Série Prosa Sementeira debate controle de qualidade de sementes olerícolas

Especialistas vão abordar problemas e metodologias de controle de qualidade das sementes de olericultura em evento on-line no dia 17 de novembro, às 19 horas, pelo canal da ABRATES no YouTube 

A oitava edição da série Prosa Sementeira, promovida pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES), vai colocar em pauta o controle de qualidade das sementes olerícolas, que engloba culturas folhosas, raízes, bulbos, tubérculos, frutos diversos e partes comestíveis de plantas. Entre os convidados para debater o tema estão o engenheiro agrônomo e professor Edvaldo Amaral da Silva, da Unesp de Botucatu, a engenheira agrônoma e consultora da Conqualy, Evelyn Koch, e o diretor-executivo da ABCSEM, Marcelo Rodrigues Pacotte. O evento on-line gratuito será transmitido pelo canal da ABRATES nesta quarta-feira (17 de novembro), a partir das 19 horas (veja link abaixo).

Segundo a apresentadora da Prosa Sementeira, a professora Maria Laene Moreira de Carvalho, segunda vice-presidente da ABRATES, tanto o consumo como a produção de sementes de olerícolas tem apresentado um crescimento significativo no país e, atualmente, as sementes dessa categoria respondem por cerca de 23% das inscrições constantes no Registro Nacional de Cultivares, o que equivale a aproximadamente 9 mil registros. De acordo com Pacotte, atualmente o valor estimado de mercado praticado de sementes olerícolas junto ao agricultor ultrapassa R$ 1 bilhão, com área estimada em torno de 850 mil hectares.

“O segmento de sementes no Brasil é altamente regulado com normas balizadoras dos itens identidade e qualidade. Neste sentido, o trabalho de garantia da qualidade começa no investimento em pesquisa e desenvolvimento das empresas sementeiras, onde o processo dura cerca de dez anos para lançamento de uma nova cultivar adaptada às diferentes condições climáticas no Brasil, oferecendo frutos com resistência a pragas, firmeza, cor e muito saborosos, afirma Pacotte. 

O diretor-executivo da ABCSEM irá mostrar as características do segmento de hortaliças, sua importância e o seu desempenho durante os últimos dez anos. “O mercado de sementes de hortaliças é extremamente competitivo no Brasil. Nos últimos tempos, a população vem percebendo o valor de alimentar-se melhor, mas temos uma grande jornada a percorrer tendo em vista que a quantidade ingerida pela população brasileira está muito abaixo do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, avalia Pacotte.

Na avaliação de Laene Carvalho, o Brasil apresenta grande potencial para produção de sementes dessas espécies, tanto pelo potencial de exportação como pelos nichos de produção voltados para uma alimentação saudável, pois são ricas em vitaminas e sais minerais, nutrientes essenciais para o perfeito funcionamento do organismo.

Os consumidores, atualmente, estão interessados em ingredientes e sabores que proporcionam não apenas uma experiência de sabor agradável, mas também sensíveis benefícios de saúde e que sejam naturais. As sementes de olerícolas são importantes para permitir cultivos orgânicos, familiares e mesmo para as grandes empresas que precisam atender um mercado cada vez mais exigente em novos cultivares, com características próprias em termos de sabor, originalidade e produtividade”, conclui Laene.

Problemas 

Os problemas relacionados ao controle de qualidade de sementes de olerícolas, como a falta de testes de vigor que permitam identificar lotes melhores de sementes para semeadura serão abordados pela engenheira agrônoma Evelyn Koch. “A questão da falta de testes de vigor que sejam apropriados para cada espécie dificulta identificar lotes melhores para diferentes segmentos deste mercado. Assim não conseguimos prever a real qualidade no momento da semeadura”, frisa Evelyn.

O professor Edvaldo Amaral da Silva irá complementar o debate discorrendo sobre o vigor de sementes e como pode ser avaliado usando a expressão de genes relacionados com a formação de plântula. “As sementes de olerícolas são pequenas e existem em grande número de espécies. Os testes usados para sementes de espécies de grandes culturas nem sempre podem ser usados para olerícolas. Desta forma, os testes de envelhecimento em solução salina podem ser usados por limitar a hidratação das sementes durante o teste e permitir um resultado mais preciso”, comenta Edvaldo.

A pirataria também atinge as sementes olerícolas. Segundo Pacotte, tem ocorrido mais nas culturas de melão e melancia, nas regiões nordeste e sul do país.

Novas normas

Com vistas a simplificar e desburocratizar os processos e procedimentos para a inscrição da produção de sementes, assim como as exigências documentais durante o processo produtivo até a comercialização, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu novas normas para a produção e a comercialização de sementes e mudas de espécies olerícolas, condimentares, medicinais e aromáticas e os seus padrões de sementes, com validade em todo o território nacional.

As normas foram estabelecidas por meio da Instrução Normativa 42, publicada no Diário Oficial da União e a partir de 31 de março de 2020 ficou revogada a Portaria nº 457, que tratava desses produtos. As alterações e facilidades poderão contribuir para a organização e o crescimento do setor de sementes.

Fonte:ABRATES