Novo viveiro em Pederneiras (SP) impulsiona pesquisa e desenvolvimento de espécies florestais

No dia 27 de maio será inaugurado o viveiro do “Projeto Melhoramento e Conservação de Germoplasma Arbóreo de Rápido Crescimento”, na Unidade de Conservação Floresta Estadual de Pederneiras, no estado de São Paulo. Desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA/SEMIL) em parceria com a Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) e a empresa Helmut Schuckar, o projeto, que está em andamento desde 2022, visa aprimorar a produção de material genético de espécies arbóreas como pinus, eucaliptos e corymbia.

O viveiro objetiva produzir mudas com material genético melhorado para as espécies exóticas de rápido crescimento. “Esse material é destinado principalmente à produção de resina de pinus, que tem ampla aplicação em cosméticos, fármacos, alimentos, produtos de limpeza, construção civil, entre outros produtos, além da madeira,” explica o pesquisador Científico do IPA/SEMIL e coordenador do projeto, Miguel Luiz Menezes Freitas.

Atualmente, o viveiro ocupa cerca de um hectare e tem capacidade para produzir um milhão de mudas por ano, podendo ser expandido para atender à demanda crescente. A estrutura inclui casa de vegetação climatizada, área para preparo das mudas e área de rustificação das mudas, além de espaço para armazenamento de sementes.

O principal objetivo desta fase do projeto é intensificar a produção de material genético melhorado, utilizando técnicas avançadas como a seleção de indivíduos superiores, polinização controlada, coleta de sementes florestais e um programa de enxertia. Essas tecnologias são essenciais para garantir a qualidade e a sustentabilidade das mudas produzidas.

Além do impacto científico e ambiental, o projeto também traz benefícios econômicos significativos para a região e para São Paulo, com empresas de outros estados já demonstrando interesse em adquirir as mudas produzidas, o que pode gerar emprego e movimentar a economia da região. “Até o momento, cinco trabalhadores locais foram contratados diretamente e a expectativa é que o número cresça com a expansão do projeto”, sinaliza o também coordenador do projeto, José Arimatéia Rabelo Machado.

Destinatários e impacto econômico

A produção do viveiro será acessível a produtores interessados na produção florestal, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de resina de pinus, exportando grande parte de sua produção, especialmente para a Europa e, consequentemente, para a Ásia e América do Norte. “Nosso mercado maior é a Europa, de onde os produtos são distribuídos globalmente,” acrescenta Machado.

O viveiro entra em operação e já está comercializando mudas para algumas empresas. “O projeto representa um avanço significativo para a produção florestal em São Paulo, combinando inovação genética com sustentabilidade ambiental. Com a inauguração e o apoio de diversas instituições, esperamos que o viveiro contribua significativamente para o fortalecimento do setor florestal brasileiro”, enfatiza Freitas.

Fonte: Glaucia Bezerra