Novo projeto promove a inclusão de pequenos e médios pecuaristas mato-grossenses na produção sustentável de carne

Parceria entre Imaflora e Liga do Araguaia tem, entre seus objetivos, aperfeiçoar o sistema de monitoramento, reporte e verificação de boas práticas da Garantia Araguaia

 O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e a Liga do Araguaia estão lançando, no Mato Grosso, o projeto Garantia Agroambiental Araguaia. Com duração de 12 meses, o projeto busca viabilizar a articulação e disseminação de práticas de pecuária sustentável e de baixo carbono para pequenos e médios produtores do Vale do Araguaia, que abrange 11 municípios do estado.

O projeto foi idealizado em uma parceria da Liga do Araguaia com o Imaflora, que soma a experiência na região do primeiro ao conhecimento técnico em sistemas de melhoria contínua do segundo. Com o trabalho conjunto, a Liga pretende aperfeiçoar o sistema de monitoramento, reporte e verificação de boas práticas da Garantia Araguaia e promover a sustentabilidade na pecuária por meio da aplicação de tecnologias, tendências e conhecimentos.

“Sabemos que a região é deficiente em políticas públicas, o que dificulta o desenvolvimento local. Por outro lado, é um espaço promissor para receber iniciativas que promovam a sustentabilidade na cadeia de produção. Nosso objetivo é demonstrar aos produtores que existem formas de conciliar pecuária, conservação dos ecossistemas e boas condições de vida. A valorização da carne produzida de forma responsável é importante para fortalecer o segmento do setor produtivo que possui compromissos com a pecuária sustentável, ser um atrativo para a adoção de boas práticas de produção e segregar aqueles que utilizam-se da pecuária para justificar outras atividades, muitas vezes ilícitas”, explica Marcelo Carpintero, consultor de projetos do Imaflora.

O Vale do Médio Araguaia, que inclui os municípios de Cocalinho, Araguaiana, Nova Nazaré, Ribeirão Cascalheira, Água Boa, Querência, Nova Xavantina, Canarana, Pontal do Araguaia, Torixoréu e Barra do Garças, reúne centenas de produtores e rebanho aproximado de 2,9 milhões de cabeças, com cerca de 3,8 milhões de hectares de pastagens. Para envolver os pequenos e médios pecuaristas, serão realizados dias de campo, além de planos de desenvolvimento, cursos e oficinas com a finalidade de estender e conciliar o trabalho realizado pela pecuária com a conservação dos biomas.

“A nossa ideia é envolver o maior número possível de produtores em questões como recuperação de pastagens degradadas, melhoramento genético do rebanho, bem-estar animal e adequação ambiental e fundiária de suas propriedades. Estimular e replicar as práticas de pecuária sustentável está no centro do nosso trabalho, aliando os pilares de produtividade, conservação, redução de emissões e turismo. Esse projeto vai ajudar a ampliar nossa atuação e afirmar ainda mais nossa vocação ”, conclui Homero José Figliolini, Coordenador Executivo do Instituto Agroambiental Araguaia.

Fonte:  Érika Ferreira Oliveira