Mitigação do metano por pecuária eficiente, e não pela redução de rebanho, avaliam especialistas

Quando se discute mudanças climáticas, a pecuária aparece como uma das vilãs do aquecimento global, justamente por contribuir com a emissão de metano (CH4), considerado um gás com forte impacto na saúde do planeta. Sabe-se, também, que vários setores emitem metano e a pecuária, especificamente, tem adotado uma série de tecnologias para tornar-se mais eficiente e menos agressiva ao planeta.

Atualmente, 73% das emissões nacionais de metano estão direta ou indiretamente ligadas à produção rural e ao manejo de terra, de acordo com dados do Sistema de Estimativa de Emissões de Remoções de Gases de Efeito Estufa. Desse total, a produção de bovinos domina as emissões do agro: a criação de bois e vacas responde por 75% das 577 milhões de toneladas emitidas pelo setor, divididas entre gado de corte (65,6%) e de leite (9,3%).

A agropecuária brasileira foi pioneira no movimento de mitigação de gases e segue em busca da redução por meio do plano ABC+, um projeto setorial de adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária com vistas ao desenvolvimento sustentável, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A partir do plano ABC, anterior ao ABC+, já foram reduzidas em 10% as emissões de gases por cabeça.

Pesquisas foram fundamentais para se alcançar esses números. Uma delas, conduzida com bovinos Nelore junto ao Centro APTA Bovinos de Corte, IZ-SP, em 2013, mostra que animais mais eficientes (baixo CAR) emitem menos metano por kg de ganho de peso que os menos eficientes (alto CAR). Outro levantamento, desta vez da Associação Brasileira dos

Criadores de Zebu (ABCZ), junto a 2 mil animais em uma propriedade em Uberaba (MG) ao longo de quatro anos, aponta que animais mais eficientes consomem 11,3% menos que animais ineficientes e emitem 9,6% menos CH4 por kg de ganho de peso. Em resumo, animais mais eficientes são mais baratos de produzir e emitem menos gases de efeito estufa.

Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, pondera, no entanto, que não há consenso científico se a eficiência alimentar é o caminho para redução de CH4, mas o que se sabe, efetivamente, é que existe um ganho de sustentabilidade: “Se pensarmos que para um mesmo ganho de peso há animais que comem menos, isso denota que o animal é mais eficiente para aproveitar o alimento, o que leva a acreditar que tem um sistema digestivo mais eficiente.

Ao comer menos, tem menor demanda de alimento, o que demanda menor área de agricultura, menor pressão por novas áreas. Esse é um ponto favorável para a sustentabilidade”.

O especialista pontua, ainda, que o animal que consome menos também defeca menos, o que implica na redução de dejetos a serem manejados, e provavelmente mais pobres, com menor impacto ambiental. Trata-se, segundo Berndt, de um conceito pouco explorado, mas que denota pequenos ganhos de eficiência que, somados, causam um impacto na sustentabilidade.

A agropecuária brasileira foi pioneira no movimento de mitigação de gases e segue em busca da redução por meio do plano ABC+, um projeto setorial de adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária com vistas ao desenvolvimento sustentável, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A partir do plano ABC, anterior ao ABC+, já foram reduzidas em 10% as emissões de gases por cabeça.

Pesquisas foram fundamentais para se alcançar esses números. Uma delas, conduzida com bovinos Nelore junto ao Centro APTA Bovinos de Corte, IZ-SP, em 2013, mostra que animais mais eficientes (baixo CAR) emitem menos metano por kg de ganho de peso que os menos eficientes (alto CAR). Outro levantamento, desta vez da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), junto a 2 mil animais em uma propriedade em Uberaba (MG) ao longo de quatro anos, aponta que animais mais eficientes consomem 11,3% menos que animais ineficientes e emitem 9,6% menos CH4 por kg de ganho de peso. Em resumo, animais mais eficientes são mais baratos de produzir e emitem menos gases de efeito estufa.

Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, pondera, no entanto, que não há consenso científico se a eficiência alimentar é o caminho para redução de CH4, mas o que se sabe, efetivamente, é que existe um ganho de sustentabilidade: “Se pensarmos que para um mesmo ganho de peso há animais que comem menos, isso denota que o animal é mais eficiente para aproveitar o alimento, o que leva a acreditar que tem um sistema digestivo mais eficiente. Ao comer menos, tem menor demanda de alimento, o que demanda menor área de agricultura, menor pressão por novas áreas. Esse é um ponto favorável para a sustentabilidade”.

O especialista pontua, ainda, que o animal que consome menos também defeca menos, o que implica na redução de dejetos a serem manejados, e provavelmente mais pobres, com menor impacto ambiental. Trata-se, segundo Berndt, de um conceito pouco explorado, mas que denota pequenos ganhos de eficiência que, somados, causam um impacto na sustentabilidade.

Fonte: Janaína Kalsing