IFC discute pescado e segurança alimentar

“Nem mesmo os cenários de incerteza nas cadeias de valor e comércio globais, nem os preços de energia, insumos e rações que têm impactado diretamente nos custos frearam o crescimento da produção de pescados no Brasil. Isso já começa a projetar o país como player global”. A reflexão é da CEO do IFC Brasil e Fish Expo, Eliana Panty, que será realizado na próxima semana de 19 a 21 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR).

“Esse crescimento consistente na produção e exportação vem ao encontro de uma crescente demanda mundial por pescados que deve dobrar até 2050, à medida que aumenta também o poder aquisitivo da população. Quanto maior o poder de compra, maior o consumo de proteínas e nesse cenário o peixe nada em águas claras. Com a projeção da FAO de crescimento de consumo, em torno de 5 kg/habitante/ano, está na hora de pensar em como produzir mais e melhor com menor impacto ambiental, pois esse deve ser um fator determinante em várias partes do mundo e também no Brasil”, alerta Panty.

A CEO observa que a diversidade do consumo de pescado é alta em todo o mundo, uma vantagem para o Brasil que tem importantes bacias hidrográficas. “No Brasil tem os peixes amazônicos, peixes da região central do país e a predominância da tilápia no sul. Isso sinaliza que há muitas oportunidades no papel da proteína vinda da água. O relatório da FAO sobre o Estado Mundial da Pesca e Aquicultura (SOFIA) observa esse crescimento da oferta global impulsionado pela aquicultura, realidade que se expande no interior do País. Cada vez mais os alimentos e a proteína vinda da água representam uma contribuição fundamental para a segurança alimentar e nutricional no século XXI” afirma Panty.

NÚMEROS SURPREENDENTES

No último ano a produção total de pesca e aquicultura atingiu um recorde histórico de 214 milhões de toneladas (178 milhões de toneladas de peixes aquáticos e 36 milhões de toneladas de algas) uma crescente que acende o alerta para futuro do setor. “A produção de animais aquáticos nos últimos três anos, por exemplo, foi 30% superior à média dos anos 2000 e mais de 60% acima da média dos anos 1990. Mas esse crescimento acelerado pede reflexões voltadas para um setor de pesca e aquicultura mais sustentável.  Será necessária uma transformação na forma como produzimos, gerimos, comercializamos e consumimos alimentos vindos da água”, reflete Panty.

Os dados mais recentes mostram que peixes e outros alimentos aquáticos contribuem cada vez mais para a segurança alimentar e nutricional. O consumo global de proteína vinda da água aumentou a uma taxa média anual de 3,0% desde 1961 – quase o dobro da taxa de crescimento anual da população mundial – e atingiu 20,2 kg per capita, mais que o dobro do consumo na década de 1960. No Brasil a média de consumo é de pouco mais de 9,5 kg/habitante/ano.

Fonte: MB Comunicação Empresarial