Mudança de hábito

Por Fernanda Maria de Oliveira Almeida Rezende *

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Não consiste apenas na ausência de doença ou enfermidade, mas naquele indivíduo que está bem consigo mesmo e mantém uma boa relação com a sociedade. Nossa constituição traz em seu Artigo 196: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação”.

Instituído em 07 de abril, o Dia Mundial da Saúde tem como intuito conscientizar a população a respeito da importância de manter o corpo e a mente saudáveis. Neste ano de 2020 temos um contexto peculiar, um vírus apresentou ao mundo a fragilidade do sistema de saúde desde os países mais desenvolvidos aos em desenvolvimento. Além da vulnerabilidade do sistema de saúde universal, deparamos com outro fato assolador: a deficiência de cuidados preventivos de saúde e higiene básica individual e como esse cuidado reflete no coletivo.

Sem dúvidas, o ano de 2020 será marcado pelo Covid-19. Não somente pelo alastramento avassalador do vírus, mas pelo fato que este fez o mundo parar, e no meio do caos, percebemos a luz ao fim do túnel, podendo citar como exemplo a atuação dos profissionais da área de saúde demonstrando, que tão forte quanto o novo vírus é a capacidade humana de ter compaixão pelo próximo, a prontidão e disponibilidade de ajudar pessoas. Tal manifestação de amor inspira uma humanidade amedrontada por um inimigo invisível.

Grandes líderes mundiais estão se unindo em busca de encontrar estratégias para contenção do Covid-19. Essa mobilização mundial na luta contra o novo coronavírus é um retrato fiel do esforço e vontade política forte e necessário para cumprir as promessas firmadas em 2015 durante o encontro da Organização Mundial de Saúde, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com o objetivo de tornar a saúde universal uma realidade para todos.

Muitos são os desafios para alcançar a garantia de que todos os povos tenham acesso ao mais alto padrão de saúde, não só na luta contra doenças, mas em favor ao direito de saneamento básico, moradia, alimentação, trabalho, renda, educação, transporte, lazer e acesso aos bens e serviços essenciais, talvez seja algo ainda utópico, somente idealizado na Lei 8.080, de 1990 ou apenas nos evidencia a longa jornada para alcançar essa garantia de alcance da saúde. Mas diante do atual cenário somos convidados a refletir e reavaliar as nossas relações, sendo chamados a nos reaproximarmos uns dos outros, como disse o Papa Francisco: “estamos todos no mesmo barco” e que “fomos chamados a remar juntos”.

Aos nossos dirigentes cabe manter o bom gerenciamento dos recursos designados para a área de saúde e outras áreas adjuntas à sua promoção, agindo constantemente, sem somente reagir a uma emergência. E para cada um de nós, cabe assumir a cota de responsabilidade neste caminho rumo à conquista da saúde e bem-estar de nossa comunidade. O despertar para a importância da devida atenção ao que acontece não só no meu país, mas no mundo. Visto que hoje em um planeta globalizado em que as interações são constantes e “online”, o que acontece aqui pode repercutir do outro lado do globo, tanto um vírus, mas também as boas ações.

*Fernanda Maria de Oliveira Almeida Rezende é assessora técnica do Senar Goiás