Saiba detalhes que interferem diretamente no sucesso do protocolo de IATF

Técnica que agrega valor ao rebanho e otimiza produção requer atenção em questões básicas, mas por vezes negligenciadas, orienta especialista da MSD Saúde Animal

A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) permite de forma rápida, e em larga escala, melhorar a genética do rebanho, agregando valor ao animal produzido. Ainda há um vasto número de fêmeas não inseminadas no Brasil, por volta de 80%, segundo levantamento realizado pelo Prof. Pietro Baruselli, no entanto, a técnica vem ganhando cada vez mais a atenção dos produtores. Somente a MSD Saúde Animal dobrou o número de protocolos realizados nos últimos dois anos, e com esse crescimento alerta para cuidados que trazem o melhor retorno da IATF para o pecuarista.

Henderson Ayres, gerente de produtos da unidade de negócio Ruminantes da MSD Saúde Animal, afirma que a técnica em si não é complicada, porém demanda atenção a detalhes que fazem toda a diferença. Há diversos fatores que interferem, como nutrição, treinamento da mão de obra, acompanhamento de cada processo da fazenda, mensuração das fases e controle dos animais. “Não existe o melhor protocolo, mas, sim, o uso correto de tudo que conhecemos, entendendo o que melhor se adapta às condições da propriedade”, ressalta o especialista.

O local de armazenagem dos produtos, por exemplo, é de suma importância para o processo de inseminação. “Limpeza, organização e temperatura precisam ser monitoradas. Os produtos quando expostos a lugares muito quentes podem ter a eficácia comprometida, pois altera sua validade. Ainda, dependendo da solução, o calor pode fazer uma alteração na estrutura da molécula e, então, deixa de ter ação”, explica Henderson.

Por isso, a dica é que a fazenda verifique constantemente a armazenagem dos produtos, especialmente os refrigerados, pois precisam estar na temperatura correta. Caso aconteça de a propriedade ficar sem energia por um período, a orientação é procurar rapidamente o médico-veterinário para que ele possa avaliar e orientar se o produto ainda pode ser usado ou não.

Também é preciso uma avaliação frequente do bem-estar animal e da condição do curral. Um animal estressado tem alteração hormonal e pode fazer com que o protocolo não responda adequadamente. Além disso, é imprescindível que a equipe responsável pelo protocolo de IATF seja qualificada.

“O colaborador precisa saber qual produto aplicar, o volume, o tamanho da seringa e agulha e o local correto no animal, para não causar lesão e comprometer uma carne nobre. Uma aplicação errada estraga todo o protocolo, sem contar que coloca em risco a segurança do aplicador e do animal.

A compreensão da saúde única é fundamental, de garantir o bem-estar dos animais, das pessoas e do meio ambiente”, ressalta o gerente de produtos, que ainda afirma que todos os manejos precisam ser feitos com luvas de procedimento, uma vez que os hormônios podem ser absorvidos pela pele. “É um procedimento básico, mas ainda há quem realize sem o equipamento necessário.”

Com o manejo adequado, a IATF reduz o intervalo de parto, melhora o retorno do investimento na fazenda, propicia animais com melhores níveis de desenvolvimento e ganho de peso e abre portas para o incremento de novas tecnologias, já que o produtor enxerga rapidamente os resultados provenientes das melhorias nas práticas e na estrutura da propriedade. Henderson destaca: “Por vezes, a IATF é o que faz o pecuarista entender o poder dos dados. Afinal, quando você mensura mais rápido, com precisão, isso facilita a vida no campo, além de melhorar o bem-estar dos animais.”

Fonte: Thaís Campos