A Santos Brasil registrou EBITDA consolidado de R＄ 222,2 milhões (+3,5% YoY) no 2T23, com margem EBITDA de 43,8% (+1,0 p.p. YoY). A receita líquida totalizou R＄ 507,3 milhões (+1,3% YoY) e o lucro líquido somou R＄ 94,4 milhões (-3,3% YoY), com margem líquida de 18,6%.
A movimentação consolidada nos três terminais de contêineres da Companhia – Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA) – no período foi de 299.298 unidades (-11,8% YoY).
Em comparação ao 1T23, o lucro líquido mais do que dobrou (+105,7%), com incremento de 7,9 p.p. na margem líquida. Nota-se também expressiva melhora no EBITDA consolidado em relação ao 1T23 (+44,9%), com aumento de 7,9 p.p. na margem EBITDA, tendo sido a recomposição de preços o fator preponderante. Tal desempenho reforça a sólida trajetória de crescimento da Companhia no exercício de 2023.
O primeiro semestre do ano mostrou-se desafiador em termos de volumes, em função da queda no fluxo global de contêineres, com um cenário macroeconômico de aumento das taxas de juros, trajetória inflacionária crescente e menor impulso de crédito, o que impactou a demanda por bens de consumo duráveis e bens de capital, transportados em contêineres.
O desempenho dos terminais de contêineres da companhia foi, portanto, impactado pelo arrefecimento das importações, principalmente de produtos químicos e bens de consumo, decorrência da retração da demanda doméstica; menor ritmo das exportações de commodities, com reflexo dos menores embarques para o mercado chinês; e redução do volume de cabotagem, também em razão do menor consumo doméstico.
Para Daniel Pedreira Dorea, diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores da Santos Brasil, a queda relativa observada neste semestre é transitória e sem impactos duradouros ou permanentes sobre os fundamentos do negócio, cujos sinais de melhora são tangíveis, como se pode perceber comparando o crescimento entre o primeiro e segundo trimestres do ano.
“A estratégia da Companhia em nada se altera. Continuaremos focados na expansão e modernização de nossos terminais, em especial do Tecon Santos, na maior eficiência na gestão e controle de custos e em rigoroso processo de precificação de serviços, aliado à análise de dados e inteligência de mercado, que são cruciais para atender à necessidade do cliente, com excelência operacional e preços médios equilibrados”, diz. Segundo ele, “apesar de 2022 ter sido o melhor ano da Companhia e ser uma base de comparação muito elevada, os resultados de 2023 devem superar os do ano passado, apesar da volumetria. Já há sinais de retomada de volumes e o terceiro trimestre deverá vir mais forte, o que reforça essa trajetória ascendente”.
Dorea ressalta ainda, como um fato importante neste segundo trimestre, a contribuição positiva de R＄ 8,5 milhões na receita líquida, com margem EBITDA de 53%, provenientes dos terminais de graneis líquidos em Itaqui (MA), que entraram em operação em novembro do ano passado, ainda com sua capacidade limitada. “À medida que o ativo acelere a sua maturação e os investimentos em curso aumentam a sua escala, a representatividade deles tende a crescer no nosso portfólio”, destaca ele.
Resultado Operacional
O Tecon Santos movimentou 260.465 contêineres no 2T23 (-13,3% YoY), com quedas de 13,3% YoY no longo curso e de 13,4% YoY na cabotagem. Em relação ao 1T23 o crescimento foi de 13,2%, o que indica tendência de recuperação para o segundo semestre de 2023, ainda que eventualmente não compense a retração verificada no 1S23. O market share do terminal no Porto de Santos no 2T23 foi de 37,4% (vs. 41,7% no 2T22 e 37,6% no 1T23).
No Tecon Vila do Conde, a movimentação foi de 24.219 contêineres no 2T23 (-4,1% YoY), com quedas também nos volumes de longo curso (-4,7% YoY) e cabotagem (-3,1% YoY).
O Tecon Imbituba registrou movimentação de 14.614 contêineres (+9,7% YoY), impulsionada essencialmente pelo crescimento de 4,3% YoY no fluxo de cabotagem. O Terminal de Carga Geral de Imbituba operou 38.548 toneladas no 2T23, alta de 11,2% YoY em razão da maior movimentação de açúcar e produtos químicos.
O TEV movimentou 58.578 veículos (-31,1% YoY) no 2T23, com o desempenho explicado pela queda de 31,4% YoY nos volumes de exportação e pela redução de 28,1% YoY nos volumes de importação, reflexo do cenário nacional de consumo desaquecido. O mix de veículos pesados cresceu 12,4% YoY no 2T23 e representou 11,8% do total de veículos no trimestre (vs. 7,2% no 2T22).
A Santos Brasil Logística apresentou queda de 22,6% YoY no número de contêineres armazenados nos CLIAs (Centros Logísticos Industriais Aduaneiros) e de 9,6% YoY no total de pallets movimentados nos Centros de Distribuição.
Investimentos e distribuição de proventos
No 2T23, a Santos Brasil acelerou os investimentos na expansão e modernização de seus ativos, totalizando um CapEx de R＄ 126,3 milhões, com destaque para o Tecon Santos, Tecon Vila do Conde e os Terminais de Líquidos. No 1S23, foi investido um total de R＄ 212,4 milhões.
A Companhia pretende seguir com a distribuição de proventos aos seus acionistas durante o exercício social de 2023. Nesse sentido, foram anunciados, em junho, R＄ 43,6 milhões em proventos, sendo R＄ 6,4 milhões em dividendos intermediários e R＄ 37,1 milhões em Juros sobre o Capital Próprio (JCP), pagos em 31/07/2023; e, em 07/08/2023, a Companhia divulgou ao mercado o pagamento adicional de R＄ 89,7 milhões em proventos aos seus acionistas, com base no resultado apurado do 1S23, cujo pagamento se iniciará em 31/08/2023.
Fonte: Adriana Martins Cruz
