Recria: represar ou intensificar?

Com a volta da valorização do boi gordo e altos custos fixos, a suplementação da recria é a única alternativa para reduzir custos

Pecuaristas de todo Brasil estão passando pelo período mais desafiador na atividade, a época da seca. Nesses meses sem chuva, o capim perde a capacidade de produção tanto em quantidade como em qualidade. Segundo estudos da Embrapa, nesse período, os níveis de proteína, energia e vitaminas ficam reduzidos na pastagem. O capim Braquiária spp., por exemplo, é o mais utilizado no Brasil e seu teor de proteína em janeiro varia em torno de 8% e em agosto cai para 4%, sendo imprescindível a suplementação no cocho dos animais.

Para garantir uma boa produtividade do rebanho, a atenção deve ser redobrada também com os bezerros. Segundo o técnico agrícola, Matheus Santana, essa categoria do rebanho é a mais prejudicada pela seca. Ele afirma que são vários os motivos que levam os animais a sentirem tanto os efeitos da época. “Podemos listar, por exemplo, o estresse da desmama, maior exigência de proteína e minerais e o sistema digestivo com capacidade limitante para receber o volume de alimentos necessários para o desenvolvimento adequado”, explica ele.

Matheus alerta que esses animais estão atravessando uma fase importante de crescimento, especialmente dos ossos e musculatura o que vai definir o potencial da carcaça do futuro boi ou vaca. “Se tratando de uma fase de crescimento geral, eles precisam de uma dieta rica em proteínas, vitaminas e minerais”, lembra.

Estratégias para driblar as dificuldades

Levando em consideração todos os gargalos dessa época do ano, Matheus orienta que o pecuarista deve analisar qual a melhor estratégia para suplementar um bezerro na primeira seca. “São várias as opções que devem se adequar a realidade de cada produtor, conforme a estrutura de cada propriedade”, diz ele.

Segundo Matheus, normalmente existem três opções que são as mais usadas, variando em função do investimento e consequentemente do resultado desejado. Há a opção de suplementação a pasto, usando sal mineral ureado com custo normalmente no período da seca de 180 dias de R$ 426,00 (pasto, mão de obra, medicamento e suplementação), com proteinado baixo consumo R$ 547,00 e com o protéico energético de R$ 738,00, porém os ganhos de peso no período são respectivamente 0,3 @, 1,5@ kg e 4,2@ no período, e seus custos da @ produzida de R$ 1.420,00, R$ 364,6 e R$ 175,70.  “Isso mostra que mostra que a suplementação intensiva é a única opção para produção de uma @ mais barata, ainda mais com os custos fixos altos que estamos encontrando em propriedades do Centro-Oeste por conta da supervalorização das terras em relação aos arrendamentos de soja”, explica Matheus.

Ele acrescenta ainda que por último o produtor pode optar pelo confinamento de bezerro, um manejo no qual os bezerros são confinados e recebem silagem à vontade. “Caso o pecuarista prefira essa opção, é importante lembrar que o animal deve consumir uma média de 10 a 12 kg de silagem mais 1kg de protéico energético com custo da diária variando normalmente entre R$ 6,00 a 8,00. O objetivo é o ganho de peso semelhante ao que é alcançado no pasto, no período das águas”, orienta o técnico.

Fonte:  Leydiane Alves