Produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil no primeiro semestre de novembro deve aumentar 43% no ano

Estimativas levantadas pela S&P Global Platts sugerem moagem de 17,91 milhões de toneladas na primeira quinzena de novembro na região

Pesquisa com analistas levantada pela S&P Global Platts (safra 2020-21)

Moagem de cana: 17,91 milhões de toneladas métricas (mt)

Açúcar recuperável por tonelada de cana (ATR): 149,3 quilogramas por tonelada métrica (kg / mt)

Produção de açúcar: 1.134 mil toneladas (mt)

Produção total de etanol: 920 milhões de litros (ltrs)

Mistura de açúcar: 42,23%

Mistura de etanol: 57,77%

A produção de açúcar na primeira quinzena de novembro na região Centro-Sul do Brasil deve totalizar 1.134 mil toneladas, um aumento de 43% ano a ano, de acordo com as expectativas de consenso de analistas consultados pela S&P Global Platts em 25 de novembro.

Este seria o maior volume de açúcar produzido em qualquer primeira quinzena de novembro desde a safra CS 2017-18, quando 1.255 mil toneladas foram produzidas.

Considerando essa expectativa de produção no período, a produção acumulada desde 1º de abril pode chegar a 37,54 milhões de toneladas, um aumento de 44% no ano.

A quantidade de cana moída na primeira quinzena de novembro deve totalizar 17,91 milhões de toneladas, uma queda de 9,9% em relação ao ano anterior, de acordo com a pesquisa da S&P Global Platts. Se confirmado, o volume será o menor desde a safra 2007-08, quando 17,53 milhões de toneladas foram moídas no mesmo período.

Devido ao clima seco, a safra de cana na região Centro-Sul tem progredido em um ritmo mais acelerado do que no ano anterior, refletindo o pequeno volume deixado em terras nos últimos meses do ano.

Confirmadas estas previsões, a moagem acumulada de cana na safra 2020-21 será de 582,82 milhões de toneladas.

Considerando a moagem total de cana estimada pela Platts Analytics em 600 milhões de toneladas, esse número acumulado representaria 97,14% da safra já colhida.

Dos 10 analistas pesquisados, a estimativa de moagem de cana variou de 16,4 milhões de toneladas a 20,3 milhões de toneladas.

Os analistas ouvidos pela Platts esperam uma média de dois dias de paralisações de moagem no período analisado, atribuídas em grande parte às chuvas.

A proporção da cana usada para a produção de açúcar na região Centro-Sul na primeira quinzena de novembro deve aumentar de 28,38% – no ano anterior – para 42,23%, de acordo com a pesquisa. A maior parte da cana sendo convertida para a produção de açúcar durante toda a safra se deu devido aos preços mais elevados do açúcar de exportação em comparação com o etanol doméstico.

Etanol

A Platts avaliou o etanol hidratado convertido em açúcar bruto equivalente a 11,82 centavos/lb em 24 de novembro, enquanto o mercado futuro de açúcar ICE NY11 fechou a 15,04 centavos/lb, apontando para um prêmio de exportação de 3,22 centavos/lb para etanol hidratado doméstico.

Com a recente desvalorização do real, as exportações brasileiras de açúcar receberiam um prêmio de cerca de R$ 382/t em comparação com o mercado spot de etanol.

Como a mistura de etanol deve cair drasticamente de 71,61% – no mesmo período do ano passado – para 57,77%, o volume total de etanol de cana produzido deve cair 25,3% no ano, para 920 milhões de litros.

A produção de etanol hidratado – usado como biocombustível autônomo E100 no Brasil – deve cair 35,3% ano a ano, para 532 milhões de litros na primeira quinzena de novembro, enquanto a produção de etanol anidro durante o período deve chegar a 388 milhões de litros, representando um corte de 5,3%.

O anidro é usado a uma taxa de mistura obrigatória de 27% na gasolina brasileira e os estoques apertados no país têm incentivado os produtores a transferir uma proporção maior da produção total de etanol para o anidro.

Fonte: Edelman