FPA: Alterações na Cédula do Produto Rural são debatidas em reunião

Proposta é vista pelos parlamentares como positiva para o desenvolvimento do agro

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se reuniu, nesta terça-feira (29), para debater a proposta acerca da MP 1104/2022, que propõe alterações na Cédula do Produto Rural (CPR) e no Fundo Garantidor Solidário (FGS). Parlamentares e convidados concordam que a proposta é um avanço para o setor e uma evolução do que já foi feito em um passado recente.

O deputado federal Evair de Melo (PP-ES), responsável por presidir a reunião, destacou que é fundamental criar um ambiente rural atrativo e que essa transformação passa por uma remodelagem das condições de crédito. “A CPR é uma forma muito inteligente e é necessário abrir o leque de oportunidades para captar dinheiro novo para o agro brasileiro”, explicou.

Para o parlamentar, o sucesso do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAgro) é um exemplo de que as oportunidades precisam ser criadas para a expansão e desenvolvimento do setor. “O Fiagro foi uma boa experiência e um sinal de que podemos avançar ainda mais com outras ofensivas. Atacar com uma nova modelagem será uma fonte de oportunidades que a CPR trará para o setor produtivo”, concluiu Evair.

Na visão do ex-presidente da FPA, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), todos os pontos que precisam ser melhorados em relação à Medida Provisória estão cristalinos. Segundo ele, a modernização do crédito foi uma conquista alcançada pelos que defendem o agro e avançou gradativamente.

“Foi uma das grandes batalhas que tivemos. Éramos obrigados a pagar créditos altíssimos aos bancos, que virou uma espécie de sócio oculto, pois era mais cartório do que banco, na realidade. Primeiro fizemos o Fiagro, depois a validação da CPR e veio a securitização”, salientou.

Alceu ainda acrescentou a importância de aproximar o emprestador do tomador de crédito como forma de garantir diálogo, confiança e competitividade. “Quanto mais transparente é o crédito e o trâmite, mais segurado o fundo garantidor. Isso nos proporcionará uma agricultura ainda mais qualificada e confiável”, finalizou.

Para o subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (MAPA), José Ângelo, as apostas na expansão da Cédula de Produto Rural e os consequentes benefícios para outras cadeias são uma prioridade. “Queremos expandir a CPR para a indústria, comercialização, revendas, logística, recuperação de pastagens e tantas outras áreas”, frisou.

Nota de repúdio

Ao final da reunião, o deputado federal Evair de Melo respondeu ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que teceu críticas às cooperativas brasileiras quando se referiu ao texto da reforma tributária.

“Ele foi extremamente infeliz e mostrou desconhecimento do assunto. As cooperativas cumprem papel econômico e social louvável, já que organizam as pessoas, produzem riqueza, conseguem embutir qualidade e ser competitivo no mercado”, explicou Evair.

O parlamentar completou ao dizer que “seria ótimo o país ser pautado pelos princípios do cooperativismo, pois seria ainda mais forte na produção e distribuição de renda. Me coloco à disposição para tirar qualquer dúvida a respeito e fazê-lo rever esse posicionamento equivocado”, finalizou Evair de Melo.

Fonte: FPA