Corte de verbas do sistema S pode forçar produtores assistidos de Goiás a deixar o campo

Com duas semanas de publicação da Medida Provisória nº 932, que prevê o corte de 50% na arrecadação compulsória do Sistema S durante três meses, a sustentabilidade do Senar Goiás é colocada em cheque junto aos produtores rurais.

Mesmo com o engajamento das entidades representativas do agro, parlamentares e produtores através de diversas manifestações com o tema #OSenarNãoPodeParar, o ministro da economia se mostrou irredutível com a possibilidade de redução da porcentagem do corte. Chegou-se a cogitar uma alternativa no sentido de o Tesouro Nacional, via convênio, fazer uma compensação da perda da arrecadação em cima da comercialização ao Senar. Mas até então nada se concretizou.

O Senar Goiás tinha programado 5 mil cursos de qualificação rural. Não se sabe ainda ao certo, mas calcula-se que pelo menos 25% devem ser comprometidos caso o governo não traga nenhum aporte. Cerca de 4 mil produtores deverão ter redução da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que estimula produção e aumento da renda com administração otimizada da propriedade. E caso isso se concretize muitos, principalmente os pequenos, terão dificuldades de se manter no campo pós coronavírus. O que resultaria em menos produção de alimentos e mais gente migrando para as cidades em busca de trabalho.

No ano passado mais de 50 mil pessoas foram beneficiadas com Programas de promoção social (PS), como o Campo Saúde, que leva assistência médica e prestação de serviço em todo o estado. Eles já foram suspensos por tempo indeterminado.

“O Senar não tem nenhum tipo de reserva financeira. Do que é repassado através do Sistema S, 20% são gastos no setor administrativo e 80% em cursos, assistências técnicas e promoção social ao produtor rural. Estamos trabalhando para refazer todo o nosso planejamento. Ainda temos esperança que o governo seja sensível e avalie medidas para reverter os impactos desses cortes, pois precisamos manter o Agro vivo, produzindo alimentos e sendo uma das molas mestras da economia do nosso país”, explica Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás.

Fonte: Sistema Faeg/Senar

Crédito: DP