RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS 17/03/2015

A ECONOMIA DO Brasil vai ficar estagnada por pelo menos três anos, 2014-2016, na estimativa de algumas das maiores, mais bem informadas e mais ponderadas casas de previsões (bancos e consultorias). Estagnação em 2014, queda de 1% a 1,5% em 2015, apenas recuperação do prejuízo em 2016.

Tudo composto: zero. Isto é, no início de 2017, a produção ou a renda nacional estarão mais ou menos no mesmo nível de 2013. Dado que haverá mais brasileiros, na média ficaremos mais pobres.

Considerado o tamanho da bobagem econômica sob Dilma 1, a princípio parece quase que o negócio saiu barato. Só que não. Previsão econômica é, como se sabe, um chute informado (mas nada desprezível e difícil de fazer), até o passado é incerto (sairá a revisão de duas décadas de PIB em dez dias) e o futuro a nós pertence, em parte. Nada está escrito, podemos mudar um tanto do que será o amanhã –também para pior. Mas parte da história já está rascunhada.

Como será possível reduzir o deficit do governo em tempos de PIB em declínio, o que derruba a arrecadação do governo? É possível, com impostos adicionais e cortes de gastos de chorar, como nos investimentos (em janeiro, a despesa federal caiu uns 5% sobre 2014, mas, no investimento, caiu UM TERÇO). Mas, como está óbvio para a maioria que acordou para a realidade apenas depois da eleição ou do estelionato eleitoral, arrocho dá confusão, ainda mais arrocho surpresa.

Ainda que a confusão não ameace o arrocho, o ajuste fiscal, talvez não entre no caixa do governo dinheiro bastante para que se atinga a meta desejada pelos economistas de Dilma 2. Confusão política e recessão (e, pois, menos receita) vão prejudicar a meta do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Desastre? Não é bem assim. Primeiro, porque as previsões de deficit andam bem disparatadas ainda, pois se sabe muito pouco das contas do governo (até agora, apenas as de janeiro). Segundo, se o governo fizer o possível razoável e mantiver o rumo, a casa não cai. Porém, a dívida pública vai continuar crescendo ainda a um ritmo rápido, por um bom tempo (três anos), o que vai nos manter a corda no pescoço por tempo equivalente, pelo menos.

Nos anos em que era feito o estrago, ainda houve progressos na “economia das ruas”: salário, benefícios sociais, emprego, consumo. Mas, no conjunto da obra, ajuste, não apenas o fiscal, significa justamente contenção do crescimento da média dos salários, na melhor das hipóteses (o que implica demissões de salários maiores a admissões com salários menores, por exemplo, ou acordos salariais com reajuste zero, na melhor das hipóteses, em outro exemplo). Junte-se a isso nenhum reajuste real para o salário mínimo e benefícios sociais vinculados. Etc.

Para resumir: prevê-se um triênio de estagnação (até 2016), um triênio de arrocho fiscal (até 2017) e talvez outros tantos de arrocho social e da “vida real”, da economia das ruas.

Caso não sobrevenha alguma solução da paralisia ou do impasse políticos de agora, de preferência um recomeço pactuado, a coisa vai piorar. As crises política e econômica vão continuar a se realimentar. Alguém, de preferência os dois lados ou as três margens do rio, precisa se mexer.

INFORMATIVO DE MERCADO

SOJAOs contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) começaram a semana em queda, estendendo as perdas da semana passada, pressionados por dados indicando menor interesse interno e externo pela oleaginosa norte-americana. Após as altas recentes do dólar ante as principais moedas, investidores têm monitorado o ritmo de demanda por soja da safra 2014/15 dos EUA. Ontem, entretanto, a moeda norte-americana recuou no exterior e no Brasil, o que limitou as perdas na CBOT.

O vencimento maio recuou 4,75 cents (0,49%) e encerrou a US$ 9,6925/bushel. A menor procura por soja norte-americana para envio ao exterior e para esmagamento interno foi a principal pressão sobre as cotações. “A demanda é um ponto importante no radar dos fundos, e os números vier am realmente contidos”, apontou a analista Andrea Cordeiro, da Labhoro.

A indústria norte-americana processou 147 milhões de bushels (4 milhões de toneladas) de soja em fevereiro, um volume 9,6% menor que o apurado em janeiro, informou ontem a Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês). A expectativa média de analistas era de 146,6 milhões de bushels (3,99 milhões de toneladas). A queda no volume de esmagamento reflete o mês mais curto e também o clima frio, que afetou a operação das processadoras.

