RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS 04/03/2013

As ações negociadas em Tóquio fecharam em baixa nesta quarta-feira, pela segunda sessão consecutiva, em meio a um sentimento cada vez mais forte de que o mercado financeiro japonês está superaquecido, o que levou os investidores a uma busca por realização de lucros. Diante disso, o índice Nikkei encerrou o dia em queda de 0,56%, a 18.703,60 pontos.

“Não há dúvidas, de um ponto de vista técnico, que o mercado passa por um superaquecimento depois dos ganhos dos últimos dias”, disse Daisuke Uno, estrategista da Sumitomo Mitsui. Os investidores alegaram ainda que há um resistência técnica em superar o nível de 19 mil pontos para o índice Nikkei e que há poucos incentivos para compras no momento, com os fundos públicos de pensão, em geral mais agressivos, adotando uma postura mais cautelosa.

Somaram-se a esse clima as denúncias que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, recebeu em relação a doações questionáveis em campanha eleitoral, o que aumenta os riscos de uma nova agitação política no país. Ele negou as acusações.

Enquanto isso, o dólar apresentou ganhos tímidos em relação ao iene. Por volta das 3h (de Brasília), quando a Bolsa de Tóquio fechou, a moeda norte-americana subia para 119,76 ienes, ante o patamar de 119,72 ienes no fim da tarde de terça-feira.

No noticiário corporativo, a maior queda foi protagonizada pela Sharp, que caiu 5,3% após a Standard & Poor’s rebaixar a neta de crédito a longo prazo para CCC+. Entre as altas, destacam-se a Nippon Steel & Sumitomo Metal, que subiu 1,6%, e a Uniqlo, que avançou 7,7%.

INFORMATIVO DE MERCADO

                                                                                                   SOJA

Com os bloqueios organizados por caminhoneiros diminuindo no Brasil, os futuros de soja na Bolsa de Chicago voltaram a testar o suporte de US$ 10/bushel, mas não tiveram força para permanecer abaixo desse patamar, uma vez que a colheita está atrasada no País e a greve ainda não havia sido oficialmente encerrada. Com isso, os primeiros vencimentos reduziram o ritmo de queda e os mais longos terminaram estáveis ou em leve alta.

O contrato para maio, mais líquido, cedeu 1,50 cent (0,15%), para US$ 10,1225/bushel, depois de chegar a operar a US$ 10,02/bushel ao longo do dia. Na segunda-feira, os futuros já haviam recuado na CBOT. Para o analista Gustavo Schnekenberg, da Agrinvest, o fato de os preços não terem caído abaixo do patamar de US$ 10/bushel no maio “fez com que fossem geradas novas compras”. Já o vencimento março, que expira na semana que vem, recuou 2,50 cents (0,25%) e encerrou a US$ 10,0875/bushel, depois de bater na mínima de US$ 9,9850/bushel. Segundo o analista, os fundamentos que seguem direcionando o mercado no curto prazo são o atraso da colheita no Brasil e a dificuldade de envio das cargas aos portos do País. “Isso recoloca o foco nos EUA como possível origem de soja para China”, destacou.

Embora ainda não tenham sido vistos sinais de migração da demanda chinesa do Brasil para os EUA, investidores não descartam que isso possa de fato ocorrer em algum momento. “A China já tem muitas posições feitas no Brasil, pode começar a ficar sem soja dentro de algum tempo, no final de março ou começo de abril”, ponderou Schnekenberg. Por isso, o comportamento da demanda chinesa deve continuar sendo monitorado com atenção. “Se vendas americanas forem aparecendo, isso pode levar a novas altas.”

O problema logístico no Brasil não termina necessariamente com o fim da greve, já que o atraso na chegada das cargas aos terminais pode protelar o carregamento dos navios. “Houve dias em que praticamente não chegou caminhão no porto”, assinalou o analista. As interrupções em rodovias estão sendo desfeitas progressivamente, mas a percepção no mercado ainda é de que a paralisação não foi totalmente resolvida. No fim da tarde de ontem, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrava sete pontos de interdições parciais no Rio Grande do Sul. Havia outras duas manifestações, mas sem bloqueio.

