Reabilitação de lobos-guarás: Sementes Oilema e Parque Vida Cerrado lançaram 2ª edição do projeto, com transferência de uma fêmea

O evento foi realizado no dia 24 de abril, em Barreiras (BA), com assinatura da renovação de contrato.

A 2ª edição do projeto de reabilitação e soltura de lobos-guarás em vida livre no Cerrado do Oeste baiano foi lançada no dia 24 de abril, com a transferência de uma fêmea jovem, a Jurema, para o recinto de reabilitação, construído em área de propriedade rural parceira do projeto. Na ocasião, também foi assinado o contrato de renovação da parceria entre as diretorias do Parque Vida Cerrado e a empresa Sementes Oilema.

A assinatura ocorreu no Parque Vida Cerrado, no município de Barreiras (BA), no período da tarde. O ato marcou a nova fase do projeto, que é referência na adoção de práticas sustentáveis e de extrema importância para o manejo e conservação dos lobos-guarás, ameaçados de extinção. O objetivo é dar continuidade ao desenvolvimento do protocolo para reabilitação e posterior soltura dos animais em seu habitat, além de reduzir o número de animais que são destinados a manutenção em instituições mantenedoras de fauna ou zoológicos.

Para as empresas parceiras, Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro (detentoras da área do recinto de reabilitação) e Grupo Agro Santo Carmem – patrocinadoras oficiais – esta é a prova de que o agronegócio está em outro patamar de desenvolvimento e que é possível produzir com sustentabilidade, deixando um legado para as futuras gerações.

“Nós, da Sementes Oilema, juntamente com as empresas Irmãos Gatto Agro e Agro Santa Carmem, nos sentimos muito honrados e gratos por participar, como apoiadores, desse projeto de reabilitação e soltura de exemplares de lobos-guarás em vida livre. Tudo isso em parceria com o Parque Vida Cerrado, que tem como mantenedor a Indústria Galvani. Estamos entusiasmados e confiantes no sucesso do projeto, pela quantidade de informações geradas na primeira fase, que nos motivaram a continuar. Os dados vão ajudar a nortear projetos, dessa mesma natureza, em outras regiões do país. Este é um exemplo do caráter preservador do agro brasileiro, em seu desafio de produzir alimentos e conservar o meio ambiente. O agro e a ciência, nesta iniciativa, vão contribuir para a recomposição da biodiversidade da nossa região”, afirmou Celito Missio.

De acordo com a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, desde a chegada dos filhotes, o Parque adotou protocolos para remanejamento de espaço e preparação de recinto. “O animal será mantido nesse recinto de reabilitação por, no mínimo, dez meses e receberão alimentação artificial diária e oferta de água até estarem preparados para a soltura”, afirmou.

Durante este período, os pesquisadores irão acompanhar a evolução comportamental dos lobos-guarás, com atenção especial para o aprimoramento das técnicas de captura. A soltura ocorrerá gradativamente, com o recinto de adaptação servindo de referência para alimentação e abrigo, até que se perceba a total independência e sucesso adaptativo da soltura, por meio de monitoramento com colares de GPS e transmissores de satélites. A previsão, segundo Gabrielle, é de que Seriguela e Jurema façam essa transição em março de 2024.

Em 2021, foi realizada, com sucesso, a transferência dos primeiros animais (Caliandra e Baru) para o recinto de reabilitação. “Após a passagem pelo recinto, ocorre o processo chamado soltura branca, onde o recinto é aberto e os animais saem no tempo deles”, diz Rosa. Os animais passaram por essa transição no ano passado.

Centro de Reabilitação

O Centro de Reabilitação com 2.875 m² localiza-se em uma propriedade agrícola da Irmãos Gatto Agro, que é referência na adoção de diversas práticas sustentáveis e dispõe de árvores e arbustos com frutas da região, e que estão entre as preferidas dos lobos-guarás, bem como paisagem característica com a presença de presas naturais, como pequenos mamíferos, aves, lagartos e anfíbios.

O Projeto

Realizado pelo Parque Vida Cerrado, o projeto de reintrodução de filhotes de lobos-guarás em vida livre no Cerrado do Oeste baiano teve início em 2020, com apoio das empresas Sementes Oilema, Irmãos Gatto Agro, Grupo Agro Santo Carmem e Galvani Fertilizantes, após tratativas entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), para receber três filhotes órfãos de lobos-guarás e conduzir o desenvolvimento de um protocolo para reabilitação e posterior soltura dos animais no meio ambiente. O projeto conta ainda com parceria do Instituto Pró-Carnívoros com transferência em expertise, ICMBio/CENAP, UNB e Inema.

Fonte: Catarina Guedes