Mapa orienta produtores de morango sobre sementes, mudas e orgânicos

Produtores de morango de Atibaia, Jarinu e cidades próximas tiveram a oportunidade de se capacitar sobre o cultivo e a comercialização da fruta durante o 10º Simpósio Nacional do Morango, realizado de quarta a sexta (20 a 22) na Estação Atibaia. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou várias palestras de conteúdo técnico que serviram para capacitar e atualizar os participantes.

A auditora fiscal federal agropecuária Samanta Del Vecchio Nunes, da Superintendência de Agricultura e Pecuária no Estado de São Paulo (SFA-SP), mostrou e comentou a legislação da área de sementes e mudas, abordou a produção de mudas de morango no Sistema Nacional de Sementes e Mudas e falou da reserva de material de propagação para uso próprio. Ela tratou do tema de forma bem didática e indicou o passo a passo que produtores e responsáveis técnicos devem seguir para manter a produção regularizada.

De acordo com dados do Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal (Sisv-SP), o Mapa tem o registro de 1.049.200 mudas produzidas in vitro de oito tipos de morango e 84.350.450 de mudas de 12 tipos da fruta produzidas em viveiros. “O registro das mudas é essencial para garantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional”, disse a auditora.

O engenheiro agrônomo Marcos Aparecido Gonçalves, chefe do Núcleo de Suporte à Produção Orgânica do Paraná (Nusorg-PR), também mostrou ao público a regulamentação brasileira sobre a produção orgânica e explicou uma mudança recente, que impede o reconhecimento da qualidade orgânica para a produção suspensa de morango, que é bastante comum no Brasil. Segundo ele, a legislação estabelece que a planta deve ter o contato com o solo.

“A produção vegetal deverá ser feita com o uso de solo, preferencialmente no ambiente natural, tendo em vista a importância da relação entre as raízes das plantas e a fração orgânica e mineral do solo, que resultará no estabelecimento de uma rizosfera ativa e responsável pela promoção e manutenção do equilíbrio dos nutrientes”, diz o artigo 97 da portaria nº 52, de 15 de março de 2021.

A Embrapa, que é uma empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Mapa, também participou do evento. O pesquisador Cristiano Menezes abordou o manejo de polinizadores e uso de agroquímicos na produção de morango. Ele destacou a convivência harmônica entre a agricultura e os polinizadores e falou das iniciativas que estão em andamento no país para a proteção das abelhas.

A pesquisadora Fagoni Fayer Calegario apresentou o sistema de certificação da produção integrada. Ela foi uma das profissionais que implantaram o Programa de Produção Integrada do Morango (PIMO) na região de Atibaia, o que permitiu reduzir o uso de agrotóxicos no cultivo. O pesquisador José Ernani Schwengber atuou como moderador de painéis e como facilitador no dia de campo realizado na sexta-feira. A Embrapa apresentou ainda detalhes da recém-lançada variedade Fênix, mais doce, mais precoce e que dura mais.

O produtor Keiji Roberto Nakashima, que produz morango elevado, disse que Atibaia foi pioneira no cultivo do morango e agora existe uma mobilização para retomar o protagonismo. O Brasil é o 8º maior produtor de morango e Minas Gerais é o Estado que mais produz, com 3.068 hectares. São Paulo é o quarto Estado em área de produção, com 300 hectares. O Mapa também está prospectando o interesse de produtores da região de Atibaia em obter o selo de indicação geográfica.

Fonte: Ana Maria Dantas de Maio