Já o volume inspecionado para embarque nos EUA na semana encerrada no dia 12 de março totalizou 583,9 mil toneladas de soja, retração de 6,67% na comparação com a semana anterior e de 38,59% ante igual período do ano passado. “Investidores lá fora estão absorvendo o fato de que a demanda chinesa está mais focada na América do Sul”, ponderou Andrea. Com a desaceleração nos embarques, alguns participantes já aventam a hipótese de que o Depa rtamento de Agricultura dos EUA (USDA) poderia cortar a previsão de exportação do país em 2014/15, em vez de aumentá-la, como se esperava até o momento.

Ainda assim, a soja chegou a subir durante o pregão, impulsionada pelo recuo do dólar no exterior e no Brasil. A moeda norte-americana cedeu terreno ante o euro e outras moedas rivais, influenciada por investidores ajustando suas posições enquanto esperam o comunicado da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) na quarta-feira. No mercado de câmbio brasileiro, o dólar passou a segunda-feira em baixa após sete sessões seguidas de alta, confirmando o sinal no fechamento dos negócios, mas na máxima do dia. O dólar à vista encerrou a R$ 3,246 (-0,43%) no balcão. O recuo do dólar no País reduziu o ritmo de vendas de produtores brasileiros, porque os preços para exportação em reais cederam.

Entretanto, as vendas podem ser retomadas em breve, já que a retirada dos grãos segue avançando no País, aumentando a disponibilidade de grãos no mercado. “Esta semana vamos ter janelas de colheita, e os trabalhos aceleraram. A expectativa é de que a colheita chegue a 65% da safra no fim da semana”, disse Andrea. Além disso, não há sinais de nova paralisação de caminhoneiros no País por enquanto. “A percepção lá fora é de um cenário mais tranquilo, considerando que as manifestações foram pacíficas e não culminaram em paralisação de estradas, caminhões, portos.”

Investidores também seguem atentos às notícias sobre a preparação dos produtores norte-americanos para o plantio da safra 2015/16. As temperaturas mais altas no sul dos EUA têm permitido que produtores comecem a preparar o solo para a semeadura de milho, que antecede a da soja. “A preocupação hoje no mercado é se o plantio vai sofrer algum tipo de atraso. Com o frio intenso e o elevado acumulado de neve nos EUA, o mercado tenta antever como irá transcorrer este início de plantio entre março e abril. Os primeiros trabalhos do milho definem toda a sequência da semeadura.”

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

  GRÃO   FARELO   ÓLEO
  US$/bushel   cents   US$/t   US$   (cents/libra)   pontos
  Mai/15 9,6925 -4,75  Mai/15 323,70 -3,30  Mai/15 30,39 -10
  Jul/15 9,7375 -4,25  Jul/15 320,80 -2,90  Jul/15 30,58 -11
  Ago/15 9,7250 -4,00  Ago/15 319,20 -2,90  Ago/15 30,66 -10
  Set/15 9,5925 -4,00  Set/15 317,80 -2,80  Set/15 30,73 -8

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, o volume negociado diminuiu com o recuo do dólar ante o real, que pressionou os preços no Brasil. Produtores acreditam que a moeda norte-americana pode subir ainda mais no mercado brasileiro, por isso preferiram aguardar melhores oportunidades de venda.

Em Mato Grosso, compradores ofereciam ontem R$ 56,20/saca para retirada em Nova Mutum, porém sem registro de acordos. Na sexta-feira, havia indicações de compra na faixa de R$ 58/saca, patamar em que rodaram negócios de forma pontual. “Produtores estão vendendo pouco por causa da instabilidade política, preferem segurar o grão”, explicou agente da região. Ainda assim, ela estimou que os clientes da empresa já têm, em média, 50% da safra já vendida. Quanto à comercialização futura da safra 2015/16, a pedida de compra era de R$ 55/saca para retirada em fevereiro e pagamos em março de 2016, mas vendedores hesitavam em negociar. “Não houve muita intenção de venda mesmo com esse preço em função de p rodutores não terem fechado insumos”, disse a corretora. Na sexta-feira, todavia, quando as cotações estavam em R$ 56,50/saca para os mesmos prazos, saíram 2,5 mil toneladas da próxima safra.

Em Rondonópolis, preço da saca de soja girou em torno de R$ 60,50 na segunda-feira, praticamente no mesmo nível da semana passada, disse o corretor Wezer Lopes, da Mauá. Os negócios seguem aquecidos, com a colheita a pleno vapor. Apesar da queda do dólar ante o real ontem, o preço ainda é atrativo em virtude das altas recentes da moeda norte-americana. “O dólar está calçando o preço, dando suporte ao mercado”, afirmou o agente. Os preços têm oscilado entre R$ 60/saca e R$ 61/saca na região, com pagamento a prazo fixo ou 72 horas depois do embarque. “Já o produtor que precisa vender mais rápido, à vista, porque precisa de caixa, acaba pedindo um preço menor.”

No Rio Grande do Sul, vendedores seguiram negociando apesar do recuo do dólar, ainda que o ritmo tenha diminuído em relaç ão à sexta-feira. Na manhã de segunda-feira, foram assinados contratos a R$ 72/saca e R$ 72,50/saca, no spot, e a R$ 73/saca e R$ 73,40/saca, com entrega em abril e maio e pagamento em junho, sobre rodas no Porto de Rio Grande. “Saíram acordos em ambos os prazos, mas bem menos do que na semana passada”, ressaltou o corretor Reny Kloeckner, da CeAgro. Na sexta-feira, chegaram a rodar negócios a R$ 75/saca (maio/junho) no terminal. Em Cruz Alta, havia chance de acordos ontem a R$ 68/saca e R$ 68,50/saca no disponível. Produtores têm negociado aos poucos para cooperativas e cerealistas, mas esses, por sua vez, comercializam em seguida os lotes, tentando fazer boas médias. “Vendedor negociou a semana (passada) toda”, contou o agente. “A cada dia estavam vendo os preços subirem.” A colheita começa a ganhar força no Estado, com clima favorável aos trabalhos no campo.

No Paraná, o preço da soja no balcão fechou ontem em R$ 61/saca, informou o corretor Camilo Motter, da Granoeste. No disponível, alguns lotes foram negociados por até R$ 64/saca e R$ 64,50/saca no oeste e R$ 65/saca no sudoeste. Já para entrega nos portos de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e Paranaguá, no Paraná, era possível fechar negócios entre R$ 70/saca a R$ 71/saca, com pagamento em junho.

O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou em queda de 0,89%, a R$ 64,89/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 19,99/saca (-0,45%).

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado
  16/03   13/03   DIA   SEMANA   MÊS   12 MESES
  Paranaguá 67,32 67,32 +0,00% +2,25% +6,86% -6,81%
  Barreiras 60,67 60,25 +0,70% +4,15% +4,82% +1,54%
  Ponta Grossa 65,41 65,60 -0,29% +2,68% +7,32% -5,50%
  Passo Fundo 66,88 66,63 +0,38% +2,26% +10,13% -3,31%
  Rio Verde 61,55 60,71 +1,38% +3,45% +9,54% +1,32%
  Rondonópolis 60,76 61,07 -0,51% +2,26% +11,06% +3,46%
  Triângulo Mineiro 62,21 63,00 -1,25% +3,00% +6,52% -1,41%
  Oeste do Paraná 63,70 64,31 -0,95% +2,51% +9,22% -4,74%
  Norte do Paraná 63,79 64,67 -1,36% +2,70% +9,27% -4,88%
  Mogiana 65,17 65,67 -0,76% +4,86% +9,79% -1,38%
  Ijuí 66,38 67,39 -1,50% +1,78% +9,02% -3,70%
  Sorriso 54,08 54,57 -0,90% +2,76% +10,23% +1,22%
  Sorocabana 65,07 65,67 -0,91% +4,40% +9,49% -2,74%
  ESALQ – R$/saca 64,89 65,47 -0,89% +2,50% +8,11% -5,60%
  DÓLAR 3,2460 3,2600 -0,43% +3,94% +14,50% +38,07%
  FARELO PELLETS – R$/TONELADA
  Campinas 1073,47 1078,06 -0,43% +8,77% +14,34% +0,18%
  Chapecó 1106,23 1103,38 +0,26% +1,09% +7,03% -10,08%
  Maringá 1125,48 1113,01 +1,12% +4,02% +9,05% -4,98%
  Oeste PR 1082,50 1090,29 -0,71% +0,50% +7,14% -3,97%
  Ponta Grossa 1160,50 1141,70 +1,65% +0,89% +8,89% +1,80%
  Triângulo MG 1075,66 1062,89 +1,20% +3,23% +11,27% +0,17%
  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA
  ICMS 12% 2251,73 2255,28 -0,16% +2,32% +2,57% -5,67%
  ICMS 7% 2197,29 2198,19 -0,04% +2,87% +1,24% -4,15%

Cepea/Agência Estado

MILHO

Voltados para a soja, participantes do mercado do milho tendem a seguir comercializando lotes pontuais, sempre de olho no câmbio. Ontem, o recuo da moeda norte-americana afastou vendedores, que na semana passada fecharam contratos a preços remuneradores. Mas mesmo fechando a R$ 3,246, em queda de 0,43%, após sete altas seguidas, o dólar acumula valorização de quase 14% desde o início do mês, o que leva vendedores a também subirem suas propostas. O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa à vista encerrou ontem a R$ 29,61/saca (-0,13%), mas o valor em dólar avançou 0,33%, a US$ 9,12/saca.

A competitividade obtida com o câmbio é observada em regiões como Nova Mutum, no médio-norte de Mato Grosso, que já tem praticamente o custo da safrinha contabilizado, como indica uma corretora, mas passa longe de outras, como o oeste do Paraná, que, mais conservadora, ainda poderá ter de arcar com um custo maior de insumos – cotados em dólar – ainda não totalmente co mprados, caso dos defensivos.

Milho remanescente da safrinha saiu em Rondonópolis a R$ 21,00 a saca à vista, para retirada na fazenda, informa o agente Marcos Hildenbrandt, da Mauá Corretora. A este preço os negócios fluem, embora o mercado esteja mais voltado à comercialização da soja, confirma o corretor. Para entrega na praça de Rondonópolis, o valor da saca sobe para R$ 23,00, também à vista.

Na sexta-feira, segundo Hildenbrandt, foram negociadas 600 toneladas e, ontem, até as 16h (horário de Brasília), vários contratos estavam engatilhados, mas não fechados. O corretor acreditava, porém, que o dia seria frutífero, já que os interessados na compra tinham interesse em fazer negócio e disputavam as raras ofertas disponíveis. “Há pouca gente interessada em vender milho, pois o produtor está totalmente concentrado na colheita de soja e fica até difícil a gente encontrar alguém disposto a falar do cereal”, diz o corretor, lembrando que a safrinha foi plantada com atras o por causa do clima desfavorável e só em julho haverá volumes maiores no mercado.

Contratos antecipados têm saído pouco na Mauá. Os firmados em dezembro cotavam a saca em R$ 19,00; já os fechados na semana passada consolidaram-se em R$ 21,00 – em ambos os casos para entrega em julho e pagamento 30 dias depois. “Este milho é essencialmente para exportação”, diz Hildenbrandt.

No oeste do Paraná os negócios estavam parados na segunda-feira, informa o corretor da Granoeste, de Cascavel, Camilo Motter. “O preço de balcão ficou em R$ 21,00 a saca; já no mercado de lotes havia negócios que indicavam R$ 25,00”, diz o corretor. Entretanto, foram só indicações, já que a compra e a venda travaram. Nas negociações antecipadas de milho safrinha para exportação, as indicações eram de R$ 30,50 a R$ 31,00 a saca, com entrega em setembro, no Porto de Paranaguá ou no de São Francisco do Sul. “Em razão da subida do dólar, porém, os vendedores querem receber mais, até R$ 26,00 a saca, s em conseguir”, diz ele, explicando que o mercado, atualmente, está mais confinado à região. “Alguma venda costuma ir para o sudoeste do Paraná e Santa Catarina, mas o Estado vizinho também está em plena colheita de verão, o que reduz a sua necessidade de vir buscar o nosso produto.”

Motter alerta, ainda, que, embora as subidas do dólar na semana passada tenham valorizado, por consequência, a saca do milho, elas resultam também em custos maiores de produção – a safrinha já está praticamente plantada, mas há boa parte dos insumos, como defensivos, que ainda serão adquiridos com preço em dólar.

Em Nova Mutum, no médio-norte de Mato Grosso, os preços começam a reagir no spot. Compradores ofereciam R$ 17,50/saca nesta segunda-feira, acima dos R$ 17,20/saca indicados no fim da semana passada. “A alta reflete a necessidade do mercado interno, porque não estão saindo volumes para exportação”, assinalou corretora local. Apesar do ajuste, o novo preço não atraía interesse de v enda na região, conforme a agente. Ela relatou não ter visto acordos ontem ou na semana passada. “A negociação está parada, com produtores insistindo nos R$ 18,00/saca”, apontou.

