Diante do clima favorável nos EUA, preços do milho registram queda de mais de 5% na CBOT

As principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta terça-feira (21) com quedas expressivas. Os vencimentos ampliaram o movimento negativo ao longo do dia e encerraram o dia com perdas entre 23,75 e 25 pontos. O contrato julho/16 perdeu o patamar dos US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 3,96 por bushel. Já o dezembro/16 era negociado a US$ 4,08 por bushel. As cotações acumularam desvalorizações de mais de 5%.

O analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, reportou que a manutenção do patamar de 75% de lavouras do cereal em boas ou excelentes condições acabou encorajando um movimento de vendas por parte dos fundos de investimentos. “Os fundos estavam comprados em grãos em meio à expectativa de que o La Niña trouxesse uma perda à safra americana. E os investidores esperavam uma queda de 2% a 3% no índice de lavouras em boas condições, como isso não aconteceu eles venderam as posições. Tivemos 47 mil contratos de milho vendidos”, afirma.

Desde ontem, os mapas climáticos voltaram a indicar chuvas em algumas partes do Meio-Oeste do país, o que, de acordo com alguns analistas, devem aliviar áreas que estavam mais secas. E o clima deverá continuar no radar dos participantes do mercado. Isso porque, em meados de julho, nas principais regiões, as lavouras deverão entrar em fase de polinização, uma das mais importantes para a cultura. O momento é considerado de definição da safra por parte dos investidores.

No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que em torno de 75% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, mesmo índice registrado na semana anterior. O órgão também manteve o percentual de plantações em condição regular e condições ruins ou muito ruins, em 21% e 4%, respectivamente.

Ainda hoje, o consultor internacional Michael Cordonnier, revisou para baixo a estimativa para a produtividade média das lavouras de milho nesta safra em comparação com a semana anterior. O número ficou em 174,62 sacas por hectare, o USDA estima o rendimento médio das plantas em 177,8 sacas por hectare.

“Minha preocupação é de que algum milho sofra com o stress hídrico durante a polinização, quando a planta está definindo o tamanho da orelha. Uma vez que este tamanho está definido, ele não pode ficar maior, assim sendo, o stress durante a pré-polinização pode resultar em produtividades menores. Eu acredito que isso possa já estar ocorrendo em alguns locais com o leste do Kansas, norte do Missouri, sul de Iowa e oeste de Illinois, Indiana, Ohio e Michigan”, diz o consultor.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas