Cotações/Cepea – Clima influencia preços

Tomate/Cepea: calor intenso acelera colheita, eleva oferta e preço cai

As temperaturas elevadas neste mês de janeiro têm acelerado a maturação do tomate salada longa vida em algumas das regiões produtoras acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea, levando à intensificação da colheita e, consequentemente, elevando a oferta do fruto. Nesse cenário, os preços recuaram nos últimos dias. Entre 14 e 18 de janeiro, a caixa de 20 quilos do tomate salada longa vida teve média de R$ 43,00 no atacado de Belo Horizonte (MG), 33% menor que a da semana anterior; no Rio de Janeiro, a média foi de R$ 49,52/cx, recuo de 25,86% na mesma comparação; em Campinas (SP), o valor médio da caixa foi de R$ 52,08, queda de 18,15%; e em São Paulo, de R$ 54,52, 16,56% menor. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o clima quente e chuvoso também afetou a qualidade dos tomates. Em Caçador (SC), por exemplo, os frutos apresentam manchas. Já em Itapeva (SP) é a traça que vem prejudicando significativamente as roças, reduzindo o valor de comercialização do fruto – os preços chegaram a R$ 20,00/cx para o tomate ponteiro.

Arroz/Cepea: Chuva prejudica acesso à lavoura, produtor recua e sustenta valores

O preço do arroz em casca segue estável no Rio Grande do Sul, registrando apenas ligeiras oscilações – entre R$ 39 e R$ 40. Segundo colaboradores do Cepea, as frequentes chuvas no estado têm dificultado o acesso a algumas propriedades rurais, afastando do mercado boa parte dos orizicultores. A postura retraída dos vendedores é reforçada ainda pelas desvalorizações observadas nos últimos três meses de 2018 e pela expectativa de menor colheita na safra 2018/19. Do lado comprador, algumas beneficiadoras aumentaram os valores de suas ofertas para realizar novas aquisições, mas mantiveram a preferência pelo arroz depositado em seus armazéns. Segundo empresas consultadas pelo Cepea, a demanda dos setores atacadista e varejista dos grandes centros consumidores aumentou, mas a “queda de braço” quanto aos preços persistiu. Nesse cenário, de 15 a 22 de janeiro, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, recuou ligeiro 0,8%, fechando a R$ 39,77/sc no dia 22.

Café/Cepea: Ano de bienalidade negativa pode ter safra recorde

Depois da safra recorde em 2018/19, as expectativas do setor ainda são de produção satisfatória em 2019/20, considerando-se o ciclo bienal negativo dos cafezais de arábica. A primeira estimativa da Conab, divulgada na quinta-feira, 17, indica que a produção na temporada 2019/20 pode ficar entre 50,4 e 54,4 milhões de sacas de 60 kg de café (arábica e robusta), um novo recorde para um período de bienalidade negativa. O levantamento da Conab também está dentro do esperado por agentes consultados pelo Cepea, que esperam safra 2019/20 entre 50 e 55 milhões de sacas. Os principais motivos da produção positiva são o clima favorável desde as floradas – que aumentou o potencial dos cafezais de arábica e, especialmente, de robusta – e a otimização do manejo da cultura.

Algodão/Cepea: Competição entre vendedor e comprador estabiliza preço

O mercado de algodão em pluma segue registrando acirrada “queda de braço” entre vendedores e compradores. Esse cenário, por sua vez, acabou estabilizando os preços da pluma no mercado spot – o Indicador CEPEA/ESALQ tem sido fechado a R$ 2,94 desde a terça-feira passada, 15. Entre 15 e 22 de janeiro, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, permaneceu praticamente estável (+0.1%), fechando a R$ 2,9467/lp no dia 22. Já na parcial de janeiro, o Indicador registra queda de 3,9%, devido à pressão exercida por compradores no início do mês. Segundo colaboradores do Cepea, as disparidades de preços e de qualidade têm limitado os fechamentos no mercado spot. Comerciantes estão em busca de pluma para atender a contratos e também para fechar negócios “casados”. No entanto, colaboradores do Cepea alegam que boa parte da pluma disponível apresenta cor e/ou características (como micronaire, fibra e resistência), além da heterogeneidade nos lotes. Tradings, atentas às altas nos preços externos, estão firmes nos valores pedidos. Parte dos produtores, por sua vez, está voltada às atividades de campo e à entrega de contratos para os mercados interno e externo.

Fonte: Cepea