Juros só vão cair em 2024, sendo otimista

O Credit Suisse prevê que a alavancagem em 2023 fique em 5,8%, acima da meta.

As reflexões e os recebimentos sobre a condução da política econômica e de gastos públicos pelo novo governo federal devem cobrir a alimentação e manter os altos juros no Brasil, aponta o banco Credit Suisse. É o que aponta o documento “Perspectivas macroeconômicas para 2023 e 2024”, divulgado pela instituição financeira prevendo o cenário para os próximos dois anos no País.

De acordo com o relatório do Credit Suisse, assinado pelos economistas Solange Srour, Rafael Castilho e Francisco Filho, ao contrário do que vinha projetando o mercado, a taxa básica de juros brasileira (Selic) só deve começar a cair em 2024. A expectativa é de que a Selic fique em 11,5% no fim de 2024.

O primeiro sinal de perigo foi acionado pelo próprio presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que provocou o choque fiscal ao anunciar que fará despesas fora do teto de gastos do próximo governo. De acordo com o banco, não há dinheiro suficiente na proposta de Orçamento de 2023 para cumprir a maioria das promessas de campanha, tais como um “Bolsa Família” de R$ 600 por mês, com um pagamento adicional de R$ 150 para cada criança.

“A política é sustentada por esses dois canais: o estímulo fiscal aumenta a demanda em um momento em que não existe capacidade ociosa no Brasil e a política já está restritiva justamente para trazer a intocada para meta e isso vai impedir o ciclo de queda dos juros ”, disse Srour ao portal especializado NeoFeed.

Aprovada no Senado, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição deve ser votada na Câmara dos Deputados na próxima semana. A PEC ampliou o teto de gastos em R$ 145 bilhões e possibilidade de gasto extra. O Credit Suisse prevê que a salvaguarda em 2023 fique em 5,8%, acima da meta (3,25%) estabelecida pelo Banco Central e do limite máximo tolerado (4,75%).

Por: AGROLINK –  Leonardo Gottems