Primeira rota do Confina Brasil 2023 encerra com visitas em Goiás

A 4ª edição do Confina Brasil 2023, pesquisa-expedicionária promovida pela Scot Consultoria para mapear sistemas intensivos e semi-intensivos de produção pecuária pelo país, finalizou a primeira rota de visitas a confinamentos de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, encerrando em Goiás.

Na última semana, foram cinco visitas em três cidades do estado do Centro-Oeste brasileiro.

O município de Mineiros (GO), abriga o Confinamento MFG. “Braço” do grupo Marfrig Global Foods, a propriedade pertence ao empresário Marcos Molina, dono e fundador da Marfrig. “O Confinamento MFG abastece a unidade local da Marfrig. O modelo adotado hoje pela unidade é, majoritariamente, o sistema de boitel no modelo de parceria, que representam cerca de 80% do volume de gado alocado. Os outros 20% referem-se à compra de bovinos destinados à engorda no confinamento”, informa a médica-veterinária Julia Zenatti, analista de mercado da Scot Consultoria que visitou a planta.

Para controle do rebanho, o confinamento investe em tecnologia. Ao invés de balanças para medição de peso nos currais, os gestores estão testando câmeras de auto pesagem, que realizam a leitura e pesagem dos bovinos cada vez que se deslocam até os bebedouros.

Julia relata que o bem-estar animal e a preocupação com o meio-ambiente são prioridades da propriedade. “Os líderes promovem treinamentos de manejo racional, realizam a aclimatação na chegada do gado, além de buscarem alternativas de enriquecimento ambiental para os currais de engorda”.

Outra propriedade visitada foi a Fazenda Rio Verde, em Serranópolis (GO). Trabalhando com ciclo completo (cria, recria e engorda), a fazenda possui um confinamento com capacidade estática para 2.500 cabeças.

“A fazenda Rio Verde conta com uma área total de 21 mil hectares, destinados à pecuária e, também, à lavoura. A propriedade realiza Integração Lavoura-Pecuária com o cultivo do milho, além de produzirem soja, milheto e silagem de capim, insumos utilizados no abastecimento do confinamento.

Também proprietários de algodoeira, os gestores optam pela utilização de caroço e casquinha de algodão na nutrição dos bovinos, dependendo da disponibilidade dos insumos.

A Rio Verde passou por uma reorganização na propriedade, com o intuito principal de otimizar as operações da fazenda e melhorar a gestão de pessoas. “Atualmente, são 25 colaboradores e cerca de 15 famílias, que convivem nos perímetros da propriedade. É notável como o trabalho dos gestores em fortalecer o relacionamento com esses trabalhadores rendeu bons laços que refletiram diretamente em melhorias operacionais”, relata Arthur Rodrigues, técnico do Confina Brasil.

Já na Fetz Agropecuária, em Aparecida do Rio Doce, o destaque vai para a vasta área de pastejo de tifton, se posicionando como uma das maiores áreas do estado desse cultivar para pastejo.

O confinamento é utilizado estrategicamente, durante o período de seca, onde optam pela operação de “sequestro” da recria. A engorda dos animais é realizada exclusivamente a pasto, em uma dieta com inclusão de baixo proteinado.

Julia complementa que “apesar de um sistema diferenciado do que costumamos acompanhar dentro do projeto, é interessante compartilhar que a fazenda está buscando intensificar sua gestão. Embora, hoje, a pecuária não seja o foco principal do grupo, os gestores iniciaram a implantação de identificação eletrônica nos bovinos para melhorar o acompanhamento das métricas dentro da atividade. Esse “upgrade” irá auxiliar a traçar estratégias mais assertivas, com base nos dados coletados, pensando na otimização dos custos e aumento da produtividade”.

Além da bovinocultura, o grupo Fetz tem relevância na suinocultura. Para aproveitar os dejetos produzidos pelos suínos, a fazenda direciona todo o conteúdo para lagoas artificiais e depois realiza a fertirrigação das pastagens, integrando processos produtivos e visando ser mais rentável e sustentável.

Fonte:  Irvin Dias – Texto Comunicação Corporativa