De acordo com ele, foi uma “surpresa enorme” a ressurreição do populismo de esquerda na Argentina: “Embora se esperasse, de certo modo, o resultado, ele assustou a todos. Crescimento da economia aos saltos, com nova onda de tecnologia, enormes investimentos no campo e na indústria, petroquímica, gás e maquinaria, tudo revertido para praticamente nada”.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, alertou para as consequências econômicas de uma eventual vitória da oposição. “Isto é apenas uma mostra do que vai acontecer. Isso é pelo passado, há muita gente que não deixa seu dinheiro neste país, que vai embora deste país. O que pode acontecer é horrível. Venho dizendo isso há três anos e meio. Não podemos voltar ao passado, porque o mundo vê isso como o fim da Argentina. O tema é que o ‘kirchnerismo’ já governou, o mundo conhece o que fez”, declarou Macri em coletiva de imprensa.
A T&F Consultoria Agroeconômica alistou os efeitos devastadores ocorridos nos dois dias úteis após o resultado das primárias:
– Juros subiram para 74%;
– Dólar desvalorizou 16 pontos percentuais. “Mercado de Dólar Blue (Paralelo) freou. Não vendem, só compram”, afirmou o jornalista Luís Vieira, da Engormix;
– Bolsa despencou 30%, algumas ADR já estão no mesmo nível de 2012, quando o Clã Kirchner tomou conta do país;
– Risco país aumentou 80%;
– Inflação subiu 10% nos supermercados em apenas um dia;
– Negócios do agro estão parados. Não se sabe o preço líquido final nem de quem vende, nem de quem compra, com medo da volta das retenciones (impostos sobre exportações);
– Negócios de trigo de safra nova estão trancados, totalmente paralisados. Os agricultores argentinos já tinham negociado cerca de 3,5 milhões de toneladas da safra nova;
“Com isto, pelo menos enquanto não se esclarece melhor a situação, parece que poderá aumentar a demanda sobre o trigo paraguaio, uruguaio e gaúcho, além do americano e talvez até russo. O mercado não espera as coisas acontecerem, se posiciona antes, mesmo que depois desfaça estas posições, porque o importante é se precaver”, conclui o analista da T&F, Luiz Pacheco.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems