Setembro Amarelo – Ceap-Sol garante acolhimento e apoio emocional a pacientes com doenças infectocontagiosas, como pessoas soropositivas, que sofrem três vezes mais o risco de depressão

Receber o diagnóstico de HIV causa impacto forte em qualquer pessoa. Estudo da revista BMJ Public Health com mais de 185 mil pessoas soropositivas aponta que elas sofrem três vezes mais risco de depressão, que pode levar ao suicídio – motivo de alerta e conscientização do Setembro Amarelo. Ansiedade generalizada e transtorno de bipolaridade também são diagnósticos registrados.

No Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), uma unidade da SES-GO, gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), pacientes com doenças infectocontagiosas, como HIV/aids, têm acompanhamento psicológico garantido.

“Por ser uma doença crônica, sem cura e estigmatizada, é comum que ocorra intenso sofrimento psíquico, medo, revolta e culpa. Em muitos casos, o paciente enfrenta rejeição, exclusão e preconceitos de pessoas próximas, o que afeta significativamente a saúde emocional”, explica a psicóloga, Hevelim Rótulo, supervisora psicossocial do Ceap-Sol. “É comum que o paciente passe por um processo de choque emocional, negação, agressividade e tristeza profunda até chegar à fase de aceitação”, afirma Hevelim.

F.R.S, que recebe tratamento na unidade desde fevereiro deste ano, confirma a importância do apoio psicológico. “Essa orientação nos ajuda a entender melhor a situação. Foi através dela que eu consegui entender que o meu diagnóstico de HIV não significava o fim da minha vida e que, com o tratamento, eu poderia ter qualidade de vida”, revela. “Depois desse acompanhamento com psicólogo, aprendi a resolver minhas coisas, a não ter medo e a superar a timidez”, ressalta.

O atendimento do Ceap-Sol a portadores do vírus HIV e outras doenças incuráveis promove esclarecimentos e apoio emocional, desmistificando percepções errôneas e ajuda a pessoa a se comprometer com o tratamento. “Faz com que o paciente atue de forma ativa para seu tratamento e facilita a adaptação para que consiga viver bem e com saúde”, diz Eire Gonçalves Jaime, também psicóloga do Ceap-Sol. “Além disso, o tratamento também envolve familiares e acompanhantes do paciente, com todo o suporte para o núcleo familiar.”

O tratamento no Ceap-Sol vai além, pois é oferecido de forma multiprofissional. “Mas o primeiro passo é informar o paciente sobre seu estado de saúde e sensibilizá-lo acerca da importância do tratamento”, lembra a diretora técnica a unidade, Thais Safatle. “Ele precisa aderir ao tratamento para que, aos poucos, entenda melhor sua situação, assegurando seu bem-estar e funcionalidade”, completa.

“Quando um portador de HIV realiza o tratamento adequadamente e alcança a carga viral indetectável, ele passa a ter mais confiança de que não irá transmitir a doença para seu parceiro e também pode realizar o planejamento familiar, caso deseje ter filhos”, orienta a infectologista.

Fonte: Cejane Pupulin