silvicultura, por exemplo, a área de colheita possui uma eletrônica muito avançada já embarcada, o que ainda não acontece na fase de produção.

“Com relação aos solos, dificilmente uma empresa de grande porte não tem seu mapeamento detalhado do meio físico. Elas têm as informações, mas ainda não conseguem aplicar porque falta automatizar essa etapa para que a produção se transforme em uma silvicultura de máxima precisão”, afirmou.

Ele explicou que, às vezes, a empresa tem toda a identificação de clima, relevo, material genético, solo, mas ainda aplica uma formulação básica de adubação considerando-se a média para todo o ambiente porque operacionalmente ainda não é possível automatizar essa aplicação. “Teremos que, um dia, chegar nisso”, ponderou Itamar.

Drones e segurança de dados

A convenção também abriu espaço para workshops sobre “Operacionalização de VANT e processamento/análise de imagem” e de “Segurança de dados: política de uso, acesso à base, inserção e extração de dados, processamento e extração de conhecimento”, com partes práticas, no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre).

“O formato da convenção refletiu a terceira fase da Rede AP, iniciada no ano passado e que vai até 2020, com a participação de 150 membros de 24 Unidades. Os sete projetos componentes puderam apresentar seus resultados obtidos até o momento em 18 áreas experimentais nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste”, explica o líder da rede, Ricardo Inamasu.

“Diferente do que ocorreu na fase anterior, desta vez não dividimos os projetos entre culturas anuais e perenes, mas numa linguagem já adaptada ao portfólio de automação da Embrapa, ou seja, tecnologias habilitadoras, nas quais a maioria das unidades-piloto possui conexão com os produtores rurais”, acrescenta o pesquisador da Embrapa Instrumentação.

Líder do projeto sobre conhecimento, comunicação, capacitação e transferência de tecnologia em automação e agricultura de precisão, o pesquisador Luís Bassoi, da Embrapa Instrumentação, já planeja uma publicação para 2020 com recomendações para o produtor rural.

“Com mais quatro anos de experimentos nas diferentes regiões e biomas, poderemos enfim detalhar como o agricultor ou o pecuarista poderão se apropriar dos conhecimentos gerados pela Rede de Agricultura de Precisão e aplicá-los”, finaliza Bassoi.

Fonte: Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste