Entenda os percentuais de umidade de grãos na reta final da colheita de soja

Produtor deve estar atento ao teor de água no grão, condições de temperatura e a umidade relativa do ar

A colheita da safra brasileira de soja 2021/2022 entra na reta final com mais de 81% da área colhida nas principais regiões produtoras do Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesta etapa o produtor rural tem duas opções:  a venda imediata do grão, logo após a colheita, ou a armazenagem pelo tempo que achar mais conveniente para comercializar o produto, no transcorrer do ano.
Se a escolha for pela armazenagem é preciso estar atento ao teor de umidade do grão, às condições de temperatura e à umidade relativa do ar onde a oleaginosa ficará armazenada.
Por isso, para preservar a qualidade do grão é essencial que a colheita seja realizada com a umidade do grão adequada. Porém, muitos produtores se perguntam qual é a umidade ideal do grão?
A resposta vem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estipula um percentual entre 12% e 14% de umidade para comercialização do grão. Já para a colheita os índices podem ficar entre 16% e 18%. Por isso, é comum que após a colheita da soja ocorra o processo de secagem até chegar aos percentuais de umidade recomendados de 12% a 14%.
Mas, se a intenção do produtor rural for a armazenagem, pelo prazo de um ano, por exemplo, recomenda-se a secagem até os grãos atingirem 11% de umidade, segundo o MAPA. A secagem é uma fase que caracteriza-se como o processo de remoção de água dos grãos até os níveis que permitam o armazenamento, porém isso gera custos.
Além do teor de água no grão, a umidade relativa do ar e a temperatura do armazém precisam estar em equilíbrio para manter a qualidade dos grãos armazenados.
As cooperativas, tradings, entre outros estabelecimentos que compram a soja, utilizam aparelhos medidores de umidade homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro). Somente com os  equipamentos é possível obter um resultado mais preciso sobre o teor de umidade, trazendo inclusive maior transparência na comercialização.
A produtora rural Carla Rossato, que tem propriedades no Norte do Paraná, não abre mão de acompanhar cada fase da colheita, utilizando um medidor de umidade da Motomco. “Faço a coleta das amostras várias vezes antes e depois da colheita (até a entrega na cooperativa) para ver se a umidade está próxima dos percentuais desejados”, afirma ela, acrescentando que o medidor de umidade é uma tecnologia que ajuda muito na tomada de decisões. “Para mim é uma ferramenta de grande valor”, complementa.
A diretora de Marketing Manoella Rodrigues da Silva, da empresa LocSolution que loca aparelhos medidores de umidade e faz treinamento para o uso correto deles, observa que é  importante ficar de olho no teor de umidade.  “A umidade é  o principal fator que rege as qualidades do produto armazenado”, afirma.
Segundo ela, do ponto de vista comercial a umidade pode alterar substancialmente o peso e a qualidade do produto.  “Se os grãos forem colhidos e secos inadequadamente permanecerão com baixa qualidade, pois o armazenamento não tem influência sobre esse aspecto. Daí a importância de colher no momento certo”, afirma Manoella.

Colheita até o 02 de abril (Conab)
Paraná 91,0%
Mato Grosso 99,6%
Mato Grosso do Sul 99,0%
Goiás 98,0%
Minas Gerais 94,0%
São Paulo 95,0%
Santa Catarina 70,0%
Tocantins 93,0%
Maranhão 60,0%
Piauí 75,0%
Bahia 75,0%
Rio Grande do Sul 19,0%
Média nos 12 estados 81,2%

Fonte: VBcomunicacão