Além da dificuldade de escoamento devido às interdições em estradas, a colheita registra atraso no País, principalmente por causa de chuvas nas últimas semanas. Conforme a consultoria Céleres, 32% da área prevista foi colhida até o dia 27 de fevereiro, 4 pontos percentuais atrasada em relação à safra passada. A fase de floração já está finalizada no País, destacou a consultoria. Já o estágio de enchimento de grãos está em 95% da superfície – em linha com a média dos últimos cinco anos.

Outro fator que deve influenciar as cotações de agora em diante é a especulação sobre a área a ser plantada nos Estados Unidos em 2015/16. A expectativa é de que o plantio de soja nos Estados Unidos comece pelo Texas, a partir de 24 de março. O Estado já começou a plantar milho da próxima safra.

Ontem, a consultoria Informa reduziu a previsão de colheita brasileira para 92,5 milhões de toneladas. Embora o número fique abaixo dos 93,5 milhões de toneladas previstos em fevereiro, superaria os 86,12 milhões de toneladas obtidos pelo País no ciclo passado. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de colheita doméstica de 94,57 milhões de toneladas. A Informa salientou que a produtividade foi afetada por precipitações abaixo da média em algumas regiões do Brasil no período de definição e enchimento das vagens. Segundo a consultoria, o atraso na colheita já era esperado devido ao plantio tardio. “Além do desenvolvimento atrasado da cultura, a escassez de diesel supostamente é um problema que está desacelerando mais a colheita em Mato Grosso.”

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

  GRÃO   FARELO   ÓLEO
  US$/bushel   cents   US$/t   US$   (cents/libra)   pontos
  Mar/15 10,0875 -2,50  Mar/15 341,80 -2,50  Mar/15 32,80 15
  Mai/15 10,1225 -1,50  Mai/15 332,80 -0,70  Mai/15 32,97 14
  Jul/15 10,1725 -0,50  Jul/15 330,60 -0,20  Jul/15 33,14 14
  Ago/15 10,1525 0,00  Ago/15 329,30 -0,10  Ago/15 33,19 16

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, saíam negócios ocasionais, de produtores precisando levantar recursos durante a colheita. Em Mato Grosso, rodaram nos últimos dias lotes de R$ 51/saca a R$ 52/saca no disponível em Lucas do Rio Verde, mas nada de volumes grandes, porque as condições de escoamento ainda não permitiam. A pedida de compra ontem estava em R$ 51/saca em Lucas do Rio Verde. No dia anterior, rodaram 600 toneladas a 52/saca. A combinação entre compradores e vendedores era de embarque no momento em que as interrupções forem sanadas. “Hoje (ontem), participantes já conseguiram carregar alguma coisa em Lucas”, disse o agente. Os volumes negociados seriam enviados para indústrias do Paraná. Para retirada em março cheio, não havia sequer propostas. Participantes aguardavam a definição de como ficarão os fretes após o fim da greve para voltar a negociar lotes maiores.

Em Goiás, o ritmo de comercialização era fraco, de acordo com o corretor Sérgio Abreu, da Rio Grãos, de Rio Verde. “Aqui ninguém vende e ninguém compra”, salientou. A lentidão das negociações não estava ligada à greve dos caminhoneiros, mas ao fato de que produtor desejava valores maiores pela oleaginosa recém-colhida. No spot, havia chance de negócio a R$ 59/saca em Rio Verde ontem. O agente relatou não ter negociado volumes há mais de uma semana. Preocupados com a quebra da safra por razões climáticas, sojicultores preferiam aguardar melhores oportunidades para conseguir pagar despesas.

No Paraná, compradores apontavam em torno de R$ 60/saca na região de Maringá, em virtude da greve de caminhoneiros. “Comprador não consegue transportar, aí fica complicado”, disse operador da região. “E produtor, por seu lado, fica na expectativa sobre o que vai acontecer após a greve: se o preço do frete vai subir ou não, e provavelmente vai, para depois decidir se segura a safra um pouco mais ou não.” No Porto de Paranaguá, chegaram a surgir propostas a R$ 67/saca esta semana. Na terça-feira, compradores propunham R$ 66,50/saca, porém com pouco interesse de venda.

O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou com baixa de 0,32%, a R$ 61,64/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 21,12/saca (-1,17%). O dólar à vista no balcão subiu 0,9%, a R$ 2,9190 – maior nível de fechamento desde 3 de setembro de 2004.

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado
  03/03   02/02   DIA   SEMANA   MÊS   12 MESES
  Paranaguá 65,84 65,84 +0,00% +0,86% +5,84% -10,63%
  Barreiras 57,25 57,83 -1,00% +0,00% +8,26% -7,91%
  Ponta Grossa 61,63 62,42 -1,27% +0,62% +4,55% -11,02%
  Passo Fundo 63,28 63,45 -0,27% +1,15% +7,71% -9,16%
  Rio Verde 57,83 58,64 -1,38% +0,71% +8,54% -5,63%
  Rondonópolis 57,22 56,13 +1,94% +1,81% +12,26% -5,93%
  Triângulo Mineiro 59,33 59,38 -0,08% +1,71% +7,40% -6,20%
  Oeste do Paraná 59,23 59,81 -0,97% -1,28% +4,15% -11,28%
  Norte do Paraná 60,09 59,88 +0,35% +0,69% +5,33% -11,88%
  Mogiana 61,70 62,13 -0,69% +1,56% +9,61% -7,72%
  Ijuí 62,92 63,36 -0,69% -0,13% +6,12% -9,69%
  Sorriso 50,34 49,64 +1,41% -0,24% +9,43% -7,40%
  Sorocabana 60,50 60,92 -0,69% -0,12% +6,70% -10,09%
  ESALQ – R$/saca 61,64 61,84 -0,32% +0,65% +5,30% -10,91%
  DÓLAR 2,9190 2,8930 +0,90% +3,00% +8,35% +24,64%
  FARELO PELLETS – R$/TONELADA
  Campinas 978,13 1007,09 -2,88% +0,91% +5,11% -12,87%
  Chapecó 1088,01 1086,96 +0,10% +1,54% +7,17% -11,66%
  Maringá 1070,16 1069,45 +0,07% +1,90% +1,98% -10,44%
  Oeste PR 1054,93 1049,82 +0,49% +4,20% +3,51% -8,43%
  Ponta Grossa 1114,72 1113,19 +0,14% +0,38% +4,31% -3,32%
  Triângulo MG 1005,51 1026,95 -2,09% +0,13% +5,54% -11,76%
  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA
  ICMS 12% 2211,24 2197,90 +0,61% +0,58% +5,21% -3,87%
  ICMS 7% 2165,97 2164,21 +0,08% +1,91% +3,42% -3,34%

Cepea/Agência Estado

                                                                                          MILHO

O mercado de milho registra negócios pontuais no spot, enquanto a comercialização futura avança pouco devido à incerteza sobre como ficarão os fretes após o fim da paralisação de caminhoneiros no Brasil. Como o dólar continua subindo ante o real, agentes avaliam que as negociações devem voltar a se intensificar quando houver maior clareza sobre novos valores de transporte de cargas, uma das principais reivindicações dos motoristas. No Brasil, caminhoneiros reduziram protestos, e estradas do Rio Grande do Sul, onde os bloqueios eram frequentes nos últimos dias, tinham liberação quase total no fim da tarde de ontem.

Em Mato Grosso, o disponível está em ritmo lento há dias, relatou corretor de Lucas do Rio Verde. “Tem oferta, mas não há comprador”, disse o agente. Na semana passada, indústria sinalizava R$ 15,50/saca a R$ 16/saca CIF em Lucas, mas nesta semana o corretor contou não ter visto novas propostas. Enquanto isso, produtores pediam R$ 16,50/saca a R$ 17/saca CIF ou R$ 16/saca FOB em Lucas. No caso da safra que está sendo plantada, a negociação futura enfraqueceu pela falta de referencial de como ficará o frete daqui para frente. Com a greve, estava mais difícil obter cotações de frete mesmo para o segundo semestre, o que enfraqueceu comercialização da safrinha 2014/15. Vendedores desejavam R$ 16/saca a R$ 16,50/saca para embarque em julho e agosto e pagamento em setembro na região, mas, considerando alguns fretes indicados recentemente, as referências de compra ficariam em R$ 14/saca a R$ 14,50/saca, segundo o agente, por isso compradores nem apresentavam propostas.

Há cerca de um mês, chegaram a ser assinados contratos na região com prazos de pagamento mais longos. Rodaram lotes a R$ 16/saca e R$ 17/saca para retirada em julho e agosto e pagamento em outubro. Agora, todavia, as negociações nessa modalidade também perderam força. O corretor acredita que novos acordos devem ser fechados quando os bloqueios terminarem. “Alinhando a parte do frete, devem rodar mais negócios tanto no disponível como no futuro.”

