Produtores rurais dialogam sobre desafios e possibilidades para a valorização da pecuária sustentável

Foi realizada, em Campo Grande, a segunda Oficina de Pecuária Sustentável – como parte da coalizão Pontes Pantaneiras. O encontro teve como objetivo promover o diálogo entre os produtores rurais da região, por meio de palestras e dinâmicas em grupo, para discutir a valorização da pecuária pantaneira e reforçar os seus diferenciais em relação a outras áreas do país. A partir do encontro foram identificados critérios para caracterizar a sustentabilidade da atividade na região. Ainda este ano serão realizados mais dois encontros.

Ao longo de dois dias de debates e reflexões, mais de 30 produtores rurais e técnicos das regiões de Corumbá, Alto Rio Paraguai, Cáceres entre outras, identificaram caminhos importantes para o fortalecimento da pecuária sustentável em um encontro promovido pelo Pontes Pantaneiras. “O evento tem como premissa a escuta e o diálogo com produtores rurais e governanças de forma que a construção seja participativa e reflita a realidade de quem vive no território”, afirma Miriam Perilli, coordenadora técnica do Pontes Pantaneiras. A troca de experiências permitiu o entendimento sobre a necessidade de caracterização e mensuração de aspectos das dimensões ambiental, social, econômica e de governança, relacionadas à sustentabilidade do Pantanal. Esse processo faz parte de um plano para valorização da pecuária pantaneira.

A coalizão Pontes Pantaneiras é o resultado de uma parceria entre o Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Embrapa Pantanal, a Universidade Colégio de Londres e o Instituto Smithsoniano, com apoio do PEW Charitable Trusts. Sua governança é policêntrica que gera diálogo entre os atores, valorizando o povo pantaneiro, os fazendeiros e produtores, trazendo o poder público para estreitar essa conversa e trazer benefícios para a sociedade.

Resultados da 2ª Oficina de Pecuária Sustentável

Os participantes chegaram a conclusões de que no quesito ambiental, as práticas tradicionais seguem um bom caminho. Já na questão econômica, há muito espaço para melhorias na produção, mas no social é necessário que a população pantaneira enriqueça, levando dinheiro não só para os fazendeiros, mas para aqueles que estão na ponta.

“A oficina trouxe uma visão interessante dos fazendeiros que permite avançar ainda mais e qualificar as próximas etapas identificando os indicadores que conseguem comprovar esses aspectos. Com essas definições teremos um sistema convincente de avaliação e certificação e avaliar elegibilidade de políticas de incentivos. Em um próximo encontro teremos as definições para que os indicadores sejam efetivos, tenham custo acessível para implementação e que sejam fáceis de serem adotados”, afirma Walfrido Tomas, pesquisador da Embrapa Pantanal.

Fonte: Allyne de Antoni