Para comercialização da safrinha 2015, que ainda está sendo plantada, tradings ofereciam R$ 17,20/saca para retirada em Nova Mutum em setembro e pagamento em outubro, mesmo valor em que foram negociadas 12 mil toneladas na semana passada. O preço ficou estável na segunda-feira, com o dólar caindo ante o real, o que vinha impulsionando as indicações de compra. Na região, já foram negociados grandes volumes antecipadamente. “Produtor já tem o custo da safrinha fechado, está fazendo negócios para cobrir pelo menos as despesas”, acrescentou a corretora.

Existe, ainda, o temor de forte queda das cotações durante a colheita da segunda safra em MT. O plantio avança sem percalços, com períodos de sol e chuva intercalados. Produtores torcem por novas precipitações nas próximas semanas para ajudar no desenvolvimento do milho, já que a colheita de soja já está quase finalizada.

No Rio Grande do Sul, o milho tinha comprador a R$ 28,00 a R$ 28,50/saca na Serra Gaúcha, sem registro de negócios ontem, com preços praticamente iguais aos de quinta e sexta-feira. O corretor da Reny Kloeckner, da CeAgro, de Porto Alegre, ressaltou que, logo depois da greve dos caminhoneiros, as cotações subiram, mas depois o fornecimento foi reequilibrado e o mercado cedeu. “Os produtores estão colhendo uma produção mais ou menos em linha com o que era projetado. Choveu e tivemos uma safra normal”, explicou o agente. “Ainda tem bastante milho para ser negociado.”

Com o preço do frete aumentando com a alta do diesel e a pressão da entrada da soja, as negociações de milho têm ocorrido em distâncias mais curtas entre comprador e vendedor. “Quando o frete aumenta, o comprador busca aqui no RS um pouco mais”, destacou. Entre o fim de fevereiro e início de março surgiram pedidas de compra entre R$ 30,00 e R$ 30,50/saca no Porto de Rio Grande, onde, segundo o agente, chegou a rodar um “volume razoável” de milho para exportação.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO

  MILHO – R$ / saca
  16/03/2015   13/03/2015   12/03/2015   11/03/2015   10/03/2015   09/03/2015
  Passo Fundo 24.74 25.11 25.31 25.23 24.86 24.52
  Chapecó 28.04 28.07 28.04 27.88 28.13 27.90
  Paraná/Sudoeste 25.04 25.05 25.07 24.75 25.01 24.95
  Cascavel 24.14 24.25 24.25 24.21 24.16 24.21
  Ponta Grossa 25.12 24.82 25.06 25.17 25.02 25.01
  Paraná/Norte 24.56 24.78 24.47 24.57 24.52 24.48
  Sorocabana 26.10 26.11 26.03 25.88 25.84 25.71
  Campinas 29.61 29.65 29.70 29.67 29.64 29.49
  Mogiana 27.04 26.99 26.90 26.70 26.88 26.71
  Triângulo Mineiro 26.05 26.06 26.46 25.99 26.20 25.73
  Rio Verde 23.39 23.37 23.84 24.16 23.95 23.98
  Sorriso 14.87 14.85 15.58 15.69 15.29 14.72
  Posto Recife 35.33 35.38 35.36 35.29 35.32 35.67

Na Bolsa de Chicago os contratos futuros de milho foram pressionados pela queda nos preços do petróleo. O vencimento maio fechou a US$ 3,79 por bushel (queda de 0,39% ou 1,5 cent). Com o petróleo mais barato, os biocombustíveis, como os feitos a partir de milho, deixam de ser competitivos, o que provocou a baixa em bolsa do cereal. Além disso, a alta recente do dólar nos mercados internacionais pressiona as cotações do cereal, pelo fato de ele se tornar menos atrativo para compradores estrangeiros.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)
  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar
  Contrato  Máxima  Mínima  Anterior  Atual Variação
  Mai/15 3,8150 3,7600 3,8050 3,7900 -1,50
  Jul/15 3,8775 3,8625 3,8800 3,8700 -1,00
  Set/15 3,9475 3,9475 3,9550 3,9475 -0,75
  Dez/15 4,0400 4,0400 4,0475 4,0425 -0,50