Produtores aguardam definições para estabelecer preço da soja

O produtor brasileiro aguarda alguns fatores para definir o preço da soja para o ano que vem. O clima, a indefinição na questão da guerra comercial e o início do governo de Jair Bolsonaro são os principais fatores que devem influenciar no preço de uma das principais culturas do nosso agronegócio.

“Exatamente, esses são os três fatores que devem direcionar as cotações aqui no Brasil. Começando pelo clima na América do Sul. Isso está diretamente ligado à oferta e ao volume que a América do Sul vai trazer para o mercado. Caso haja alguma adversidade climática durante o desenvolvimento das lavouras, e nós temos alguns problemas com a nossa safra, a direção das cotações pode mudar. Quando a gente trata da guerra comercial, o mercado espera os próximos movimentos tanto dos EUA quanto da China. Principalmente da China que ainda não deu detalhes sobre os movimentos após a trégua proposta pelo Donald Trump e pelo Xing Jinping ao fim da reunião do G-20. Na sequência falamos sobre o início do governo Jair Bolsonaro, porque isso deve influenciar diretamente sobre o câmbio, o andamento do dólar diante ao real. Precisamos ver quais medidas serão propostas, os pacotes, reformas, todas as direções que a equipe econômica de Jair Bolsonaro vai querer tomar e isso vai pesar diretamente na direção do câmbio sobre a formação da moeda americana”, disse Carla Mendes.

E o Fundo de Defesa da Citricultura teve que refazer a estimativa da safra de laranja para 2018/2019. O que ocorreu Carla? Esse resultado aumentou ou abaixou?

“Os dados apontam uma produção de 275,75 milhões de caixas de 40,8 kg, um aumento de 0,88% sobre a reestimativa anterior, publicada em setembro. A projeção atual ainda permanece menor do que a primeira estimativa, realizada em maio, e representa uma queda de 4,35% em relação às 288,29 milhões de caixas. Da safra total, cerca de 17,86 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro, que é uma das principais praças produtoras. A principal razão para o pequeno incremento da produção deve-se à mudança no regime de chuvas.”

Agora vamos falar do clima. As chuvas que vinham castigando algumas regiões do país deram uma trégua. Para os próximos dias, Carla, a previsão são de boas ou más notícias para os produtores?

“Para os produtores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, essa trégua não deve ser tão boa assim. Porque as lavouras estão em desenvolvimento e precisam dessas chuvas, algumas dessas regiões receberam seus últimos acumulados de precipitações há muitos dias e as lavouras estão sentindo. Precisamos observar essa situação e ver se vai se estender. Uma frente fria chega na quarta, mas só beneficia na região sul o estado do RS, precisamos observar esse cenário”.

Entendido, Carla. Obrigado pelas informações e até a próxima!

Fonte: Agência do Rádio Mais