Potencial do biometano – biocombustível produzido a partir da purificação do biogás, em substituição ao diesel

Entre os biocombustíveis, o biometano é o que possui uma das notas energético-ambiental mais alta e com um grande potencial de emissão de CBIOs (créditos de descarbonização) no RenovaBio. Com isso, acredita-se que vai impulsionar o uso do gás em ônibus e veículos pesados.

O biometano pode ser usado em qualquer automóvel adaptado para ser movido a gás, como o GNV convencional. Para a ANP, um posto só precisaria ter autorização para comercializar GNV comum para automaticamente também poder abastecer com o biometano nos milhares de postos autorizados pelo país.

Já existem inúmeras iniciativas no país de abastecimento de frotas com essa fonte, que é extraída da degradação de materiais orgânicos como resíduos agrícolas, dejetos de animais e até de lixo urbano. Dados da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) apontam que o biometano (combustível renovável feito da purificação do biogás) apresenta o potencial para suprir 70% do consumo de diesel.

É o caso da Scania, fabricante sueca, que vai começar a produzir caminhões movidos a biometano na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, no primeiro trimestre de 2020. A primeira unidade, inclusive, já foi vendida. O modelo R 410 foi adquirido pela RN Logística, de São Paulo, e será usado na rota São Paulo-Rio de Janeiro para o transporte de produtos da francesa L’oreal. A redução de emissões de CO2 pode chegar a até 15% em comparação a similares a diesel, se abastecido com GNV, e até 90% se o combustível for o biometano.

A montadora inclusive iniciou testes em Curitiba, cidade escolhida para receber uma frota de ônibus para o transporte coletivo. Para Silvio Munhoz, um dos diretores da companhia, a maior vantagem do uso do gás natural é contribuir para a redução da poluição. “Esse tipo de combustível emite entre 70% e 85% menos material particulado no ar comparado ao diesel comum”, disse.

Em Foz do Iguaçu, a unidade de Demonstração de Biogás e Biometano da Itaipu Binacional, instalada nas dependências da usina hidrelétrica em 2017, produziu volume suficiente para abastecer a frota dos 80 veículos da binacional movidos a este combustível. Em 2018, os carros percorreram 210 mil quilômetros com biometano, o equivalente a cinco voltas no planeta Terra.

”O uso de biometano na mobilidade urbana já é uma realidade, e esse movimento tem um efeito altamente positivo na cadeia produtiva do país porque reduz a dependência dos combustíveis fósseis, os custos de importação desses combustíveis, melhora os índices de poluição das cidades, e promove um verdadeiro saneamento rural, uma vez que reduz a carga dos dejetos de animais, por exemplo”, avalia Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás.

Mais eficiência no Agronegócios

O Brasil é uma potência agropecuária, o que resulta na produção de uma enorme quantidade de resíduos orgânicos. Tem, portanto, um dos maiores potenciais no planeta de produção de biogás. A entidade ressalta que o desenvolvimento do mercado do biogás pode beneficiar setores como o alimentício, não só em atividades como irrigação e moagem de grãos, mas, principalmente, no abastecimento de frotas para o escoamento da produção, reduzindo custos logísticos do diesel. São operações que não necessitariam ser realizadas com energia gerada em grandes centrais, com linhas de transmissão, subestações e linhas de distribuição, mas sim com energias e combustíveis gerados por seus próprios resíduos orgânicos.

“O Brasil é uma potência agropecuária, o que resulta na produção de uma enorme quantidade de resíduos orgânicos. Tem, portanto, um dos maiores potenciais no planeta de produção de biogás. A ABiogás ressalta que o desenvolvimento do mercado do biogás pode beneficiar setores como o alimentício, não só em atividades como irrigação e moagem de grãos, mas, principalmente, no abastecimento de frotas para o escoamento da produção, reduzindo custos logísticos do diesel. São operações que não necessitariam ser realizadas com energia gerada em grandes centrais, com linhas de transmissão, subestações e linhas de distribuição, mas, sim, com energias e combustíveis gerados por seus próprios resíduos orgânicos”, diz ainda Gardemann.

Fonte: LaComunica