O FUTURO DO MEIO AMBIENTE

1 – Como é de conhecimento público, fui convidado a contribuir para a equipe de transição do governo brasileiro em questões técnicas relativas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

2 – Dada a complexidade das atribuições de ambos os ministérios e de suas interfaces, coordenei um Grupo de Trabalho, exclusivo e específico, para avaliar o Meio Ambiente. Reuni uma equipe de 12 especialistas de alto nível técnico, por sua vez assessorados por outros colaboradores, perfazendo um grupo voluntário de cerca de 100 profissionais, de diversas áreas.

3 – Trabalhamos intensamente nas últimas semanas e encerramos nossa contribuição como GT no último dia 5 de dezembro. Fizemos um raio-X dos problemas estruturais do MMA, estudamos meios e opções de redirecionar os recursos financeiros e humanos do ministério e colocamos um plano de trabalho à disposição do futuro governo.

4 – Com isso, assessoramos o presidente eleito Jair Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em decisões sobre o MMA e as tarefas do futuro ministro do Meio Ambiente. Assessoramos também a futura ministra Teresa Cristina, quanto à interface da Agropecuária com o Meio Ambiente. Propusemos mais transversalidade dos assuntos ambientais nos demais ministérios com os quais também há interface.

5 – Neste processo fui convidado para assumir altas responsabilidades nestes temas, porém declinei, por entender que meu trabalho à frente da Embrapa Territorial é mais útil para o país e o Estado brasileiro e estratégico para ao desenvolvimento sustentável. Agradeço o apoio e o incentivo de todos nesse assunto e o trabalho dos membros do GT.

6 – Na Embrapa Territorial já estamos comprometidos com o assessoramento técnico da Agricultura, da Casa Civil, das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. Ele se dará âmbito da inteligência e da gestão territorial.

7 – Tenho certeza: o futuro ministro do Meio Ambiente, a ser escolhido pelo presidente eleito, será uma pessoa qualificada para as tarefas urgentes de eliminar desvios e duplicidades de função, reencaminhar os recursos do MMA das atividades meio para atividades-fim e focar em políticas para promover efetivamente a conservação de nossa biodiversidade, a proteção de nossos recursos naturais e a sustentabilidade para todos, sem atentar contra o desenvolvimento e a soberania nacional.

EVARISTO EDUARDO DE MIRANDA – Chefe da Embrapa Territorial