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Onda de protestos agrícolas na Europa: mortes trágicas, bloqueios de estradas e confrontos pela competição com o Brasil

*Por Roberta Zuge

Os movimentos dos agricultores na Europa têm ganhado força e espaço na mídia. Com a morte da produtora francesa Alexandra Sonac, 36 anos, e de sua filha Camille, 12 anos, ambas atropeladas na terça-feira, dia 23, durante uma manifestação, os manifestantes intensificaram os bloqueios de estradas.

Este episódio da produtora (que tinha uma pequena fazenda de gado de corte) se tornou mais impactante pois, tanto o motorista causador da tragédia, quanto as duas passageiras do carro, responsável pelo acidente, eram de nacionalidade armênia e tiveram seus pedidos asilos negados e já tinham recebido a ordem para deixar a França, e não cumpriram a decisão. Tudo isto ainda aquece mais os movimentos refratários às aberturas de fronteiras aos cidadãos não pertencentes à comunidade europeia.

Entre as principais reivindicações dos manifestantes, há uma que diz respeito ao Brasil, como os custos de adaptação às demandas ambientais do pacto de transição ecológica da União Europeia, que causa uma concorrência desleal em relação aos produtos oriundos de outros países não submetidos a essas mesmas exigências. Os custos do diesel também estão no centro das manifestações. Na França, o governo determinou um incremento gradual no imposto cobrado sobre o diesel consumido pelos produtores rurais. Neste ano, a tributação sobe para 0,67 centavos de euro por litro.

Em relação às questões ambientais, o Brasil possui uma legislação bastante restritiva, que mesmo os países da CE não cumprem diversas diretrizes estabelecidas, como por exemplo a preservação de mata ciliar e áreas de APP nas propriedades. São requisitos realmente importantes na preservação do meio ambiente, mas pouco explorados na “venda” da visão dos produtos agropecuários brasileiros. E, além de ocorrer de fato muito descumprimento, não há mecanismos para transmitir melhor transparência ao comprador. No entanto, há outras restrições da Europa que não são cumpridas no Brasil.

Há questões como controle de antimicrobianos em animais de produção. Na Bélgica, a venda é extremamente controlada e o veterinário responsável deve, diariamente, indicar onde prescreveu, quantidade e animais e, claro, qual o rebanho que foi ministrado. Procedimento que também ocorre em diversos outros países da CE. No Brasil muitas propriedades não possuem um responsável pela sanidade, o veterinário, às vezes, é chamado para alguma emergência clínica, depois do proprietário já ter medicado com diferentes fármacos. Claro, que em outro extremo, há produções brasileiras extremamente especializadas, onde as boas práticas agropecuárias são aplicadas e existe um controle correto do uso de medicamentos. São propriedades que tornam os técnicos esperançosos com a pecuária brasileira. Mas, infelizmente, não é a regra.

Hoje os agricultores belgas fizeram uma manifestação em frente ao consulado geral do Brasil na Bélgica, exatamente para protestar contra as importações brasileiras, que para eles é uma competição desleal frente às restrições que enfrentam. Eles estão atravessando todo o país em seus tratores, e parando as estradas.

Em Luxemburgo, um pequeno país incrustado entre Alemanha, Bélgica, França e Alemanha, já está sentindo a greve nas gôndolas dos supermercados. Há falta de produtos e a perspectiva que deva piorar. Não há previsão para que este movimento pare. Nas redes sociais os produtores estão inflamados, exigindo mudanças.

*Roberta Zuge, conselheira do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável), mora em Luxemburgo e escreveu um artigo sobre o assunto. Nossa porta-voz está disponível para entrevistas.

Fonte: Mariana Cremasco 

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