Empreendedorismo feminino no ramo alimentício: elas se reinventaram e aderiram à tecnologia para ampliar os negócios

Com parceria de ferramentas como a Trela, mulheres contam como driblam o preconceito, alcançam novos clientes e oferecem preços mais competitivos

 Mais de 10 milhões de mulheres lideram negócios próprios hoje no Brasil. Os dados são do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e apontam que o empreendedorismo feminino já chegou ao patamar de antes da pandemia. Para muitas delas, a aposta é no ramo da alimentação saudável que, segundo pesquisa da agência Euromotor Internacional, o consumo, também alinhado com o bem estar, movimenta mais de 35 bilhões de dólares por ano. O Brasil é o quarto maior do mundo neste setor.

Foi pensando nesta fatia do mercado que a microempreendedora Anna Paula Castro criou o Ideia Saudável, há 10 anos. Com 101 mil seguidores no Instagram, a marca tem como proposta oferecer praticidade, sabor e uma alimentação mais saudável e balanceada.

“A cozinha só me abriu portas. Sempre acreditei no empreendedorismo e, como cresci acompanhando a jornada da minha mãe, como empreendedora, nunca temi por ser mulher. Mas, não dá para negar que não é fácil empreender no Brasil. É um caminho solitário, você tem que arregaçar as mangas e fazer”, conclui. Os parceiros, segundo Anna Paula, facilitam o processo. É o caso da startup Trela, um marketplace que conecta fornecedores de alimentos aos consumidores finais, sem intermediários.

“A Trela veio para somar. É uma grande oportunidade porque faz com que o meu produto chegue mais longe e alcance mais clientes. Além disso, a curadoria dos fornecedores oferece maior credibilidade, permitindo que o cliente compre artigos selecionados a preços vantajosos.”

A xará Ana Paula Frugis conhece de perto os benefícios de estar cadastrada na Trela. À frente da Pizzita desde 2015, que oferece uma linha de pizzas prontas leves e saudáveis, com cardápio variado nas opções tradicionais, integrais, doces e até naturais (plant based), ela reforça: “Começamos bem pequenos, após a decisão por mudar os rumos da minha carreira, focada no mundo corporativo. No último ano, aumentamos significativamente nosso tamanho e espaço”.

Com um processo totalmente artesanal, Ana Paula conta que produz desde a massa até a montagem da embalagem. O molho é sempre fresco e feito com tomates selecionados. “Tudo isso só é possível porque cuidamos de cada detalhe. O preconceito do mercado por ser mulher eu sinto bem de perto, mas uso como combustível para aprimorar ainda mais o meu trabalho. As mulheres têm muito potencial para o empreendedorismo. Temos as habilidades necessárias para isso, já nos é natural”, comenta.

Para Ana Paula, a Trela é uma extensão de sua empresa: “caminhamos de mãos dadas. É uma parceria muito mão na massa, que visa o melhor atendimento ao cliente e ao pequeno produtor”.

Fonte: Letícia Magalhães