MIP economizaria R$ 4 bilhões na soja

“A adoção e o manejo devem ser realizados conforme as recomendações técnicas”

Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicou que controlar percevejos e lagartas da soja através das técnicas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) poderia economizar uma quantia de R$4 bilhões na produção nacional da oleaginosa. Além disso, a economia poderia aumentar a margem de lucro do agricultor em pouco mais de R$ 125,00 por hectare.

De acordo com o entomologista Crébio José Ávila, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), tem se observado um retrocesso no manejo da soja. “Em alguns casos, houve um abandono dessa estratégia, que exige muita presença e atenção do produtor nos diversos estádios das lavouras, o que fez com que houvesse um aumento excessivo de aplicações de inseticidas nas plantações, com consequências indesejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e ambiental”, explica.

Além disso, ele diz que o uso do MIP extrapola os resultados econômicos e contribui para o controle biológico natural no agroecossistema. No entanto, o sucesso desse tipo de manejo exige dedicação, acompanhamento e presença do agricultor na lavoura. Nesse cenário, ele diz que é preciso atuar por meio da realização de monitoramento do grupo de pragas presentes na área a ser manejada para o plantio.

“A adoção e o manejo devem ser realizados conforme as recomendações técnicas da Comissão de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil visando garantir um controle efetivo de pragas em todos os estádios da cultura”, recomenda Ávila. “O ponto central do MIP consiste em monitorar a base da população de pragas amostradas e que se encontram presentes nos estádios da lavoura, observando-se os níveis de ação preconizados pela pesquisa. Por isso, a realização de pulverizações programadas de inseticidas com base em calendários deve ser evitada”, comenta.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems