Devido à instabilidade política, Faeg avalia Plano Safra como vago e intempestivo

Mesmo com valor 8% maior que o do ano passado, o anúncio do Plano Safra 2016/2017, feito na manhã desta quarta-feira (4), não foi recebido com festa pelo setor produtivo. As causas da insatisfação foram o fato de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não ter levado em consideração um documento, elaborado em conjunto pelas Federações da Agricultura e Pecuária do Brasil, que apontava os anseios e principais necessidades dos produtores, e pela grande chance de haver uma troca de governo – como resultado do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, apresentou o Plano Safra e o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, falou à imprensa. Ao lado dele, o vice-presidente da entidade, José Mário Schreiner, que comanda a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), também se manifestou, fazendo questão de ratificar a falta de verba específica para o Seguro Rural.

Porém, o principal motivo do Plano Safra ter sido alvo de críticas por parte do setor produtivo foi o fato de que o atual governo se encontra sob processo de impedimento no Senado Federal. Dentro de poucos dias, se admitido o processo, a presidente será afastada do exercício do cargo, juntamente com seus ministros e auxiliares. A entidade acredita que é provável que este Plano tenha de ser ratificado e inteiramente regulamentado. “Além disso, o documento ainda precisa passar pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central”, ratificou Schreiner.

Schreiner aproveitou para falar sobre o “trabalho pioneiro” realizado pela CNA ao ouvir as Federações no que diz respeito aos anseios dos produtores, respeitando as peculiaridades de cada região. “Fez-se um documento, que não foi levado em consideração. A classe não foi ouvida”, disse. “A CNA participou da construção dos últimos planos. Este ano, realizou uma ampla consulta aos produtores, visitando todas as regiões do país para instruir o Governo sobre as necessidades e expectativas do setor. Mas quando a nossa entidade estava com as propostas consolidadas, a audiência de entrega ao Ministério da Agricultura foi inesperadamente cancelada”, completou João Martins.

Por: Assessoria de Comunicação