Em Goiás, os negócios continuam “totalmente parados”, contou o corretor Sérgio Abreu, da Rio Grãos, de Rio Verde. Compradores ofereciam R$ 23/saca a R$ 23,50/saca na região, mas produtores seguravam os grãos. Há uma semana, ele não fechava negócios. O milho comercializado em Rio Verde ainda é o da safrinha passada, cujos estoques devem durar no máximo 60 dias, estimou Abreu. “Depois entra a safrinha.” A maré de calmaria não advém da greve dos caminhoneiros, mas do fato de que o produtor quer essencialmente valorizar mais seu produto. “Os poucos negócios que têm saído com o milho na região são para empresas regionais. Só vende quem realmente está precisando fazer dinheiro.” Já as negociações da safrinha 2014/15 estão bem aquém do verificado em igual período do ano passado, avaliou o corretor. “Estão sendo indicadas vendas de R$ 20,00 a saca, mas produtor está pedindo R$ 22, sem conseguir fechar negócio.” Produtores estão em busca de preços mais altos para conseguir quitar dívidas, em meio à quebra de safra na região por razões climáticas.

No Paraná, a saca de milho de 60 quilos tem saído na faixa de R$ 25 na região de Maringá no spot. Vendas antecipadas da safrinha 2014/15 também têm ocorrido, embora em ritmo ainda lento. “Como o plantio da safrinha está atrasado por causa da colheita mais tardia de soja – que também foi plantada mais tarde, em função do clima -, o produtor ainda evita fazer contratos antecipados, pois, quanto mais tarde se planta o cereal no Paraná, maior o risco de haver quebra por causa de geada”, disse corretor da região. Para exportação, era possível fechar negócio no entorno de Maringá em torno de R$ 25/saca para retirada em agosto e pagamento em setembro. “Só quem plantou mais cedo fechou negócio antecipado com a safrinha.”

O indicador Cepea/Esalq fechou em alta de 0,10%, a R$ 29,34/saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 10,05/saca (-0,79%). O dólar à vista no balcão terminou em alta de 0,9%, a R$ 2,9190 – maior nível de fechamento desde 3 de setembro de 2004.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO

  MILHO – R$ / saca
  03/03/2015   02/03/2015   27/02/2015   26/02/2015   25/02/2015   24/02/2015
  Passo Fundo 24.39 24.70 24.41 24.42 24.33 24.44
  Chapecó 27.87 27.59 27.71 27.52 27.30 27.33
  Paraná/Sudoeste 24.83 24.50 24.42 24.15 24.08 24.47
  Cascavel 23.99 23.93 23.77 23.71 23.89 23.88
  Ponta Grossa 24.75 24.76 24.62 24.63 24.44 24.77
  Paraná/Norte 24.57 24.59 24.56 24.27 24.08 23.90
  Sorocabana 25.65 25.60 25.43 25.38 25.24 25.12
  Campinas 29.34 29.31 28.96 29.03 28.94 28.84
  Mogiana 26.17 26.05 25.72 26.10 26.44 26.51
  Triângulo Mineiro 25.85 25.70 25.53 25.48 25.29 25.07
  Rio Verde 23.72 23.31 23.20 23.25 22.76 23.21
  Sorriso 15.25 15.11 15.18 15.33 15.08 15.17
  Posto Recife 35.99 35.97 35.73 35.93 35.81 35.47

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho fecharam em alta, acompanhando o desempenho do petróleo. O vencimento maio ganhou 3,00 cents (0,77%) e terminou a US$ 3,91 por tonelada. O preço do combustível fóssil influencia a demanda por etanol, e, consequentemente, a procura por milho. O cereal é a principal matéria-prima usada na produção de etanol nos Estados Unidos.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)
  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar
  Contrato  Máxima  Mínima  Anterior  Atual Variação
  Mar/15 3,8250 3,8200 3,7875 3,8200 3,25
  Mai/15 3,9175 3,8500 3,8800 3,9100 3,00
  Jul/15 3,9975 3,9775 3,9625 3,9925 3,00
  Set/15 4,0675 4,0675 4,0350 4,0675 3,25