CoopTalks Agro discute transformação digital nas cooperativas

“O futuro do agro no Brasil e a influência das cooperativas”, essa foi a temática principal da 4ª edição do CoopTalks Agro, que reuniu especialistas de forma online neste dia 17 de abril. O País é o celeiro do mundo, uma realidade que é possível graças ao cooperativismo do agronegócio que responde por mais de 50% da produção nacional. Para ampliar o conhecimento sobre o setor e apresentar novas tendências, um time de convidados compartilhou suas experiências.

O primeiro debate foi sobre Transformação Digital e os convidados foram Leandro Carvalho, CEO da Supercampo; Ana Helena Andrade, Presidente da Coonectar Agro; e Kleberson Angelossi; Gerente de Inovação na Coopavel.

Foram abordados diversos aspectos como otimização de dados e máquinas, revolução digital, conectividade nas áreas agrícolas, soluções disponíveis, e como a tecnologia tem transformado os processos e ajudado na qualidade de vida do produtor rural.

Leandro Carvalho comentou que a tecnologia chegou primeiro ao campo pelo core business, pela produção. E agora estão sendo digitalizadas as atividades satélites, secundárias. “Isso inclui as cooperativas como lojistas, no e-commerce e marketplace, aumentando sua abrangência e não se limitando apenas ao ponto físico”.

Sobre o gargalo da infraestrutura tecnológica, ele concorda com a carência: “Por isso temos que desenvolver tecnologias capazes de funcionar no off-line, sem perder a integração que é necessária. É preciso que a ferramenta funcione mesmo em locais remotos onde a conectividade não está disponível”, complementa.

A Supercampo é formada por 12 cooperativas e hoje oferece seus serviços a demais cooperativas também. Entre eles estão: a digitalização das lojas por meio do Balcão Digital; a comercialização de produtos através do marketplace www.supercampo.com e o site www.supercamposementes.com.br, uma plataforma de negociação entre cooperativas, que está revolucionando a forma de comercialização de sementes no agro.

Com o Balcão Digital, por exemplo, os produtores hoje podem criar um carrinho de compras online, ou seja, enquanto ele está na lavoura, vai se lembrando das necessidades ao longo do dia. “O disco de arado quebrou, ele adiciona ao carrinho de compras. No final do dia, revisa o pedido e finaliza. A cooperativa já prepara o material e ele pode mandar alguém retirar na loja cooperada, otimizando seu tempo”, explica o CEO da Supercampo.

“Ouvimos o relato de um cooperado, por exemplo, que tinha um deslocamento para buscar os suprimentos agrícolas de cerca de 100 km. Muitas vezes, chegava à loja e tinha fila para ser atendido, e depois ficava esperando a separação no estoque, para voltar para a propriedade. Acabava perdendo a manhã toda. Hoje ele pode fazer o pedido no conforto do lar e mandar um funcionário retirar o pedido no fim do dia. Isso mostra os benefícios da digitalização. Os desdobramentos são enormes, inclusive na qualidade de vida do cooperado”, analisa Carvalho.

A tecnologia não é a atividade principal das cooperativas, então acabava ficando em segundo plano. A Supercampo veio para suprir essa necessidade, dedicando-se ao desenvolvimento tecnológico para que as cooperativas foquem na produção. “A digitalização é um processo de transformação comercial. Uma atividade que já existe, e vai para dentro da plataforma, trazendo novos resultados, otimizando recursos, com melhorias operacionais, controle de estoque e inúmeros outros benefícios que a digitalização traz. É claro que digitalizar custa dinheiro, mas os ganhos em longo prazo são inúmeros”, finaliza.

Fonte: Danielle Sommer